quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

COMO VIVER UMA VIDA CONSAGRADA

Após termos nascido de novo, existe ainda muita coisa para Deus operar em nossa vida, e existe também muita coisa que podemos fazer para Deus. Mas para isso é preciso uma entrega total de nossa vida a Ele. Precisamos permitir que Ele faça Seu trabalho em nós; precisamos permitir que Ele nos use, e precisamos permitir que Ele nos guie no decorrer da estrada que se estende à nossa frente.

Tudo isso requer uma total consagração de nossa vida. Isso inclui nosso consentimento para que Ele possa agir. Deus necessita de nossa permissão antes de trabalhar em nós, usar-nos ou dirigir os nossos passos. Se não queremos que Ele faça o Seu trabalho em nós, Ele espera o nosso consentimento. Ele é extremamente paciente.

No caso de muitos cristãos, passa-se muito tempo após o seu novo nascimento antes que se possa notar alguma evidência de que eles realmente têm progredido no caminho do Senhor. Após, talvez dez anos, você ainda os encontrará mais ou menos no mesmo nível que estavam quando foram salvos. É claro que nasceram de novo, possivelmente já adquiriram uma boa porção de conhecimento doutrinário, e estão até mesmo envolvidos em uma série de “trabalhos da igreja”, mas com respeito aos verdadeiros valores espirituais, não possuem nada além daquilo que adquiriram em seu novo nascimento.

A explicação desse fenômeno: Não houve entrega de suas vidas a Deus. Não houve em sua história o momento que tiveram uma completa transação com Deus e definitivamente tenham dito a Ele: “Eu quero estar em Tuas mãos para que operes em mim, por meio de mim e para que me guies no Teu caminho”. Todos os que desejam servir ao Senhor precisam ter tal momento de entrega total. Somente quando permitirmos que o Senhor trabalhe em nós é que estaremos aptos para trabalhar para Ele.

A Base da Consagração

Quando alguma coisa importante é feita por Deus ou pelo homem, a base de tal ato precisa estar clara. Pois bem, essa questão de consagração é de suprema importância; portanto, ela precisa estar firmada num fundamento bem sólido. Se Deus exige que nos entreguemos a Ele, em que baseia essa exigência? Ele deve ter motivos para requerer nossa entrega, e nós também devemos ter motivos para nos entregar a Ele.

A Bíblia mostra que o problema da consagração é o resultado de uma situação de “compra”. “Não sois de vós mesmos” diz a Bíblia, “porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co 6:19-20). Em outro versículo diz: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos, se morremos, para o Senhor morremos. Quer pois vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14:8). A Bíblia diz também que somos “escravos” de Deus (I Co 7:22). Um escravo é aquele sobre quem o seu Senhor tem todos os direitos, por tê-lo comprado. Esse termo, “escravo” soa um tanto desagradável, mas nós, que temos experimentado a graça do Senhor, conhecemos o quanto é maravilhoso ser Seus escravos.

O Senhor nos comprou por um alto preço e agora nenhum de nós tem direito sobre si mesmo. A autoridade sobre nossa vida foi entregue em Suas mãos pelo direito de compra. Com base nisso Ele pede que nos entreguemos. Por um alto preço, pelo preço do precioso sangue de Seu Filho, Deus nos comprou para Si. Pelo fato de termos sido comprados por Deus, a autoridade sobre a nossa vida não é nem do mundo nem nossa, é Dele. Ele tem, portanto, um bom motivo para exigir que nos entreguemos a Ele.    

Muitos cristãos, atualmente, são como escravos foragidos. O Senhor estabeleceu Seus direitos sobre eles pela redenção, mas eles se recusam a reconhecer Suas exigências legais. O Senhor pagou o preço, mas eles não permitem que Ele tome posse do que é Seu. Isso é uma ofensa contra a lei do universo. Devemos resolver esse problema da exigência legal de Deus, entregando-nos a Ele.

A base verdadeira da consagração é de ordem legal. Não é baseada em constrangimento de amor, como muitos cristãos pensam. Eles se entregam ou deixam de se entregar ao Senhor na proporção em que sentem ou deixam de sentir o Seu amor. Mas, na concepção de Deus, nossa consagração não é uma questão opcional; sua base legal está estabelecida. Você foi comprado como Seu escravo e quer goste ou desgoste, você pertence a Ele. O direito sobre sua vida não é seu, mas Dele, porque Ele o adquiriu pela compra.

Já dissemos que o amor não é a base consagração, todavia, ele é a força que a gera. Existem escravos que percebem que a autoridade sobre sua vida está na mão de seus senhores, e eles cerram seus dentes com amargura de alma ao ter de servi-los. Eles não têm nenhum amor por aqueles que os possuem. Mas talvez você se lembre do que é dito em Êxodo 21, sobre um escravo que no final de seis anos de serviço, podendo ser um homem livre, declarou: “Eu amo a meu senhor, não quero sair livre”. Em conseqüência disso, o seu senhor o faria chegar à porta ou à ombreira e lhe furaria a orelha com uma sovela. 

Submetendo-se a isso, o escravo na realidade quis dizer: “Por amor a meu senhor, eu quero ser seu escravo para sempre”. Ele poderia sair em liberdade, mas por causa do amor rejeitou sua liberdade. Essa é a verdadeira consagração. Há um versículo na Bíblia que diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1).

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