Há
certas questões urgentes que todo cristão deve responder com total sinceridade.
Você tem fome de Jesus Cristo? Você anseia passar um tempo sozinho com Ele em
oração? Ele é a pessoa mais importante em sua vida? Ele preenche sua alma como
uma canção alegre? Ele está em seus lábios como um grito de louvor? Ou Ele está
sufocado por distrações, anulado pelo orgulho? Você consulta Suas memórias, Seu
Testamento, para aprender mais sobre Ele? Você tem sede da água viva do Seu
Espírito Santo? Você está se esforçando para morrer diariamente para qualquer
coisa que iniba, diminua ou ameace sua amizade com Ele?
Para
verificar onde você realmente está com o Senhor, recorde o que o entristeceu no
último mês. Foi a consciência de que você não ama Jesus o suficiente? De que
você não buscou a Sua face em oração com a freqüência necessária? Ou você ficou
abatido por causa de uma falta de respeito, de uma crítica de uma figura de
autoridade ou em razão de suas finanças, da falta de amigos, de medos sobre o
futuro ou pelo aumento de peso?
De
modo inverso, o que o alegrou no último mês? Uma reflexão sobre a importância
de sua eleição para a comunidade cristã? A alegria de poder dizer suavemente:
“Aba, Pai”? A tarde em que você se retirou durante duas horas, levando só o
evangelho como seu companheiro? Uma pequena vitória sobre o egoísmo? Ou as
fontes de sua alegria foram um carro novo, uma roupa de grife, um grande
evento, o sexo, um aumento salarial ou a perda de meio quilo em seu peso?
Quando
todos os cristãos se rendem ao mistério do fogo do Espírito que queima por
dentro; quando nos submetemos à verdade salvadora de que alcançamos vida
somente através da morte, assim como nos voltamos para a luz somente através
das trevas; quando reconhecemos que o grão de trigo deve se enterrar no chão e
morrer, assim como Jonas deve ser sepultado na barriga do grande peixe e o
jarro de alabastro do “eu” deve ser quebrado para que os outros percebam a doce
fragrância de Cristo; quando respondemos ao chamado de Jesus “vinde a mim”,
então o poder ilimitado do Espírito Santo será liberado com surpreendente força
na igreja e no mundo.
Mas
isso só acontecerá se nos apartarmos da vida que estamos acostumados a viver,
uma vida regida por nossos desejos de segurança, prazer e poder. São esses
desejos que nos impedem de reconhecer a verdade de nossa necessidade da
misericórdia de Deus. São esses desejos que nos impedem de tirar os resíduos
embaraçadores de nossa vida sem Deus e nos obstruem a transparência.
SEGURANÇA
Em
um sentido muito óbvio, o culto à segurança inclui os crentes que com
freqüência adoram mais no altar do sucesso do que no altar do Deus vivo, que se
curvam mais regularmente às vacas sagradas da segurança e do conforto do que ao
domínio soberano de Jesus Cristo. A síndrome da segurança é facilmente
reconhecível quando o assunto é dinheiro. Uma pessoa pode se sentir segura com
apenas dez reais aqui e agora. Outra pessoa pode se sentir insegura com 100 mil
reais no banco. A quantia não importa. O tipo de segurança que buscamos
(financeira, de relacionamento, profissional) não tem importância. O que
importa é a quantidade de tempo, energia, pensamento e atenção que investimos
na desgastante luta para alcançar as condições que acreditamos ser indispensáveis
para nos sentirmos seguros.
Os
detalhes de nossas listas de compra são bastante arbitrários, mas o desejo de
segurança é muito exigente e afasta nossa mente do chamado superior para que
nossos pensamentos e nosso coração sejam habitados por Cristo Jesus. O Senhor
passou pelo mundo como uma figura de luz e verdade, às vezes terno, às vezes
bravo, sempre justo, amoroso e eficaz, mas nunca inseguro. Uma palavra, um
gesto, umas poucas sílabas traçadas na areia, uma ordem como “venham,
sigam-me!” e destinos foram mudados, espíritos renascidos. Ele conversou com
samaritanos, prostitutas e crianças e lhes falou da verdade, da misericórdia e
do perdão, sem nunca apresentar sequer um traço de insegurança a obscurecer seu
semblante. Passando seu tempo com aqueles que eram desaprovados por todos, ele
nunca vacilou em seu desejo de lhes oferecer seu reino.
Quando
nos apegamos a um miserável sentimento de segurança, a possibilidade de
transparência torna-se totalmente nula. Da mesma maneira que o amanhecer da fé
exige o pôr do sol de nossa anterior incredulidade, de nossas falsas idéias e
convicções equivocadas e circunscritas, assim também o amanhecer da crença
exige o abandono de nossa ânsia pelas garantias materiais e espirituais. A
segurança no Senhor Jesus implica o fim de nossos cálculos e estimativas de
custo.
Viver
na dependência da “segurança” derrota a alegre confiança na sabedoria e no amor
de Deus, prejudica as relações interpessoais, impede a contínua renovação da
comunidade e a união cristã e põe em desvantagem o cristão sério que busca
atingir a mente de Cristo Jesus.
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