segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DEUS DÁ AO HOMEM UMA NOVA VIDA

Deus não tem qualquer desejo de mudar nosso comportamento exterior. Sua única intenção é substituir nossa velha vida por uma nova; e isso só pode ser realizado em Cristo Jesus. Quando estamos em Cristo, essa obra de substituição é automaticamente aplicada a nós.

Sabemos que a coisa mais crucial na fé cristã é possuir uma NOVA VIDA da parte de Deus. Todos sabem que o comportamento manifestado por meio da vida natural é extremamente maligno. Ele é absolutamente sem esperança.  O comportamento corrompido da humanidade, em geral, se faz conhecido pelos pecados que são cometidos. Alguns cometem pecados escabrosos, enquanto outros podem entregar-se a pecados mais refinados e sutis. Em qualquer caso, são todos pecados que necessitam ser perdoados. Eles têm de ser perdoados correta e adequadamente antes que possamos receber a vida de Deus.

Há também o aspecto relativo à velha natureza, à velha criatura e à vida que provoca o pecado. Se essa vida não for removida pela raiz, ainda haverá a possibilidade de pecar; ela continuará a dar fruto podre. O pecado ainda se manifestará em nossos pensamentos e ações. Deus deve dar uma solução final para nossa velha vida. Ela tem de ser exterminada uma vez por todas.

Depois dessas coisas serem cuidadas, Deus poderá dispensar livremente para nós uma nova vida em Cristo. Então, poderemos andar diariamente segundo essa vida e seremos capazes de viver nesta terra uma vida como a de Deus e cumprir o Seu propósito.

Como Deus perdoou os nossos pecados? A Bíblia mostra-nos que não apenas recebemos perdão em nossa salvação, mas também obtivemos justificação. Muitas vezes na Bíblia perdão e justificação estão juntos. Os dois constituem os passos iniciais para se receber uma nova vida. Vejamos, de maneira mais acurada, a questão do perdão e da justificação.

Para entendermos isso temos de voltar para Cristo, pois Ele é a chave para todas essas questões. Deus considera Cristo como “o cabeça” de uma nova raça. Ele é o segundo homem e é também o último Adão. O primeiro Adão era um homem importante porque incorporava toda a humanidade. Quando ele pecou, toda a raça humana foi corrompida. Deus, agora, executou Seu julgamento sobre uma pessoa, Cristo. Porque Cristo também é um grande homem coletivo, e nós que estamos incluídos Nele, também recebemos o julgamento de Deus. Por essa razão, a Bíblia diz que Cristo morreu pelos nossos pecados. Não morremos individualmente, morremos em Cristo. Sua morte inclui todos nós. Com Sua morte, nossos pecados podem ser perdoados. Portanto, o perdão de Deus é baseado no Seu julgamento em Cristo. Isso não é perdão irresponsável, mas é um perdão muito justo.

Cristo veio a terra para sofrer o julgamento dos nossos pecados e a conseqüência deles, para que pudéssemos ser perdoados. A vinda de Cristo é a vinda do próprio Deus. Ele veio para pagar o preço de nossa dívida. Agindo assim, Ele não se contaminou com a injustiça; em vez disso, provou ser correto e justo. Isso não é tudo. Temos de perceber que Jesus Cristo é um homem. Ele carregou nossos pecados como homem. Deus viu Cristo como homem e incluiu todos nós Nele. Quando Deus julgou Cristo, Ele também nos julgou. Portanto, Deus nos julgou em Cristo e também nos perdoou em Cristo. Esse perdão satisfez a justiça de Deus.

Em II Coríntios 5:14 diz-se: “Julgando nós isso: um morreu por todos, logo todos morreram.” O “um”, aqui, se refere a Cristo, e o “todos” refere-se a nós. Daí se pode concluir que quando Cristo morreu, todos nós morremos com Ele, porque todos fomos incluídos Nele. Da mesma maneira, por estarmos em Cristo, quando Ele passou pelo julgamento, nós também passamos. Sua morte tornou-se nossa terminação.

No versículo 21 do mesmo capítulo, lemos: “Àquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. Que significa “ser feito pecado”? Significa que quando Cristo foi pregado na cruz, Deus o considerou como o pecado seu e meu. Quando Cristo morreu, o pecado foi removido e terminado. Agora, todos nós que estamos Nele, temos nossos pecados terminados; nós nos tornamos justiça de Deus em Cristo. Agora podemos viver uma nova vida em Cristo!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A CRUCIFICAÇÃO DOS PECADORES COM CRISTO

O objetivo mais elevado na salvação de Deus é introjetar Sua vida no espírito do homem. Esse é o desejo final e máximo de Deus. É impossível viver uma vida piedosa meramente com nossa vida humana. A manifestação dela é apenas pecado. Somente participando da vida divina é que podemos ter um viver divino.

Quanto a isso, Deus primeiramente tratou de tal maneira com os nossos pecados e iniqüidades a ponto de, ao mesmo tempo, manter Sua justiça. Vimos que o Filho de Deus foi julgado com esse propósito, e que nós que agora estamos Nele, temos nossos pecados perdoados.

Mas a salvação de Deus não parou no perdão de pecados; ela foi mais fundo a fim de tratar com a fonte do pecado. Dissemos que os pecados do homem não são causados pelo ambiente em que vive. Em vez disso, eles se originam em sua própria pessoa. O modo de vida é meramente uma conseqüência natural do tipo de vida que se possui. Já que a vida humana é corrompida, o comportamento do homem não pode deixar de ser pecaminoso.

Nosso ambiente não pode desencadear algo que não existe dentro de nós. Toda conduta exterior é resultado direto de nossa vida interior. Portanto, as tentações no ambiente em que nos encontramos são meramente catalisadores para acelerar a exposição da nossa substância interior.

                         Deus Nunca Muda Nossa Vida

Podemos mudar a vida humana? Jamais! Não somente somos incapazes de mudá-la, como Deus tampouco quer mudá-la. A vida do homem natural é como uma fábrica de pecado que fabrica diariamente centenas de produtos. Portanto, além da obra do perdão, Deus tem de tratar com a fonte do pecado. Já que Ele não vai mudar nossa vida, qual é, então, a solução básica que Ele providenciou para salvar-nos? Vamos ver agora o segundo aspecto da Sua salvação.

Romanos 6:7 diz: “Porquanto quem morreu, justificado está do pecado.” Se alguém quer ser libertado do pecado, o único caminho é morrer. Quem morreu está livre do pecado porque não lhe é mais possível pecar. A salvação de Deus para o homem é a morte! Para entendermos isso vamos ver o versículo que precede aquele que lemos há pouco. Romanos 6:6 diz; “Sabendo isso, que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”. Temos de ver essa passagem mais cuidadosamente.

A palavra “destruído” não está adequadamente traduzida. A palavra no grego tem dois significados: um é “desempregado” e o outro é “paralisado” ou “paralítico”. A idéia de desemprego é mais forte nesta passagem. Portanto, podemos traduzi-la da seguinte maneira: “Para que o corpo do pecado fique desempregado.” Há três agentes importantes nessa passagem. O primeiro é o pecado, o segundo é o velho homem e o terceiro é o corpo. O pecado aqui está personificado; ele é um amo. Trata-se de um poderoso senhor que prende, enreda e compele o homem a cometer pecado específico. O homem, por sua vez, torna-se escravo do pecado, sujeitando-se a tal tirano, e realizando tudo o que ele exige.

Talvez não sintamos muita pressão desse amo. Mas na hora em que decidimos vencê-lo, descobrimos que, não importando quanta energia reunamos, jamais conseguimos derrubar seu poder. Quanto mais alguém tenta controlar seu temperamento, mais perderá a calma. O pecado é o amo. Ele força o velho homem a se submeter. Sob tal arranjo, os dois procuram um instrumento e descobrem o corpo. O corpo, então, é usado. Dessa maneira, o corpo executa a ordem ditada pelo pecado e pelo velho homem. O pecado é o ditador, o velho homem submete-se às suas ordens e o corpo as cumpre praticamente na forma de transgressões. Esses três são um. Eles concordam um com o outro e o produto dessa colaboração é a multidão de pecados que cometemos.

A maneira de Deus lidar com isso, não é subjugar o pecado nem mortificar o corpo. Deus faz uma troca de pessoa. O velho homem é removido, e uma nova vida que abomina o pecado é introduzida em seu lugar. Quando a tentação vem, essa nova vida afasta-se dela. Dessa maneira, o corpo perde sua função de pecar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CRISTO MORREU PELOS NOSSOS PECADOSc

Em Mateus 26:28 o Senhor Jesus disse: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da (nova) aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”. Portanto, o derramamento do Seu sangue é para a remissão dos nossos pecados. Somente em Cristo é que podemos obter perdão. Fora Dele, qualquer tipo de perdão que alguém obtiver não é justo.

Selecionamos algumas passagens para ver como Cristo realizou a redenção por nós:

Romanos 5: 6-8: “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”.

Hebreus 9:22: “Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”. O pecado só poderia ser perdoado depois do julgamento e da condenação.

I Pedro 2:24: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados”. Em 3:18 diz: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus; Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito”.

I João 1:7 diz: “Se, porém, andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.

Isaías 53:6 diz: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos”. As palavras “fez cair sobre” também podem ser traduzidas para “colocou sobre”. Todos os nossos pecados foram colocados sobre Jesus. Isso é como transferir uma conta. Originalmente, o pecado estava na nossa conta. Agora, ele foi transferido para a conta de Jesus Cristo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O PADRÃO DE CONDUTA QUE VEM DA “Vida de Deus”

Quando você descobre que o fator determinante de toda conduta cristã é a vida, então percebe que não deve só evitar tudo o que é mau, como também tudo o que é apenas aparentemente bom. Somente o que emana da vida cristã é conduta cristã. Portanto não podemos concordar com nenhuma atitude que não proceda da vida. Lembremo-nos da Palavra de Deus: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17).

O padrão cristão não somente julga aquilo que não é bom, mas também aquilo que é mera bondade aparente. Muitas coisas são certas de acordo com padrões humanos, mas o padrão divino as declara erradas porque não resultam da vida divina. Um cristão deve saber que toda sua conduta deve ser governada pelo princípio da vida e não pelo princípio do certo ou errado. Em relação a qualquer maneira de agir, mesmo que outros a declarem certa, e todos os aspectos da situação indiquem que a maneira é correta, ainda assim ele deveria ser bem sensível às reações da vida de Cristo em seu interior. O caminho de Deus para nós, não é conhecido por indicações externas, mas por impressões internas. É a paz e o gozo no Espírito que indicam o caminho do cristão.

Circunstâncias Exteriores não Devem Governar Nossas Decisões

Um dos conceitos errôneos mais prejudiciais entre os filhos de Deus é o que diz que suas ações devem ser determinadas pelo certo e errado. Eles fazem o que seus olhos dizem estar certo. Fazem o que seu conhecimento diz estar certo. Fazem o que seus anos de experiência dizem estar certo. Porém, para um cristão, toda decisão deve ser baseada na vida interior e isso é totalmente diferente de tudo o mais. Desejamos intensamente que vocês vejam que um cristão não deve tomar nenhuma atitude que não seja ditada pela vida. Se a vida dentro de vocês se move para fazer algo, então é certo fazê-lo; se a vida dentro de vocês resiste a fazer algo, então devem parar imediatamente.

Nosso caminhar deve ser governado apenas por Sua vida (a ZOE de Deus), não pelo certo e errado. O contraste entre esses dois princípios de vida é imenso. Tantas pessoas ainda estão perguntando: “É certo eu fazer isto? Seria errado eu fazer aquilo?” A única pergunta que o cristão deve fazer é: “A vida divina dentro de mim cresce ou diminui quando penso em fazer tal coisa?” A reação da vida divina dentro de nós deve determinar o caminho a seguir em cada circunstância. Isso é uma questão de coração.

Portanto, a questão não é: “Estou certo ou errado?”, mas: “A vida divina em mim concorda com isso?” Várias vezes descobriremos que aquilo que nós mesmos aprovamos, a vida dentro de nós desaprova. Quando isso acontece, não devemos fazer o que achamos estar correto, e sim o que a vida divina nos permite.

Nossas Ações Devem Ser Controladas Pela Vida

Em I Coríntios 4:4, Paulo diz: “Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga. Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação”. É fácil fazer distinção entre bem e mal, mas Paulo não era governado pelo bem e mal. Mesmo quando ele não tinha consciência de ter feito alguma coisa errada, ainda assim não ousava afirmar que tudo estava certo com ele; reconhecia que o Senhor era seu juiz.

No trono do julgamento (tribunal de Cristo) é o Senhor quem nos julgará, porém, hoje a Sua vida está em nós e está dirigindo o nosso caminho. Por essa razão Paulo disse em II Coríntios 5:7: “Andamos por fé, e não pelo que vemos”. Portanto, devemos tornar-nos sensíveis à Sua vida e aprender a discernir o que essa vida está dizendo. Uma grande mudança ocorrerá em nós quando nossa conduta não mais for governada pelo princípio do bem e do mal, mas somente pelo princípio da vida.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PRINCÍPIOS DE CONDUTA

Deus criou o homem e Ele mesmo providenciou o sustento do homem que criara. A existência do homem proveio de Deus e era Sua intenção que o homem fosse dependente Dele ao longo de toda a sua vida. A vida que o Senhor deu era para ser nutrida por meio de alimentos adequados que Ele mesmo supriu.

“E plantou o Senhor um jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2:8-9). Por meio dessas duas árvores, Deus nos tem mostrado, figuradamente, dois diferentes caminhos nos quais as pessoas podem viver seus dias na terra: o princípio que governa a conduta de alguns é o conhecimento do bem e do mal, enquanto outros são governados pelo princípio da vida. Vamos gastar um pouco de tempo analisando esses dois diferentes princípios, e como eles afetam a vida dos filhos de Deus.

Qual é o Princípio do Bem e do Mal

Se nossa conduta é controlada pelo princípio do bem e do mal, então toda vez que temos de tomar uma decisão, primeiro perguntamos: “Isto é certo ou errado?” “Seria bom ou seria mau fazer isso?”. Muitos cristãos hesitam antes de fazer qualquer coisa e ficam remoendo tais perguntas na mente. Eles estão inclinados a fazer o que é certo; querem evitar todo o mal; desejam viver uma vida de acordo com o que julgam ser o comportamento de um cristão. Portanto, estão sempre alertas para separar o certo do errado e fazer apenas o que consideram ser certo. Todavia, a Palavra de Deus diz: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2 16-17). O viver cristão não consiste em agir de acordo com o padrão aparentemente sublime de rejeitar tudo o que é mau e escolher apenas o que é bom. Isso é viver sob a lei, é agir de acordo com a antiga aliança, não de acordo com a nova. Agir desse modo é conformar-se a padrões religiosos ou morais. Isso está totalmente aquém do padrão de Deus.

A Base do Viver Cristão é a Vida

Que é o viver cristão? O viver cristão é uma questão de vida. Se és cristão, então você possui uma nova vida; e quando tem de decidir sobre determinado modo de agir, você não pergunta: “É certo fazer isto?”, antes deve perguntar: “Se eu fizer isto, no que irá afetar minha vida interior? Como reagirá a isto a nova vida que tenho dentro de mim?

O mais surpreendente é que o objetivo de muitos é somente conformar-se a um padrão exterior, apesar de Deus não nos ter dado, pelo novo nascimento, uma porção de regras e regulamentos novos, aos quais devemos nos ajustar. Ele não nos levou para um novo Sinai nem nos deu uma nova lista de mandamentos com seus “farás isto” e “não farás aquilo”. O viver cristão não requer que investiguemos o certo e o errado das diferentes maneiras de agir, e, sim, que verifiquemos a reação da vida divina a qualquer ação proposta.

Como cristão você agora possui a vida de Cristo, e são as reações da vida Dele em você que têm de ser levadas em conta. Se, ao refletir sobre determinada ação, houver um brotar de vida em seu interior, uma inclinação do espírito para executá-la, se houver uma resposta positiva da vida interior, se houver “a unção” no interior (I Jo 2:20 e 27), então você pode confiadamente seguir a maneira proposta. A vida interior é o parâmetro indicado aos que querem ser guiados pela vida divina.   

Mas se quando você estiver pensando a respeito de algo que deve ser feito ou não, e a vida interior começar a desfalecer, então você saberá que tal atitude deve ser evitada, mesmo que seja aparentemente recomendável. Quando a fonte de vida em nosso interior brota em resposta a alguma sugestão, devemos segui-la; mas quando ela diminui, devemos rejeitar a idéia. Não nos atrevamos a ser governados por coisas exteriores nem por argumentos nossos ou de outras pessoas. Devemos sim, obedecer ao que a vida interior está dizendo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O PROPÓSITO DA CONSAGRAÇÃO

Até aqui temos visto que o significado da consagração é a oferta de si mesmo como um sacrifício para Deus, para Sua satisfação. Mas o sacrifício do Novo Testamento, em contraste com o do Antigo Testamento, é um “sacrifício vivo”. Todas as vezes que uma verdadeira consagração é feita ao Senhor, Seu propósito se torna evidente naquela vida que foi consagrada a Ele. Aquela vida se torna ativa para Deus.

Se não nos temos apresentado como um sacrifício vivo a Ele, nunca seremos capazes de fazer nada para Ele. Somente aqueles que têm sido reduzidos a nada, no altar, podem servi-Lo agradavelmente. Antes de fazermos com nossas mãos algum trabalho para Ele, temos primeiro de permitir que Ele faça com Suas mãos Seu trabalho em nós, então poderemos assumir alguma responsabilidade em Sua obra.

O Resultado da Consagração

O resultado da consagração é que todos os nossos planos são cortados. A verdadeira consagração não só acaba com todos os planos do mundo não-cristão, mas também acaba com todos os planos do mundo cristão. Você será testado por um cristianismo onde é possível ser um pregador de reputação mundial ou um palestrante requisitado por ter o poder de curar em nome de Jesus. Espero que muitos cristãos se tornem homens e mulheres verdadeiramente úteis nas mãos do Senhor, mas deixem-me alertá-los de uma grande armadilha que estará a sua frente – a armadilha da fama no mundo cristão.

Há um “espírito de exibicionismo” espalhado entre as igrejas. Muitos querem ter um lugar no púlpito com um único objetivo: aparecer, ser famoso, vender CDs ou receber paga para se apresentar em conferências e seminários. Somente uma pequena parcela de cristãos está hoje no “altar” como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Ouvimos queixas de líderes que não conseguem administrar a guerra de egos em suas igrejas. Há uma febre de “oportunidades” para que os irmãos possam cantar, tocar, e até mesmo testemunhar. Se os pastores não cedem a essa pressão, correm o risco de ficar com suas congregações esvaziadas de pretensos talentos. Eis a razão porque não encontramos muita unção do Espírito nas igrejas.

Não me interprete mal quando dizemos que não há lugar para ambição natural em alguém cuja vida foi realmente entregue a Deus – nenhum futuro no mundo cristão e nenhum futuro no mundo não-cristão. Será que alguém se atreve a seguir esse caminho?

Examine-se e veja onde você realmente está na questão da consagração. Espero que você seja fiel para examinar as Escrituras, nas quais nossa reflexão é baseada. No caso de estar falhando em algum aspecto, você pode confiar na graça do Senhor para suprir o que te falta.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O SIGNIFICADO DA CONSAGRAÇÃO

Cada vez que mencionamos consagração, surge em nossa mente uma questão: Qual é o significado da consagração? A Bíblia nos oferece uma resposta clara: “Apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo”. Quando nos consagramos, isso não significa que nos tornamos pregadores; significa que nos tornamos um sacrifício. O sacrifício mencionado aqui pelo apóstolo é o holocausto que era oferecido como aroma suave a Deus. Era Seu alimento.

Que é alimento? Alimento humano é aquilo que satisfaz ao homem; alimento de Deus é aquilo que satisfaz a Deus. Mas que era esse holocausto? O Antigo Testamento explica claramente. Precisava ser um boi que normalmente lavrava o campo ou puxava um carro; mas um dia esse boi era transferido de sua atividade original para um ambiente totalmente diferente. Ele era morto, esfolado, cortado em pedaços, lavado, colocado sobre o altar e, se fosse aceito por Deus, um fogo o consumiria até virar cinzas.

Cinzas – este é o último estágio de transformação de qualquer coisa, algo em sua forma final, é o fim de tudo. Mas, por favor, observe que era quando o boi estava completamente reduzido a cinzas no altar, que ele subia a Deus como aroma suave e dava satisfação ao Seu coração.

No Antigo Testamento, qualquer coisa oferecida a Deus sofria uma mudança de ambiente e de costume. Qualquer lugar que você ocupava antes de sua consagração é diferente daquele que você ocupa depois da consagração, pois o seu lugar agora é no altar. Qualquer que fosse o seu hábito no mundo antes da sua consagração, agora é diferente, pois seu hábito agora é prover alimento para Deus, dar satisfação ao Seu coração.

O que Deus quer, acima de tudo, é o homem. Ele quer você, e quando você estiver reduzido a cinzas no altar, esse é o momento em que o aroma suave é elevado até Deus, e Ele fica satisfeito com você. Este é o significado da consagração.  

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

COMO VIVER UMA VIDA CONSAGRADA

Após termos nascido de novo, existe ainda muita coisa para Deus operar em nossa vida, e existe também muita coisa que podemos fazer para Deus. Mas para isso é preciso uma entrega total de nossa vida a Ele. Precisamos permitir que Ele faça Seu trabalho em nós; precisamos permitir que Ele nos use, e precisamos permitir que Ele nos guie no decorrer da estrada que se estende à nossa frente.

Tudo isso requer uma total consagração de nossa vida. Isso inclui nosso consentimento para que Ele possa agir. Deus necessita de nossa permissão antes de trabalhar em nós, usar-nos ou dirigir os nossos passos. Se não queremos que Ele faça o Seu trabalho em nós, Ele espera o nosso consentimento. Ele é extremamente paciente.

No caso de muitos cristãos, passa-se muito tempo após o seu novo nascimento antes que se possa notar alguma evidência de que eles realmente têm progredido no caminho do Senhor. Após, talvez dez anos, você ainda os encontrará mais ou menos no mesmo nível que estavam quando foram salvos. É claro que nasceram de novo, possivelmente já adquiriram uma boa porção de conhecimento doutrinário, e estão até mesmo envolvidos em uma série de “trabalhos da igreja”, mas com respeito aos verdadeiros valores espirituais, não possuem nada além daquilo que adquiriram em seu novo nascimento.

A explicação desse fenômeno: Não houve entrega de suas vidas a Deus. Não houve em sua história o momento que tiveram uma completa transação com Deus e definitivamente tenham dito a Ele: “Eu quero estar em Tuas mãos para que operes em mim, por meio de mim e para que me guies no Teu caminho”. Todos os que desejam servir ao Senhor precisam ter tal momento de entrega total. Somente quando permitirmos que o Senhor trabalhe em nós é que estaremos aptos para trabalhar para Ele.

A Base da Consagração

Quando alguma coisa importante é feita por Deus ou pelo homem, a base de tal ato precisa estar clara. Pois bem, essa questão de consagração é de suprema importância; portanto, ela precisa estar firmada num fundamento bem sólido. Se Deus exige que nos entreguemos a Ele, em que baseia essa exigência? Ele deve ter motivos para requerer nossa entrega, e nós também devemos ter motivos para nos entregar a Ele.

A Bíblia mostra que o problema da consagração é o resultado de uma situação de “compra”. “Não sois de vós mesmos” diz a Bíblia, “porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co 6:19-20). Em outro versículo diz: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos, se morremos, para o Senhor morremos. Quer pois vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14:8). A Bíblia diz também que somos “escravos” de Deus (I Co 7:22). Um escravo é aquele sobre quem o seu Senhor tem todos os direitos, por tê-lo comprado. Esse termo, “escravo” soa um tanto desagradável, mas nós, que temos experimentado a graça do Senhor, conhecemos o quanto é maravilhoso ser Seus escravos.

O Senhor nos comprou por um alto preço e agora nenhum de nós tem direito sobre si mesmo. A autoridade sobre nossa vida foi entregue em Suas mãos pelo direito de compra. Com base nisso Ele pede que nos entreguemos. Por um alto preço, pelo preço do precioso sangue de Seu Filho, Deus nos comprou para Si. Pelo fato de termos sido comprados por Deus, a autoridade sobre a nossa vida não é nem do mundo nem nossa, é Dele. Ele tem, portanto, um bom motivo para exigir que nos entreguemos a Ele.    

Muitos cristãos, atualmente, são como escravos foragidos. O Senhor estabeleceu Seus direitos sobre eles pela redenção, mas eles se recusam a reconhecer Suas exigências legais. O Senhor pagou o preço, mas eles não permitem que Ele tome posse do que é Seu. Isso é uma ofensa contra a lei do universo. Devemos resolver esse problema da exigência legal de Deus, entregando-nos a Ele.

A base verdadeira da consagração é de ordem legal. Não é baseada em constrangimento de amor, como muitos cristãos pensam. Eles se entregam ou deixam de se entregar ao Senhor na proporção em que sentem ou deixam de sentir o Seu amor. Mas, na concepção de Deus, nossa consagração não é uma questão opcional; sua base legal está estabelecida. Você foi comprado como Seu escravo e quer goste ou desgoste, você pertence a Ele. O direito sobre sua vida não é seu, mas Dele, porque Ele o adquiriu pela compra.

Já dissemos que o amor não é a base consagração, todavia, ele é a força que a gera. Existem escravos que percebem que a autoridade sobre sua vida está na mão de seus senhores, e eles cerram seus dentes com amargura de alma ao ter de servi-los. Eles não têm nenhum amor por aqueles que os possuem. Mas talvez você se lembre do que é dito em Êxodo 21, sobre um escravo que no final de seis anos de serviço, podendo ser um homem livre, declarou: “Eu amo a meu senhor, não quero sair livre”. Em conseqüência disso, o seu senhor o faria chegar à porta ou à ombreira e lhe furaria a orelha com uma sovela. 

Submetendo-se a isso, o escravo na realidade quis dizer: “Por amor a meu senhor, eu quero ser seu escravo para sempre”. Ele poderia sair em liberdade, mas por causa do amor rejeitou sua liberdade. Essa é a verdadeira consagração. Há um versículo na Bíblia que diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1).

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

UMA PALAVRA DE CONSOLAÇÃO

Que a graça e a paz do Senhor Jesus Cristo seja convosco!

Escrevo esta página pensando nos seguidores dos Diários do Reino que constantemente estão acessando e estudando o seu conteúdo. Tenho a preocupação com todos, pois sei que as revelações da Palavra da verdade podem, momentaneamente, causar certa perplexidade. O perigo que ronda o cristão é o desânimo e a sensação de incompetência com relação às exigências da Palavra para ser um vencedor.

Quando me tornei cristão, tinha minha própria concepção sobre o que era um cristão, e tentei ao máximo ser esse tipo de cristão. Pensei que somente alcançando o padrão imaginado atingiria a perfeição. Ser perfeito era a minha ambição, mas eu tinha minha própria opinião sobre o padrão de perfeição. Pensava que um cristão perfeito deveria sorrir desde a manhã até a noite; se alguma vez derramasse uma lágrima, ele deixaria de ser vitorioso. Pensava que um cristão perfeito deveria ser uma pessoa muito corajosa; se sob quaisquer circunstâncias mostrasse o menor sinal de temor, então eu diria que lhe faltara fé; ele não conseguira confiar no Senhor; ele não fora perfeito.

Durante muito tempo conservei essas idéias, até o dia em que, ao ler 2 Coríntios, cheguei à passagem onde Paulo disse que estava triste. Fiquei impressionado. Paulo triste? Pensei. Em seguida li que ele derramou muitas lágrimas, e considerei; será que de fato Paulo tenha chorado? Li que ele fora atribulado, que estivera perplexo (4:9) e considerei: Paulo estivera realmente atribulado? Estivera ele realmente perplexo? Li também: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida”. E considerei: será possível que o grande apóstolo Paulo tenha se desesperado?

Nunca havia me ocorrido que uma pessoa como Paulo pudesse ter experiências tais como estas. Todavia, enquanto eu prosseguia a leitura, gradativamente tomei consciência do fato de que os cristãos não são uma categoria de seres angelicais, e que Paulo não ficava muito longe de nós. Na verdade, descobri que Paulo era um homem e que era um homem igual aos outros que conheço. Eis aqui um homem que está com medo, no entanto é forte; cercado pelos inimigos, mas não aprisionado; parece vencido, contudo não está destruído. Percebe-se que ele é fraco, porém declara que quando está fraco então é forte.

Pode-se ver que ele leva no corpo o morrer de Jesus, todavia diz-nos que a vida de Jesus também se manifesta em seu corpo. Você ouve seu “relato negativo”, mas também ouve seu “relato positivo”. Ele parece ser um “enganador”, contudo é “verdadeiro”. Parece ser desconhecido, no entanto é bem conhecido. É como alguém que está morrendo, todavia ele vive; como alguém entristecido, mas sempre alegre; pobre, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo. Eis aqui um cristão!

Você percebe o que significa ser cristão? Ser cristão é ser uma pessoa em quem há uma inconsistência fundamental, um paradoxo inerente, e esse paradoxo vem de Deus. Vejamos o pensamento de Deus a respeito dos cristãos: “Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós” (II Co 4:7). Algumas pessoas pensam que no viver cristão só existe o tesouro e não o vaso de barro. Se elas encontram o vaso de barro em algum lugar, sentem que tudo está errado. Porém, a concepção de Deus é totalmente diferente da do homem.

O propósito de Deus não anula o vaso de barro; Ele põe o tesouro nele. É sempre no vaso de barro que o tesouro é encontrado. Deixem-me dizer-lhes que não há uma alma cujo vaso de barro seja tão vil que o tesouro não possa aparecer nele. A beleza do tesouro é realçada pelo vaso de barro no qual é depositado.

Paulo era um homem, um homem de verdade, mas a vida do Senhor brilhou por meio de sua vida. Ele não era um robô; ele tinha sentimentos. Não era invariavelmente triste nem era sempre alegre. Ao mesmo tempo que estava triste, também estava alegre. É característico do viver cristão, que mesmo enquanto as lágrimas correm, a face pode expressar-se num sorriso. Console-se com estas palavras e até a próxima.