segunda-feira, 18 de julho de 2011

DEUS É QUEM NOS DÁ TUDO

“Era justo alegrarmo-nos e folgarmos” (Lucas 15: 32).

De todas as parábolas dos evangelhos, a do filho pródigo constitui, creio eu, a suprema ilustração da maneira de agradarmos a Deus. Nesta parábola Jesus nos revela o que é que, de modo supremo, alegra o coração de seu Pai. Não é o irmão mais velho que trabalha sem cessar para o pai, mas o irmão mais novo que permite que o pai faça tudo por ele. Não é o irmão mais velho que sempre quer ser aquele que dá, mas o irmão mais novo que está sempre disposto a receber.

Quando o pródigo voltou para casa, depois de desperdiçar suas forças e seus bens, numa vida de dissolução, o pai não proferiu uma palavra de recriminação contra a atitude luxuriosa do filho, nem uma única palavra a respeito da perda dos bens. O pai não se entristeceu por causa das perdas; apenas alegrou-se pela oportunidade que o retorno do filho lhe concedia de gastar mais ainda com ele.

Deus é tão rico que sua principal alegria consiste em dar. Suas câmaras de tesouros estão tão repletas que lhe dói o fato de nós nos recusarmos a dar-lhe a oportunidade de despejar sobre nossas vidas as riquezas que Ele armazenou para os seus. A alegria do pai foi ver no filho pródigo alguém que poderia usar a melhor túnica, o anel, as sandálias e ser homenageado com um banquete. A tristeza do pai foi que o filho mais velho não se posicionou para receber tantas bênçãos.

Deus quer ser eternamente aquele que nos dá. Há tristeza para o Pai celestial quando seus filhos tentam fazer coisas para Ele. Ele é riquíssimo! A Sua verdadeira alegria é o fato de permitirmos que Ele nos dê, e continue a dar-nos sem parar. Ele almeja que nós apenas deixemos que Ele faça, e vá fazendo e continue a fazer coisas por nós. Se apenas pudéssemos ver como Ele é rico, como é grandioso, deixaríamos em Suas mãos a tarefa de dar e de fazer. Quando nós procuramos fazer as coisas por nós mesmos, colocamo-nos novamente debaixo da lei. Todavia as obras da lei, ainda que sejam as melhores obras, nossos melhores esforços, não passam de “obras mortas”, abomináveis diante de Deus, porque não são eficazes.

Nessa parábola, ambos os filhos estavam igualmente longe das alegrias do lar provido pelo pai. É verdade que o filho mais velho não estava longe, num país estrangeiro; mas estava em casa apenas teoricamente. “Olha, sirvo-te há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste...” O coração desse filho nunca encontrou descanso. Sua posição e atitudes jamais poderiam constituir motivo de gozo, como era o caso do irmão mais novo, visto que o mais velho estava preso às suas boas obras. Ele não sabia viver e desfrutar a graça. Diante dessa revelação a respeito do desejo do nosso Pai celestial, nossa atitude deve ser essa: Pare de “dar” e você comprovará que Deus gosta de dar. Pare de “trabalhar” e você descobrirá que Deus trabalha por você. O filho mais novo estava bastante errado, mas voltou para casa e encontrou descanso, e é aí que a vida cristã se inicia.

“Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou... nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2. 4,6). “Era justo alegrarmo-nos e folgarmos”!

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