sexta-feira, 19 de março de 2010

A EXISTÊNCIA DO BEM E DO MAL NA NATUREZA HUMANA

Sempre será difícil para nós entendermos o mistério sobre a existência do bem e do mal na natureza humana. Sabemos que o homem foi criado à imagem de Deus. Isso explica por que todos nós temos uma “natureza benigna” que corresponde à natureza de Deus. Essa natureza benigna é expressa por virtudes como bondade, sinceridade, amor, sabedoria, mansidão e coragem.

Porém, dentro do homem há também uma “natureza maligna” que se opõe à “natureza benigna”. Em todos os tempos e lugares, os conhecedores da natureza humana reconhecem essa realidade, esse conflito interior que, em maior ou menor grau, todos experimentam diariamente. A essa natureza maligna, que se opõe à natureza benigna que existe em nós, a Bíblia chama de pecado.

O pecado entrou no homem em conseqüência da desobediência à palavra de Deus, produzindo a maior tragédia do universo: a corrupção interior do ser humano. Seu efeito pode ser percebido através da história da humanidade, até nos nossos dias: por toda parte há guerras, injustiça, pobreza, crimes, opressão e enfermidades.

O pecado está dentro do homem impedindo-o de levar a cabo suas boas intenções. Ninguém deseja ser controlado pelo dinheiro e, por causa disso, mentir, perder amigos e até matar. Ninguém deseja ser invadido por sentimentos de inveja e de cobiça pelas coisas dos outros. Ninguém gosta de ser soberbo, arrogante e cheio de preconceitos que impedem de amar as pessoas. Ninguém gosta de ser temperamental e, involuntariamente, ofender as pessoas a quem quer bem.

O pecado frutifica no interior do homem levando-o a ser fornicador e adúltero, a blasfemar, insultar e amaldiçoar, a mentir, enganar e viver vida dupla. E, por mais que se esforce, o homem não consegue se livrar dessa natureza maligna. Há uma passagem na Bíblia que descreve de maneira impressionante a situação do homem, impotente diante do pecado:

“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, este faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim”

“Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm. 7:18-24).

O pecado entrou no homem, agindo em todo o seu ser e corrompendo todas as suas partes. O homem total – corpo, alma e espírito – foi afetado e prejudicado por essa natureza maligna, privando-o da qualidade de vida para a qual ele foi criado.

O pecado fez com que o espírito do homem morresse. Ao escrever aos efésios, o apóstolo Paulo disse: “Estando mortos nos vossos delitos e pecados”. Por estarem os efésios fisicamente vivos, é evidente que o escritor aqui se referia a uma morte espiritual.

Com seu espírito humano amortecido, o homem não tem como contatar Deus, e sua parte mais interior permanece, por isso, vazia e inútil. Nessa situação, o homem é como um radio estragado que não pode sintonizar nem receber música ou comunicação intelegível; ou seja, o pecado tornou-se um impedimento para o homem contatar Deus.

O pecado afetou também a alma do homem, fazendo com que a mente se rebelasse contra Deus. O pecado também agiu no corpo do homem, fazendo-o pecar. A esse respeito a Bíblia nos adverte com as seguintes palavras: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões” (Rm. 6:12).

A obra-prima da criação de Deus, que fora criada como um vaso para conter Deus, é agora um copo caído na sarjeta, que, apesar de ter uma bela forma exterior, está coberto de lama e não atende mais ao fim para que foi criado.

Essa guerra interior entre as duas naturezas, operando no princípio do bem e do mal, retratam de maneira dramática o conflito do viver humano. Repetindo o autor da Epístola aos Romanos, somos levados a clamar: “Quem me livrará do corpo desta morte?” O homem é impotente para resolver o problema básico de sua existência, o que o impede de alcançar a verdadeira qualidade de vida. Ele é incapaz de libertar-se do pecado. Somente o próprio Deus poderia fazê-lo. E Ele o fez enviando Cristo ao mundo para libertar a humanidade do poder do pecado.

“Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:2).

1 comentários:

karita/humberto disse...

Tivemos um grande aprendizado sobre esse assunto com a apostila: O pecado, os pecados e o pecador.

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