segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ – II


Qual é a lição que aprendemos com Isaque? Gálatas 4 diz que Isaque é o filho da promessa (v. 23). A história de Abraão, Isaque e Jacó, de Gênesis 11 até 50, mostra-nos que Isaque era um homem comum e nada tinha de especial. Toda a vida de Isaque foi um constante desfrutar da herança de seu pai. 

É verdade que Isaque cavou alguns poços. Mas mesmo os poços foram primeiramente cavados por seu pai. 

“E tornou Isaque a abrir os poços que se cavaram nos dias de Abraão, seu pai (porque os Filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão), e lhes deu os mesmos nomes que já seu pai lhes havia posto” (Gn 26.18). 

A lição que Isaque nos ensina é que nós nada temos além do que herdamos do Pai. Paulo fez uma pergunta: “E que tens tu que não tenhas recebido?” Em outras palavras, não há nada que tenhamos que não tenha sido recebido. Tudo o que temos vem do Pai. Esse é Isaque.

Nós precisamos ver que Deus é o Pai e que tudo procede Dele. A vida do Filho, a qual nós herdamos, procede do Pai. Aos olhos de Deus, somos apenas aqueles que recebem. A salvação é recebida, a vitória é recebida, a justificação é recebida, a santificação é recebida, o perdão é recebido e a liberdade é recebida. O princípio de receber é o princípio de Isaque. Devemos dizer: “Aleluia! Tudo o que temos vem de Deus.” Esta é a nossa salvação; esta é a nossa libertação.

Agora vejamos Jacó. Muitos cristãos vêem que Deus é a fonte de tudo. Eles também vêem que tudo o que têm veio por recebimento. Mas há um problema: muitos cristãos não recebem. Muitos, além de não receberem, ainda tentam fazer as coisas por si mesmos. Tentam vencer por sua própria vontade e esforço. Por que? Uma das razões é que o princípio de Jacó ainda está em nós. A atividade da carne ainda está presente e a vida natural ainda está lá. 

Sabemos doutrinariamente que Deus é o Iniciador de tudo, contudo, na realidade, tentamos iniciar muitas coisas. Nós nos lembramos de uma doutrina por duas semanas, mas na terceira semana esquecemos dela. Então tentamos, de novo, iniciar algo. Agimos dessa maneira, porque Jacó ainda está presente em nós.

A característica predominante da constituição natural de Jacó era sua esperteza. Ele era uma pessoa excepcionalmente esperta; podia enganar qualquer um. Enganou seu irmão, seu pai e seu tio. Ele conseguia inventar qualquer coisa, ele conseguia fazer tudo e achava que podia conseguir qualquer coisa. Ele foi até seu tio de mãos vazias e voltou com as mãos cheias. Este era Jacó. 

Quando foi morar com seu tio, Jacó queria casar-se com Raquel, mas Labão primeiro lhe deu Lia, não Raquel. Por vinte anos, o calor consumia-o de dia e a geada, de noite (Gn 31.40). Sem dúvida ele viveu uma vida penosa e árdua. Todas estas experiências foram a disciplina do Espírito Santo; elas foram provações pelas quais um homem astuto tem de passar. Todos os que conseguem maquinar e são engenhosos verão a mão de Deus sobre eles. A vida natural precisa sair. A história de Jacó é uma figura da disciplina do espírito Santo.

Na noite em Peniel, Jacó aprendeu a lição mais importante; realmente aquela foi a melhor noite de sua vida! Ele achava que sabia manejar qualquer um e que igualmente poderia persuadir Deus. Mas quando estava face a face com Deus, o Senhor tocou na articulação da coxa de Jacó e ele se tornou manco (Gn 32.25). 

A articulação da coxa é a parte mais forte de todo o corpo. O osso da coxa de Jacó ser tocado significa que Deus tocou na parte mais forte de sua vida natural. Daquele dia em diante, ele estava manco! Antes de ficar manco, ele era Jacó. Depois que ficou manco, Israel veio à existência (v.28). Daquele dia em diante, ele não foi mais um suplantador, mas alguém que fora suplantado. Antes daquele dia, ele enganara seu pai. Após aquele dia, ele foi enganado por seus filhos (Gn 37.28-35).

O Jacó de agora era diferente do Jacó anterior. Ele não mais confiava em sua própria esperteza. Ele derramou muitas lágrimas, e sua força natural foi tratada e despojada por Deus. É esse tipo de experiência que nos faz povo de Deus. Um dia Deus brilhará sobre você e lhe mostrará quão maligno, perverso e conivente você é. 

Quando Deus lhe mostrar quem você é, você não será capaz de levantar a cabeça. A luz de Deus porá um fim em você e o obrigará a admitir que você está acabado. A partir daí você não mais confiará em si mesmo. Esta é a disciplina do Espírito Santo.

Concluindo: Abraão mostra-nos que tudo vem de Deus; nada podemos fazer por nós mesmos. Isaque mostra-nos que tudo vem de Deus, e que nossa posição é receber. Porém, se nós apenas recebemos e não temos a disciplina do Espírito Santo, alguma coisa sairá errada. Isto é o que Jacó nos mostra. 

Um dia o Senhor virá a nós, nos tocará e torcerá a articulação da nossa coxa; Ele tratará com a nossa vida natural. Então, nos tornaremos humildes e seguiremos o Senhor com temor e tremor.   


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