terça-feira, 24 de junho de 2014

Prezados leitores! Que a paz seja com todos!

Estamos editando o blog Diários do Reino a mais de 5 anos e somos gratos a todos os que apreciam as mensagens postadas. Esse blog tem como propósito divulgar o conteúdo que foi produzido ao longo dos tempos por inúmeros servos de Deus que escreveram sobre o tema e temos procurado reproduzir os conteúdos mais significativos.
Estamos dando um tempo para estudar e elaborar mais mensagens inéditas para compartilhar com vocês. Temos buscado sabedoria de Deus para discernir o tempo que estamos vivendo e  para que tenhamos a revelação profética adequada e verdadeira a respeito do Reino celestial que está prestes a se manifestar. Peço vossas orações para que Deus nos dê saúde e disposição para pesquisar e resumir todo o conteúdo relativo ao assunto do Reino.
Estaremos retornando em breve. Enquanto isso, aproveitem para ler as mensagens que estão em nossos arquivos do blog.
Um abraço a todos e até breve, se Deus assim nos permitir.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

                     O TEMA CENTRAL DO CRISTIANISMO

O amor é a característica predominante da fé sadia. E o amor cristão não é um sentimento quente e arrebatador, mas uma demonstração de cuidado e preocupação com o bem estar de outra pessoa. O verdadeiro amor é uma poderosa força curadora. Ele valoriza as pessoas por aquilo que elas são, não pelo que elas podem fazer.

Aqueles que experimentam o amor genuíno ficam livres para amar os outros da mesma maneira libertadora. O amor cria laços emocionais e espirituais positivos como nunca se viu.

O amor é o tema central do cristianismo. Cristo demonstrou seu amor quando deu sua vida por nós na cruz. O fato é que aquilo que Jesus fez na cruz dá-nos uma nova definição de amor.
“Nisso consiste o amor”, disse João, “não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 João 4.10).

 Ele sacrificou a si mesmo não por causa de algo que tenhamos feito, não porque merecêssemos, mas porque ele nos amou do jeito que somos.
Os cristãos sadios refletem seu salvador e, portanto, estão cheios de amor. Seu amor cura e os ajuda a suportar todas as provações. É o fundamento para um futuro eterno com Deus e para o crescimento das relações com os outros. Ainda que os cristãos tivessem todos os talentos do mundo, mas não tivessem um profundo e permanente amor, sua fé não teria qualquer valor. Mas onde há amor, a fé cresce e as pessoas são atraídas por Deus.

O amor é a marca que atesta a qualidade da fé autêntica. De acordo com 1 Coríntios 13, o amor não guarda recordações dos maus tratos que recebeu, não se lembra dos erros. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Sempre protege, sempre confia, sempre espera, sempre persevera. Ele não gera nem endossa um comportamento pecaminoso, mas reconhece que estamos construindo nossa fé em Jesus Cristo. Ele nos capacita a dizer a um companheiro de lutas: “Eu o amo o suficiente para ficar a seu lado enquanto Deus opera em sua vida”.  

O exercício de uma fé sadia permite que uma pessoa seja paciente, confiando que Deus não vai abandonar ou rejeitar aquele que vem a ele com sinceridade. Os cristãos sadios são pacientes com os outros e consigo mesmos, à medida que permitem que Deus corrija as falhas de seu caráter. Tal paciência é vista apenas no coração dos fiéis saudáveis. Se nossa fé não nos leva à paciência, então ela não é sadia.

A fé sadia produz bondade para com os outros à medida que amadurecemos em amor. Cristãos sadios também são gentis consigo e não sentem necessidade de se punirem porque erraram o alvo. Essa bondade é tão atraente que outras pessoas se aproximam da fé por causa dela.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

                                         FORTES LIGAÇÕES
                    
                    Uma fé sadia baseia-se em relacionamentos

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quando vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.24, 25).

“Juntos” é uma palavra chave na vida cristã. O Novo Testamento deixa claro que os relacionamentos ocupam um lugar de destaque na Igreja. Isso significa que a fé sadia é centrada nos relacionamentos, não nas atividades ou nas tarefas. Ela valoriza o indivíduo por aquilo que ele é como filho de Deus, não tomando por base aquilo que a pessoa pode fazer ou com que pode contribuir.

A piedade depende de uma crescente caminhada com um Deus pessoal, não da aceitação de determinados códigos de conduta. A fé sadia tem em mente a instrução dos apóstolos:

 “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 Jo 3.14).

Deus nos tem mostrado que quanto mais o amarmos, mais buscaremos os outros e manifestaremos seu amor em nossos relacionamentos. Não ficaremos focados apenas na obediência aos mandamentos da Palavra, mas também em desenvolver intimidade com os outros. Compartilhar a fé e amar os outros desenvolve o relacionamento de uma pessoa com Deus.

Cristãos orientados ao desempenho concentram-se naquilo que fazem em nome de Deus e naquilo que consideram recompensa imediata enviada pelo Senhor, em vez de colocarem sua confiança em Deus. Dessa forma eles terminam confiando totalmente em suas próprias habilidades para encontrar o favor divino.

Seu desempenho torna-se tudo, e eles se cercam de pessoas que estejam dispostas a dizer que o seu desempenho é excepcional. O desempenho é o que determina o valor da pessoa, mas a cada dia terá que lutar para obter seu senso de valor pessoal.

O Novo Testamento acaba com todos esses padrões de desempenho, assim como leves brisas conseguem dissipar fumaças tóxicas. Jesus rejeitou claramente esse padrão na vida daqueles a quem chamou para segui-lo. Em Mateus 18 lemos que:

“Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (vs. 2-4).

O que uma criança pode fazer senão correr para os braços abertos de Deus? O que um menino ou menina pode fazer senão aceitar a graça, o amor, a força e a ajuda de Deus de coração aberto? Nada além disso. E Deus não requer nada além disso.

Numa igreja sadia os relacionamentos crescem e florescem quando as pessoas estão concentradas no relacionamento número 1, que é sua relação com Deus. Não creio que alguém seja capaz de construir um relacionamento autêntico com alguém a não ser que, primeiramente, tenha construído um relacionamento com Deus. A maneira como nos relacionamos com os outros normalmente espelha a forma como nos relacionamos com Deus,

Se realmente amarmos a Deus, cultivaremos uma caminhada interior e pessoal com ele. Gastaremos tempo com ele todos os dias. Vamos experimentá-lo diariamente no estudo bíblico, na oração e na adoração. E se não pudermos fazer disso uma prioridade, também não consideraremos prioritários os outros relacionamentos em nossa vida.

Muitas pessoas insistem que sua fé e sua caminhada com Deus são coisas particulares, que elas não precisam discuti-las com ninguém. Embora nosso relacionamento com Jesus possa ser íntimo e profundamente pessoal, esse assunto é qualquer coisa, menos particular! Vejo por todo o Novo Testamento passagens que nos levam a relacionamentos abertos. O Novo Testamento não fala nada sobre o cristianismo do soldado solitário.   

Tiago nos instrui claramente: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tg 5.16). A confissão é uma ponte, algo que fortalece uma relação e abre as câmaras da vergonha que escurecem a alma de uma pessoa, de modo que ela possa experimentar uma medida maior de liberdade em Cristo.

A confissão a Cristo derruba a parede da culpa que se ergue cada vez que agimos irresponsavelmente. Também põe abaixo a parede de culpa que foi levantada entre nós e outros cristãos. Nosso orgulho amplia essa parede, mas quando humildemente confessamos uns aos outros, ela cai por terra, permitindo que a intimidade seja restaurada.   

A fé do Novo Testamento não é meditação particular que repousa em algum canto de nossa mente. É uma certeza feliz – uma realidade sobre a qual se deve falar na presença de ouvidos atentos.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

                        O MINISTÉRIO DA IGREJA É A ORAÇÃO

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 11.18).

O ministério da Igreja é o ministério do Corpo de Cristo, e esse ministério é a oração. Tal oração não deve ser feita com objetivos devocionais, nem por necessidades pessoais; é mais para o “céu”.

O que essa oração significa é: Deus não agirá imediatamente, mas esperará até que a igreja ore a respeito de algo e, então, fá-lo-á no céu. Se a Igreja tomar a responsabilidade de fazer tal oração sobre a terra chegará a ocasião em que se fará aquilo que a Igreja concordou em oração. Deus quer tomar certas atitudes, mas espera que a Igreja ore.

Muitos assuntos estão amontoados no céu, muitas transações permanecem sem efeito, simplesmente porque Deus não encontra seu escoadouro na terra. Quem sabe quantos assuntos não terminados existem no céu, os quais Deus não pode executar porque a Igreja não tem exercitado seu livre-arbítrio de pôr-se ao lado dele para a realização do seu propósito!

Entendemos que a tarefa mais nobre da Igreja, a maior tarefa que ela poderia executar, é a de ser o escoadouro de Deus na terra. Para isso a Igreja deve orar. Tal oração não é fragmentária; é um ministério de oração – oração como obra. À medida que Deus dá visão e abre os olhos das pessoas para verem sua vontade, elas se levantam para orar.

O Senhor mostra-nos que a oração individual é inadequada; são precisos pelo menos dois para orar: “Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus” (Mt 18.19).

Se não percebermos isso, não saberemos a respeito de que o Senhor está falando. Em Mateus 18, é dada uma condição numérica: pelo menos dois. Há necessidade de pelo menos dois porque o assunto tratado refere-se à comunhão. Não é algo a ser feito por uma pessoa, nem é uma só pessoa que serve como escoadouro de Deus, mas sim, duas.

O princípio de duas pessoas é o princípio da Igreja, que também é o princípio do Corpo de Cristo. Embora tal oração seja feita por duas pessoas, a “concordância” é indispensável. Concordar é estar em harmonia. Esses dois indivíduos precisam estar em harmonia, precisam permanecer no fundamento do corpo e precisam saber o que é a vida do corpo. Estes dois aqui não têm senão um alvo, que é dizer a Deus: Queremos que tua vontade seja feita na terra, como no céu.

Quando a Igreja permanece em tal base e ora de acordo com ela, veremos que tudo o que pedirem será concedido pelo Pai que está no céu. Quando verdadeiramente permanecemos sobre o fundamento da Igreja e aceitamos a responsabilidade do ministério da oração diante de Deus, a vontade de Deus será feita na Igreja em que estamos. Tal oração, feita por poucos ou por muitos, tem poder, pois o grau de operação de Deus é proporcional ao grau da oração da Igreja.

A manifestação do poder de Deus não excederá a oração da Igreja. Por causa do amor e da graça de Deus, hoje, a grandeza do poder de Deus está circunscrita ao tamanho da oração da Igreja. Isso não significa, naturalmente, que o poder de Deus no céu tem somente o tamanho da nossa oração, pois, no céu, obviamente, seu poder é ilimitado. Somente na terra hoje é que a manifestação do seu poder depende de quanto a Igreja ora. Somente pela oração da Igreja pode-se medir a manifestação do poder de Deus.

Em vista disso, a Igreja deve fazer grandes orações e pedidos. Como pode a Igreja fazer pequenas orações, quando comparece diante do Deus que tem tão grande abundância? Ela não deve fazer pequeninos pedidos diante de um Deus tão grande. Se a capacidade da Igreja for limitada, ela não pode senão restringir a manifestação do poder de Deus. Vir à presença de Deus é esperar que grandes coisas aconteçam.


Portanto, Deus necessita de um vaso através do qual possa realizar todas as suas obras aqui na terra. È necessário que a Igreja faça tremendas orações a fim de manifestar Deus. E este é o ministério da Igreja! 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A RESPONSABILIDADE DE ORAÇÃO DA IGREJA

Ficamos a pensar se Deus, visitando nossas reuniões de oração, poderia confirmar se elas realmente cumprem o ministério de oração da Igreja. 

Precisamos ver que não é uma questão de freqüência; é, antes, uma questão de peso. Se realmente vemos a responsabilidade de oração da Igreja, não podemos deixar de confessar quão inadequada é a nossa oração e como temos restringido e impedido Deus de realizar o que ele deseja. A igreja tem falhado em seu ministério! Isso é lamentável!

O fato de Deus ter ou não uma Igreja fiel ao seu ministério depende da atuação do grupo de pessoas na presença dele, desqualificando-se ou tornando-se verdadeiros vasos na realização do seu propósito. Queremos assinalar que o que Deus procura é a fidelidade da Igreja ao seu ministério. 

O ministério da Igreja é oração – não da espécie comum, que consiste de pequenas petições, mas do tipo que prepara o caminho de Deus.

É Deus quem primeiro deseja fazer certa coisa, mas a Igreja prepara o caminho com a oração de modo que Ele possa ter uma estrada. A Igreja deve ter grandes orações, orações tremendas e fortes. Oração não é assunto sem importância diante de Deus. Se a oração for sempre centralizada no eu, em problemas pessoais e em pequenos ganhos ou perdas, onde estará o meio pelo qual irá se manifestar o eterno propósito de Deus?

Precisamos nos aprofundar neste assunto da oração. Se não sabemos o que é o Corpo de Cristo, nem permanecermos neste fundamento: “Se dois de vós” seremos, contudo, ineficazes. Mas se de fato, temos a correta visão do Corpo de Cristo e permanecemos no correto lugar no corpo – negando nossa carne e não pedindo para nós mesmos, mas que a vontade de Deus seja feita na terra – veremos o potencial fabuloso de tal oração.

Desse modo, aquilo por que oramos na terra será concedido pelo Pai que está no céu.

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 18.18).
“Também vos digo que, se dois de vós concordardes na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, ser-lhes-á concedido por meu Pai que está nos céus” (v. 19).

O Senhor quer dizer que, na medida em que a terra ligar, o céu também ligará; e na medida em que a terra desligar, o céu também desligará. Nesse caso, a medida da terra decide a medida do céu. Não deve haver medo de ter uma medida demasiadamente grande na terra, porque a capacidade no céu sempre será muito maior do que a da terra e, portanto, não existe nenhuma chance de a medida da terra ultrapassar a do céu. O que o céu quer ligar invariavelmente é muito mais do que a terra deseja ligar, e o que o céu deseja desligar sempre excede ao que a terra desata.

Tal ação de ligar e desligar está além da capacidade de qualquer pessoa. Só pode ser feito “se dois... concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem” e, então, “será feito por meu Pai, que está nos céus”.

“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí, estou eu no meio deles” (v.20).

O princípio dado por Jesus no versículo 20 é mais amplo do que o do versículo 19, onde Ele diz que “se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem...” No v. 20 temos que, “onde estiverem dois ou mais reunidos em meu nome, aí, eu estou no meio deles”.

Por que há tanto poder na terra? Por que o orar em harmonia tem efeito tão tremendo? É porque sempre que somos chamados a reunir-nos no nome do Senhor, a presença do Senhor estará ali. Conscientizemo-nos de que somos chamados para reunir-nos. As pessoas que são assim chamadas pelo Senhor para se reunirem são unidas no nome do Senhor. Vêm por amor do nome do Senhor. Tais irmãos e irmãs podem dizer, onde quer que venham a se juntar: 
“Estamos aqui não por nós mesmos, mas pelo nome do Senhor, pelo amor de glorificar teu filho”.

Se estivermos dispostos a querer aquilo que o Senhor quer e não o que nós queremos, e, se rejeitarmos o que o Senhor rejeita, então haverá concordância. Quando nós estamos reunidos em Seu nome, é o Senhor que dirige tudo. Uma vez que Ele está ali, dirigindo, iluminando, falando e revelando, então tudo o que for ligado na terra será também ligado no céu, e tudo o que for desligado na terra será desligado no céu. Isso acontece porque o Senhor opera juntamente com Sua igreja.

Quando o Senhor está presente, a Igreja é rica e forte. Por meio d’Ele ela pode ligar e desligar. Mas, se o senhor não está no meio dela, ela nada pode fazer. Somente a Igreja tem tal poder; o indivíduo simplesmente não o possui em si mesmo.   


segunda-feira, 21 de abril de 2014

TOZER: UMA VIDA À PROCURA DE DEUS

Tenho um grande apreço e admiração por Aidem Wilson Tozer. Seus escritos ajudaram a edificar milhares de cristãos ao longo do tempo. Por isso,  esta página é dedicada a esse admirável homem de Deus.

Tozer nasceu em Pennsylvania, em 1897. Embora tenha morrido em 1963, sua vida e legado espiritual continuam atraindo muitos para um conhecimento mais profundo de Deus. Tozer tomou um caminho na vida espiritual que poucos tentaram, caracterizado por uma perseguição inexorável e amorosa de Deus. Ele desejou saber mais do Salvador, como servi-Lo e adorá-Lo com todo o seu ser, e chamou os crentes para voltarem à posição autêntica e bíblica que caracterizou o início da igreja, uma posição de fé e santidade profundas.

A.W.Tozer pastoreou várias igrejas da Aliança Cristã e Missionária, foi autor de mais de quarenta livros e serviu como editor de Vida de Aliança, a publicação mensal da ACM. Pelo menos dois de seus livros são considerados clássicos espirituais: À procura de Deus e O Conhecimento do Santo, algo impressionante para quem não teve educação teológica formal. A presença de Deus era sua sala de aula, seus cadernos e ferramentas eram a oração e os escritos de cristãos e teólogos antigos: os Puritanos e os grandes homens de fé.

Tozer converteu-se aos dezessete anos, manifestando de imediato, uma fome e sede insaciáveis por Deus. Uma área vazia no porão da casa da família se tornou o refúgio onde ele podia orar e meditar na bondade de Deus. Tozer escreveu: “Descobri que Deus é sincero e generoso e, em todos os sentidos, é fácil viver com Ele”.

A mensagem dele era tanto cheia de frescor quanto inflexível. O único propósito de sua vida era conhecer Deus pessoalmente, e ele encorajou outros a fazer o mesmo. Ele rapidamente descobriu que uma relação profunda e permanente com Deus era algo que tem de ser cultivado.
Enquanto pastoreava uma igreja em Indianápolis, Tozer notou que seu ministério estava mudando. Apesar de não afastar-se do tema do evangelismo, Deus começou a conduzi-lo a registrar seus pensamentos em papel. Esta mudança, na verdade, revelou o escritor prolífico.

Os sermões de Tozer nunca eram rasos, havia pensamentos sérios atrás deles, e ele forçava os ouvintes a pensar com ele. Ele teve a habilidade de fazer seus ouvintes encararem suas próprias atitudes à luz do que Deus estava lhes dizendo. O irreverente não gostava de Tozer; o sério, que queria saber o que Deus estava dizendo, o amava.      

Tudo o que Tozer ensinou e pregou saiu do tempo que ele passou em oração com Deus. Era quando deixava o mundo e sua confusão lá fora, e focalizava sua atenção só em Deus. “Nossas atividades religiosas deveriam ser ordenadas de tal modo a sobrar bastante tempo para o cultivo dos frutos da solidão e do silêncio”, escreveu Tozer.
Cedo em seu ministério, ele percebeu que Cristo o estava chamando para um tipo diferente de devoção, que exigia um esvaziar do ego e uma fome por ser preenchido até transbordar com o Espírito de Deus. Essa devoção o consumiu ao longo de sua vida.

Certo autor disse de Tozer: “Eu temo que nós nunca vejamos outro Tozer. Homens como ele não são gerados na faculdade, mas ensinados pelo Espírito”.
A. 
  W. Tozer morreu numa segunda feira, 12 de maio de 1963, quase uma semana depois de pregar seu último sermão. A procura havia acabado, e o destino, alcançado. Um epitáfio simples marca sua sepultura em Akron, Ohio: A. W. Tozer – Um Homem de Deus.


A maravilhosa procura por Deus é mais que um legado. É um modo de vida passado a nós para que nós também experimentemos o que A. W. Tozer viveu. Você já começou sua procura por Deus?   

segunda-feira, 14 de abril de 2014

OS DONS DA GRAÇA

Quando fomos salvos, quando recebemos a vida eterna por meio de Jesus Cristo, também recebemos uma porção inicial da graça. A intenção de Deus, no entanto, é que essa graça cresça constantemente. A isso, o apóstolo João chamou de “graça sobre graça”. Qual é o caminho indicado na Bíblia para que isso ocorra? O caminho é colocarmos em prática, é exercitarmos os dons.

Lembre-se que junto com a graça, recebemos também os dons. Estes dons, à medida que são usados, multiplicam-se e trazem-nos mais graça, e mais graça traz mais dons e assim por diante. O resultado disso é que a igreja é edificada e nós nos tornamos vencedores.

Estamos na era da graça, vivendo sob a aliança da graça, a aliança perpétua que Deus fez conosco em Cristo Jesus. Nesta era temos recebido graça sobre graça, como nos diz João 1.16. Por isso, precisamos aprofundar-nos na revelação divina a respeito da graça para perceber quão prática ela é. Deus deseja que a graça aumente em nós até a plenitude. Fomos salvos pela graça para servir a Deus, e a graça que nos é dada é para que O sirvamos.

Quando estamos envolvidos com Deus e a Sua graça, exercitando os dons espirituais que Ele nos deu, não temos tempo nem lugar para cogitarmos de coisas pecaminosas. Todo o nosso ser – corpo, alma e espírito – estará ocupado pela graça. Quando exercitamos nossos dons recebemos mais graça, e à medida que a graça cresce em nós, mais nossa mente é transformada e nossa disposição é santificada. Mais dom, mais graça e mais graça, mais dom.

Em grego estas duas palavras vêm de uma mesma raiz: graça é charis e dom é charisma. Isso comprova ainda mais a íntima ligação entre graça e dons.

Lemos e Romanos 12.6-8: “Temos diferentes dons, segundo a graça que nos é dada. Se é profecia, seja ela segundo a medida da fé. Se é ministério seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exerce misericórdia, com alegria”.

Os dons mencionados aqui não são miraculosos nem sobrenaturais, mas são dons normais, ou seja, dons concedidos indistintamente a todos os irmãos. São necessários continuamente na vida da igreja. Eles nos parecem, à primeira vista, virtudes que todo cristão deve esforçar-se por alcançar e praticar. Mas, na verdade, são dons da graça que todos nós possuímos quando recebemos a vida de Deus e que devemos exercitar: profetizar, ministrar, ensinar, exortar, ofertar, liderar, exercer misericórdia, amar sem hipocrisia com cordialidade, ser fervoroso de espírito, regozijar-se na esperança, compartilhar as necessidades dos santos e praticar a hospitalidade (vs. 9-13).  

Quando estes dons são exercitados por todos os santos na igreja, temos a vida normal da igreja. Até mesmo varrer o local de reuniões, preparar refeições para os irmãos ou servir no ministério de literatura também são exemplos de dons normais que devem ser exercitados na vida normal da igreja. Embora estes dons possam não parecer importantes, eles são fundamentais na edificação do Corpo de Cristo.

Em geral, os dons são associados à idéia de falar em línguas estranhas ou a curas miraculosas. Contudo, é interessante notar que o apóstolo Paulo coloca o dom de falar línguas no fim de sua relação em 1 Coríntios 12.(vs. 8-10). Ele nos incentiva a buscar os melhores dons (v. 31). No capítulo 14 desse livro, Paulo enfatiza várias vezes que os melhores dons são aqueles que edificam a igreja, e que profetizar, no sentido de ser porta-voz de Deus, é o melhor dom para isso (vs. 1, 3-5, 12, 17, 26).

A seqüência de dons no capítulo doze de 1 Coríntios é a seguinte: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas. Que dom buscar? Devemos procurar progredir buscando os dons espirituais que promovam a edificação da igreja. Devemos buscar os primeiros da relação de 1 Coríntios 12, isto é, procurar a palavra de sabedoria ou de conhecimento, e não estabelecer como nossa meta os últimos da relação, como dom de línguas ou de interpretação de línguas.

Palavra de sabedoria é o dom da percepção da revelação do que está sob a letra da Bíblia; é a capacidade de ter a visão das coisas de Deus, de ter revelação de Sua vontade e propósito. Palavra de conhecimento é o dom de poder ministrar esta revelação, como um mestre da Bíblia. Estes dons, por estarem relacionados à Palavra de Deus e ao Seu propósito, levam à edificação da igreja e dos cristãos.

Paulo orienta os irmãos que a melhor ocasião para exercitarmos nossos dons é a reunião da igreja. Ao utilizarmos os dons, a graça nos é suprida abundantemente e a igreja é edificada. Quanto mais pregarmos e ensinarmos a Palavra de Deus, quanto mais louvarmos a Deus, quanto mais exercitarmos a hospitalidade, quanto mais formos liberais em dar e ofertar, quanto mais exercermos misericórdia, quanto mais exercitarmos a fé, quanto mais falarmos por Deus, mais “graça sobre graça” será derramada sobre nós.
  


segunda-feira, 7 de abril de 2014

                                            “ASSENTAR”

“Peço que Deus abra a mente de vocês para que vejam a luz dele e conheçam a esperança para a qual ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que ele prometeu ao seu povo e como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos nele... ” (Ef 1.18-19).

“Esse poder que age em nós é a mesma força poderosa que ele usou quando ressuscitou Cristo e fez com que ele se assentasse ao seu lado direito no mundo celestial. Cristo reina sobre todos os governos celestiais, autoridades, forças e poderes. Ele tem um título que está acima de todos os títulos das autoridades que existem neste mundo e no mundo que há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo e deu Cristo à igreja como único senhor de tudo”.  (v. 20-22).

“Por estarmos unidos com Cristo Jesus, Deus nos ressuscitou com ele para reinarmos com ele no mundo celestial” ( Ef 2.6).

Estas passagens revelam o segredo de uma vida celestial. Aqui vemos que a vida cristã começa com o assentar. A era cristã iniciou-se com Cristo. Sobre Cristo ficamos sabendo que depois de ter “feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade nas alturas” (Hb 1.3). Com a mesma dose de verdade podemos dizer que o crente inicia sua vida cristã “em Cristo”, isto é, quando pela fé ele se vê assentado ao lado de Cristo nas alturas.

A vida cristã é engraçada! Se logo de início tentarmos fazer alguma coisa, nada obteremos; se procurarmos atingir algo, perdemos tudo. É que o cristianismo não começa com um grande FAÇA, mas com um grandioso JÁ FOI FEITO. Assim é que a carta aos Efésios se inicia com a declaração de que Deus “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (1.3) e somos convidados, logo de início, a assentar-nos e usufruir de tudo quanto Deus já fez por nós. Não devemos lançar-nos a tentar conseguir as coisas por nós mesmos.

Andar implica esforço, mas Deus nos diz que somos salvos não pelas obras, mas “pela graça... por meio da fé” (Ef 2.8). Estamos constantemente falando de “salvação pela fé”, mas que queremos dizer com isso? Queremos dizer o seguinte: Que fomos salvos quando repousamos em Cristo Jesus. Nada fizemos, absolutamente, para salvar-nos a nós mesmos; apenas depositamos no Senhor o fardo de nossas almas sobrecarregadas de pecado.

Iniciamos nossa vida cristã, não dependendo de nós mesmos, de algo que fizemos, mas na dependência do que Cristo já fez. Enquanto a pessoa não proceder assim, não é um cristão. Se alguém disser: “Nada posso fazer a fim de salvar-me; mas pela sua graça Deus já fez tudo para mim, em Cristo”, terá dado o primeiro passo na vida de fé.

A vida cristã, do início até o fim, baseia-se no princípio da nossa total dependência do Senhor Jesus. Não há limite para a graça que Deus deseja derramar sobre nós. Ele quer dar-nos tudo, mas nada poderemos receber, a não ser que descansemos nele. Assentar é uma atitude de descanso. Algo foi terminado; o trabalho é paralisado, e nós nos assentamos. É paradoxal, mas verdadeiro: nós só avançamos na vida cristã se aprendermos em primeiro lugar a assentar-nos.

Que significa de fato assentar-nos? Quando caminhamos ou ficamos de pé, suportamos em nossas pernas todo o peso de nosso corpo, mas quando nos assentamos, todo nosso peso descansa sobre a cadeira, ou o sofá em que nos sentamos. Nós ficamos cansados depois de caminhar, ou ficar muito tempo em pé, mas sentimo-nos repousados se nos sentamos durante algum tempo.

Caminhando ou ficando de pé, despendemos muita energia, mas quando nos sentamos, nós relaxamos completamente, visto que o peso não recai sobre nossos músculos e nervos, mas sobre algo fora de nós mesmos. Assim ocorre também no reino espiritual. Assentarmo-nos equivale a depositar nosso peso total – nossa pessoa, nosso futuro, nossas aflições, tudo – sobre o Senhor. Deixamos que Ele assuma a responsabilidade e descansamos; deixamos de carregar aquele fardo.

O cristianismo na verdade significa que Deus fez tudo em Cristo, e que nós apenas penetramos nessa realidade para usufruí-la mediante a fé. A palavra chave aqui, observando o contexto, é para que nos vejamos “assentados” em Cristo.

Paulo ora para que os olhos de nosso entendimento sejam iluminados (1.18), a fim de compreendermos tudo a respeito desse fato duplo: Que Deus, pelo seu infinito poder, primeiramente fez com que Cristo “assentasse à sua direita nos céus” (1.20) e, depois, pela sua graça, “nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus” (2.6). A primeira lição que devemos aprender, portanto, é esta: Que o trabalho não é inicialmente nosso, mas do Senhor.

Não se trata de nós trabalharmos para Deus, mas de Deus trabalhar para nós. Deus nos dá essa posição de repouso. Ele nos traz a obra de seu Filho terminada e no-la apresenta, dizendo: “Por favor, sente-se”. Penso que a oferta de Deus a nós pode ser expressa de melhor forma nas palavras do convite para o grandioso banquete: “Vinde, pois tudo já está pronto” (Lc 14.17). Nossa vida cristã inicia-se com a descoberta das coisas que Deus já havia providenciado para nós.

Todas as novas experiências espirituais se iniciam com a aceitação, pela fé, da obra realizada por Deus. Este é um princípio da vida, algo que o próprio Deus determinou; e do princípio ao fim, cada estágio sucessivo da vida cristã obedece ao mesmo princípio estipulado por Deus.

Como posso eu receber o poder do Espírito para o serviço? Devo pôr-me a trabalhar e esforçar-me a fim de recebê-lo? Devo implorar a Deus que me conceda? Devo afligir minha alma com jejuns e auto-negações a fim de merecê-lo? Jamais! Não é esse o ensino das Escrituras. Pense um pouco: Como foi que recebemos o perdão dos nossos pecados? Diz-nos Paulo que foi “segundo as riquezas da sua graça” que Ele “nos deu gratuitamente no Amado” (EF 1.6-7). Nada fizemos para merecê-lo. Fomos redimidos pelo sangue de Cristo, ou seja, temos redenção pelo que o Senhor fez.

Qual é, então, o critério de Deus para o derramamento de seu Espírito? É a exaltação do Senhor Jesus (Atos 2.33). Porque Cristo morreu na cruz, meus pecados foram perdoados; porque Ele foi exaltado e colocado no trono, recebo poder do alto. Nem uma dessas dádivas dependem do que eu sou, nem do que eu faço. Jamais mereci o perdão, e jamais mereci o dom do Espírito. Recebo tudo, não mediante o andar, mas mediante o assentar, não pelo que eu faço, mas porque eu descanso no Senhor.

Daí se conclui que assim como não há necessidade de esperar pela experiência inicial da salvação, tampouco há necessidade de esperar o derramamento do Espírito. Posso lhe assegurar que você não precisa implorar a Deus essa dádiva, você não precisa agonizar, nem engajar-se em “reuniões demoradas de espera”. Essa dádiva lhe pertence não por causa de algo que você tenha feito, mas por causa da exaltação de Cristo, pois “tendo nele crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13). Este selo, tanto quanto o perdão de pecados, já vem embutido no “evangelho da vossa salvação”.

Nossa história foi escrita em Cristo antes que houvéssemos nascido. Você crê nesta realidade? É a verdade! Nossa crucificação com Cristo é um glorioso fato histórico. “Estamos mortos para o pecado”, “Fomos batizados na sua morte”. “Fomos sepultados com Ele”. Deus “nos ressuscitou juntamente com Cristo” (Rm 6.2-4; Ef 2.5). Todos esses acontecimentos estão descritos no passado. Por que? Porque o Senhor Jesus foi crucificado Há mais de 2.000 anos, e eu fui crucificado com Ele. Eis um grandioso fato histórico.

A experiência de Cristo tornou-se minha história espiritual, e Deus pode referir-se a mim como já tendo eu todas as coisas “Nele”. Tudo quanto tenho agora, eu o tenho “em Cristo” Nas escrituras nós nunca encontramos estes fatos descritos no futuro, e tampouco como sendo desejados no presente. São fatos históricos de Cristo, e nós, os que cremos, penetramos neles pela fé.

Quando este fato penetra em nossa consciência e nós repousamos nele (Rm 6.11), temos descoberto o segredo da vida santificada.

   

segunda-feira, 24 de março de 2014

RESSURREIÇÃO POR CAUSA DE NOSSA JUSTIFICAÇÃO

Já comentamos várias vezes que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados (Rm 5.8; 1 Co 15.3). Também vimos como o Senhor cumpriu a justiça de Deus e, ao mesmo tempo, manifestou a graça de Deus. No entanto, aqui cabe uma pergunta: Como sabemos que a obra redentora do Senhor Jesus foi realizada? Como sabemos que tal obra foi aceita por Deus?

Embora digamos que o Senhor Jesus cumpriu as justas exigências de Deus, que Deus tem a dizer sobre isso? De que modo Deus pode mostrar-nos que Seu Filho realmente cumpriu a obra de redenção e verdadeiramente satisfez Suas exigências?

É verdade que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados e que Sua obra foi realizada. Na cruz, antes de morrer, Ele disse claramente: “Está consumado!” (Jo 19.30). É verdade que Ele consumou a obra de redenção que se propôs fazer na terra. Ele foi capaz de dizer que estava consumado. Todos nós que olhamos para Sua salvação também podemos dizer que ela está consumada.

Mas como sabermos que tal obra de redenção foi aceita e aprovada por Deus? Como sabermos se o nosso Deus está plenamente satisfeito com tal obra? Nós dizemos que a obra de redenção é inteiramente justa, mas Deus também diria que ela é justa? Temos de perceber que não há maneira de saber se Deus está ou não satisfeito baseados somente na cruz do senhor Jesus.

Se houvesse apenas a cruz, se tivéssemos somente a morte do Senhor por nós e, no entanto o sepulcro do Senhor não estivesse vazio, nunca saberíamos o que a morte do Senhor realizou por nós. Ao olhar a obra redentora do Senhor, não há somente o aspecto da cruz, mas também o aspecto da ressurreição.

Qual é, então, o propósito da ressurreição de Cristo? Deus ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos como uma prova de que a obra de redenção foi cumprida. Agora Ele está satisfeito. A ressurreição do Senhor é o sinal de “tudo bem” de Deus na obra e na morte do Senhor Jesus. Isso significa que esta morte está agora aprovada. O problema do pecado do homem está agora resolvido.

Se o Senhor não tivesse ressuscitado, embora a redenção tivesse sido cumprida, nosso coração seria mantido em suspense. Ainda haveria certa inquietação em nós, pois apesar de sabermos que a redenção tinha sido cumprida, não saberíamos se ela tinha sido aceita. Em que momento percebemos que fomos totalmente redimidos de nossos pecados? Quando vemos que o Senhor Jesus ressuscitou. A ressurreição é a prova. Ela nos mostra que a cruz foi justa e a redenção foi aprovada.

A ressurreição é a prova de que a obra da cruz foi aceita e recebida por Deus. Se a obra da cruz do Senhor não fosse adequada ou correta, Deus não O teria ressuscitado. Ele ressuscitou porque nós fomos justificados!

Que significa para nós o fato de sermos justificados? Significa que Deus reconheceu a redenção feita por meio de Jesus, Seu Filho. Sem justificação, Ele não poderia ressuscitar. Eis porque dizemos que a ressurreição é o recibo passado por Deus pelo sacrifício que o Senhor Jesus ofereceu. Ela prova que Deus reconhece que o pagamento de nossa dívida foi adequado.

A razão de eu ter segurança de que meus pecados foram perdoados e que fui salvo pela fé é que eu creio na ressurreição de Jesus Cristo. Sua ressurreição mostra-nos que a cruz satisfez o coração de Deus. Com a ressurreição, ganhamos a prova do perdão e um veredito de inocentes. Graças ao senhor pela ressurreição!

segunda-feira, 17 de março de 2014

DEUS DESEJA SALVAR OS HOMENS DE FORMA JUSTA

Deus, sem dúvida, deseja dar-nos graça e salvar-nos. Sem dúvida, Ele quer dar-nos Sua vida. Deus é cheio de amor, e Ele está mais do que desejoso de que sejamos salvos. Mas se Deus vai salvar-nos, Ele tem de fazê-lo de modo excelente. Por isso a salvação dos pecadores é um grande problema para Deus.

A grande questão é saber qual o método a ser usado por Ele para que o homem possa ser salvo da maneira justa. Que método há que seja o mais racional? Que método há que se compare com Sua própria dignidade? É simples ser salvo, mas é difícil ser salvo justamente. Eis por que a Bíblia fala muito sobre a justiça de Deus. Ela nos diz repetidamente que Deus salva o homem de maneira compatível com Sua própria justiça. 

Que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é o modo de Deus agir. Amor é a natureza de Deus, santidade é a disposição de Deus e glória é o próprio ser de Deus. Justiça, no entanto, é o proceder de Deus, Sua maneira e Seu método. Uma vez que Deus é justo, Ele não pode conceder graça ao homem meramente conforme Ele quer. Ele não pode salvar o homem meramente conforme o desejo do Seu coração.

É verdade que Deus salva o homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo de um modo que esteja de acordo com Sua própria justiça, Seu próprio proceder, Seu próprio padrão moral, Sua maneira própria, Sua própria dignidade e Sua própria majestade. Sabemos que para Deus é fácil salvar o homem, mas não é fácil para Deus salvá-lo de maneira justa.

Se a questão da justiça não fosse um problema, não haveria dificuldade alguma. Se a justiça não contasse, Deus poderia dizer: “Você pecou? Tudo bem, apenas não cometa o erro novamente”. Deus, assim, poderia ignorar nossos pecados. Ele poderia dispensar-nos e mandar-nos embora. Se Deus não julgasse o pecado do pecador e tratasse seus pecados conforme a lei, mas perdoasse descuidadamente, onde estaria Sua justiça? Aqui reside a dificuldade.

Sem dúvida alguma, Deus é cheio de amor para conosco. Deus quer salvar-nos. Mas Ele também deseja fazê-lo legalmente. O amor de Deus é limitado por Sua justiça. Deus não agiria contrariamente a Si próprio, declarando irresponsavelmente que nossos pecados estão apagados, que tudo está bem e que podemos considerar-nos livres. Se agisse assim, que lei, que justiça e que verdade seriam deixadas no universo? Tudo estaria acabado.

Deus não pode salvar-nos às custas de se envolver em injustiça. Deus quer salvar-nos preservando Sua justiça. Como isso pode ser feito?
Há um livro na Bíblia, o livro de Romanos, que nos diz como Deus trata especificamente com este problema. Vejamos Romanos 3: 25-26, começando com a segunda parte do versículo 25:

“Deus o propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”
Enquanto Deus justifica os que creem em Jesus, Ele demonstra ser justo, e o homem deve reconhecê-Lo como sendo justo.

Amor, pecado e justiça não podem coexistir facilmente. O amor é um fato; o pecado também é um fato e a justiça é uma necessidade. Por esses três estarem juntos, Deus deve agir de tal maneira que possa nos salvar e satisfazer Seu coração de amor, ao mesmo tempo preservar a Sua justiça. Cumprir tal obra seria uma obra-prima.

A salvação que Deus nos preparou em Seu Filho Jesus é tal obra-prima. Ele é capaz de nos salvar de nossos pecados e demonstrar Seu amor, e é capaz de fazê-lo da maneira mais justa. Isso Ele faz pela obra redentora do Senhor Jesus.  

Porque Deus ama ao mundo e ao mesmo tempo é justo, Ele teve de enviar o Senhor Jesus até nós. Por ser justo, Ele teve de julgar o pecado. Porque Ele é amor, suportou o pecado do homem sobre si. Devo enfatizar essas duas declarações: Deus deve julgar porque é justo. E Deus sofre o julgamento e a punição devidos ao homem, porque Ele é amor.

Sem julgamento não vemos justiça; com julgamento, não vemos amor. Contudo, o que Ele fez foi suportar o julgamento em nosso lugar. Dessa forma, Ele manifesta tanto Seu amor quanto Sua justiça. Ele estava disposto a pagar preço tão alto como o ter Seu Filho pregado na cruz. Deus não estava disposto a desistir de Sua justiça. Se Deus estivesse disposto a esquecer Sua justiça, a cruz teria sido desnecessária. Por não estar disposto a abandonar Sua justiça, Deus preferiu que Seu Filho morresse.

A cruz cumpre tanto a exigência da justiça, como a exigência do amor. Nossa salvação hoje não é “mercadoria contrabandeada”; não a recebemos de modo fraudulento ou impróprio. Nós não fomos salvos ilegalmente. Fomos salvos de modo claro e definitivo por meio do julgamento de nossos pecados em Cristo Jesus. Nós fomos julgados; então, depois disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a justiça de Deus também está aqui.


“Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado” (Romanos 4:7-8).