segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

UMA PALAVRA DE CONSOLAÇÃO

Que a graça e a paz do Senhor Jesus Cristo seja convosco!

Escrevo esta página pensando nos seguidores dos Diários do Reino que constantemente estão acessando e estudando o seu conteúdo. Tenho a preocupação com todos, pois sei que as revelações da Palavra da verdade podem, momentaneamente, causar certa perplexidade. O perigo que ronda o cristão é o desânimo e a sensação de incompetência com relação às exigências da Palavra para ser um vencedor.

Quando me tornei cristão, tinha minha própria concepção sobre o que era um cristão, e tentei ao máximo ser esse tipo de cristão. Pensei que somente alcançando o padrão imaginado atingiria a perfeição. Ser perfeito era a minha ambição, mas eu tinha minha própria opinião sobre o padrão de perfeição. Pensava que um cristão perfeito deveria sorrir desde a manhã até a noite; se alguma vez derramasse uma lágrima, ele deixaria de ser vitorioso. Pensava que um cristão perfeito deveria ser uma pessoa muito corajosa; se sob quaisquer circunstâncias mostrasse o menor sinal de temor, então eu diria que lhe faltara fé; ele não conseguira confiar no Senhor; ele não fora perfeito.

Durante muito tempo conservei essas idéias, até o dia em que, ao ler 2 Coríntios, cheguei à passagem onde Paulo disse que estava triste. Fiquei impressionado. Paulo triste? Pensei. Em seguida li que ele derramou muitas lágrimas, e considerei; será que de fato Paulo tenha chorado? Li que ele fora atribulado, que estivera perplexo (4:9) e considerei: Paulo estivera realmente atribulado? Estivera ele realmente perplexo? Li também: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida”. E considerei: será possível que o grande apóstolo Paulo tenha se desesperado?

Nunca havia me ocorrido que uma pessoa como Paulo pudesse ter experiências tais como estas. Todavia, enquanto eu prosseguia a leitura, gradativamente tomei consciência do fato de que os cristãos não são uma categoria de seres angelicais, e que Paulo não ficava muito longe de nós. Na verdade, descobri que Paulo era um homem e que era um homem igual aos outros que conheço. Eis aqui um homem que está com medo, no entanto é forte; cercado pelos inimigos, mas não aprisionado; parece vencido, contudo não está destruído. Percebe-se que ele é fraco, porém declara que quando está fraco então é forte.

Pode-se ver que ele leva no corpo o morrer de Jesus, todavia diz-nos que a vida de Jesus também se manifesta em seu corpo. Você ouve seu “relato negativo”, mas também ouve seu “relato positivo”. Ele parece ser um “enganador”, contudo é “verdadeiro”. Parece ser desconhecido, no entanto é bem conhecido. É como alguém que está morrendo, todavia ele vive; como alguém entristecido, mas sempre alegre; pobre, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo. Eis aqui um cristão!

Você percebe o que significa ser cristão? Ser cristão é ser uma pessoa em quem há uma inconsistência fundamental, um paradoxo inerente, e esse paradoxo vem de Deus. Vejamos o pensamento de Deus a respeito dos cristãos: “Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós” (II Co 4:7). Algumas pessoas pensam que no viver cristão só existe o tesouro e não o vaso de barro. Se elas encontram o vaso de barro em algum lugar, sentem que tudo está errado. Porém, a concepção de Deus é totalmente diferente da do homem.

O propósito de Deus não anula o vaso de barro; Ele põe o tesouro nele. É sempre no vaso de barro que o tesouro é encontrado. Deixem-me dizer-lhes que não há uma alma cujo vaso de barro seja tão vil que o tesouro não possa aparecer nele. A beleza do tesouro é realçada pelo vaso de barro no qual é depositado.

Paulo era um homem, um homem de verdade, mas a vida do Senhor brilhou por meio de sua vida. Ele não era um robô; ele tinha sentimentos. Não era invariavelmente triste nem era sempre alegre. Ao mesmo tempo que estava triste, também estava alegre. É característico do viver cristão, que mesmo enquanto as lágrimas correm, a face pode expressar-se num sorriso. Console-se com estas palavras e até a próxima.

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