Um
problema muito sério com o cristianismo de hoje é sua complexidade: ele engloba
coisas demais. Muitas pessoas entendem o cristianismo como uma multidão de
cristãos que possuem uma multidão de qualidades iguais a Cristo; este tem tal
amor, aquele tal paciência, aquele outro tal humildade. Como os cristãos
desejam muito ter tais virtudes, saem sofregamente em busca delas.
Porém,
jamais foi intenção de Deus que devêssemos nos tornar possuidores de uma
variedade de dons e graças; Sua intenção era que tomássemos posse da nossa
herança por meio de Seu Filho. Ele nos apresenta uma Pessoa, não uma porção de
coisas espirituais. O fracasso em compreender esse fato tem sido a causa de
tantas quedas na vida dos filhos de Deus. No propósito de Deus, Cristo não só é
doador de tudo o que precisamos, mas Ele é tudo o que precisamos. Reconhecer
isso é o que produz o cristianismo vital em contraste com o cristianismo
conforme é comumente concebido, com sua ênfase em coisas exteriores.
Voltemos à
Palavra de Deus para recebermos instrução.
O
TESTEMUNHO DE JOÃO
Em
seu Evangelho, João registra que Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (14.6). Examinemos essa
afirmação espantosa.
Cristo é o Caminho
Nos termos mais simples o Senhor afirma que o
caminho de Deus para o homem não é algo que possa ser encontrado num mapa; na
verdade, não é nenhuma coisa. O Filho é a única maneira de chegar ao Pai. “Eu sou o caminho”, diz Jesus, e Ele
acrescenta: “Ninguém vem ao Pai senão por
mim”. O único caminho que nos conduz de onde estamos ao lugar onde Deus
está é Cristo! Todos os que realmente se achegaram a Deus, experimentaram que
Cristo não somente nos ensina o caminho para o Pai, mas que Ele é o caminho. Precisamos
entender que isso sempre será uma verdade essencial para todos nós.
Mesmo
sabendo isso, muitos cristãos derrotados, há anos têm buscado o caminho da
vitória e ainda estão perseguindo esse cansativo objetivo. Eles estão buscando um caminho e acabam perdendo de vista
Aquele que é o caminho. Enquanto
estivermos tentando descobrir algum método de vencer, estaremos fadados à
derrota. Nós, cristãos, necessitamos entender que fórmulas e estratégias têm o
seu uso no reino natural, mas no reino espiritual nada tem valor fora de Cristo.
Cristo é a Verdade
Muitos
cristãos concebem a verdade como sendo a doutrina concernente a Cristo, mas de
acordo com a própria afirmação do nosso Senhor, a verdade não é uma questão de
doutrinas a respeito Dele, mas é Ele mesmo. João cita Cristo como tendo dito: “Eu sou a verdade”. Será que poderia
haver algo mais claro do que isso? E João registra esta outra afirmação feita
pelo nosso Senhor acerca da verdade:
“E
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).
Para um
instante e pense. Nenhuma verdade, como conceito, tem o poder de libertar os
homens, mas Aquele que é a verdade liberta todos que estabelecem verdadeiro
contato com Ele.
É
possível ouvirmos verdades cristãs por anos a fio, e até pregar sobre elas, e
ainda estarmos presos a muita coisa que não é de Cristo. O problema é que temos
ficado ocupados com verdades, não com
a verdade. Apossamo-nos de tantas
verdades, mas não reconhecemos Cristo como o somatório da verdade. Se queres
saber se isso é real, teste sua experiência pela Sua palavra: “Conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará”.
Cristo é a Vida
Precisamos
diferenciar claramente entre vida e ações. A vida certamente se expressa em
ações, mas ações não são um substituto da vida. Muitos cristãos fazem um enorme
esforço em seu desejo de serem como Cristo, mas a vida de Cristo é sempre
espontânea. Até mesmo a vida natural funciona espontaneamente. Como seus olhos
vêem? Como seus ouvidos ouvem? Você, conscientemente, não faz qualquer esforço,
o tempo todo, tentando ver e ouvir. Simplesmente abre os olhos e eles vêem;
simplesmente abre os ouvidos e eles ouvem. Esforço excessivo indica fraqueza.
Os movimentos de um corpo saudável são espontâneos e freqüentemente
inconscientes.
Cristo é
a Ressurreição
“Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição” (Jo 11.25). Que é ressurreição? Ressurreição é
algo que penetrou na morte e emergiu em vida. A ressurreição pressupõe morte.
Não pode haver ressurreição onde não houve morte. Ouça a declaração de Cristo: “Eu sou o primeiro e o último, e aquele que
vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho
as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17, 18).
Jesus Cristo entrou na
morte, mas a morte não pôde retê-Lo. Ele é a Ressurreição! Ele venceu a morte e
em glória de ressurreição leva as marcas do Seu conflito com o inimigo. As
chagas de Suas feridas ainda estão lá. A ressurreição está inseparavelmente
relacionada com a cruz.
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