O
REINO QUE PROVEM DO SENHOR É INABALÁVEL
O
evangelho que o Novo Testamento nos revela, e que foi pregado pelo Senhor
Jesus, é o evangelho do reino (Mt 3.1-2; 4.17, 23; 10.7; 24.14).
Nós somos
exortados a arrepender-nos para o reino (Mt 3.2). Talvez, quando fomos salvos,
não tenhamos ouvido um evangelho tão claro. Naquela ocasião, estávamos com medo
de ir para o inferno e desejávamos ir para o céu. Por isso, nos arrependemos
para o céu. Essa é uma pregação errada do evangelho, pois o arrependimento não
é para o céu, mas para o reino:
“Desde então começou Jesus
a pregar: Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus”. (Mt 4.17).
Nós
renascemos, fomos regenerados, para o reino. Em João 3.5, o Senhor Jesus disse:
“Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus”. Muitos cristãos foram ensinados erroneamente que a
regeneração é para ir para o céu. Aqui vemos claramente que a regeneração é
para entrar no reino de Deus.
Colossenses
1.13 diz: “Ele nos libertou do império
das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. Esse
versículo revela que fomos transportados para fora de um reino de trevas de
Satanás, para outro reino, o reino do amor do Filho de Deus. Podemos afirmar,
sem dúvida, que na igreja, estamos vivendo no reino de Deus hoje.
Romanos 14.17
é uma forte prova de que a vida da igreja hoje é o reino: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo”. Contudo, o que somos na igreja hoje é a
realidade do reino, enquanto a manifestação do reino virá com a volta de Cristo
no futuro.
Se
quisermos entender as verdades do Novo Testamento a respeito do reino,
precisamos perceber os dois aspectos principais do reino – o da sua realidade e
o da sua manifestação. Na vida da igreja, hoje, não temos o reino em sua
manifestação; o temos em realidade. Segundo a aparência exterior, os homens não
conseguem ver o reino na igreja. Contudo, a realidade do reino está conosco.
A
realidade do reino é um exercício e disciplina para nós hoje na igreja. Suponha
que você compre algo em uma loja e o caixa lhe devolva troco a mais. Se você é
exercitado e governado pelo reino, você devolverá imediatamente o dinheiro
excedente. Essa é uma experiência do governo da realidade do reino, que é tanto
um exercício como uma disciplina.
A
situação do cristianismo hoje é muito lamentável, pois muitos cristãos tem se
intoxicado, pensando que tudo é graça e que não há necessidade de treinamento,
exercício e disciplina. Nós precisamos elevar o padrão da vida da igreja por
meio da disciplina e do exercício da realidade do reino. Como precisamos de
disciplina para o reino hoje!
A
manifestação do reino será uma recompensa e um desfrute para nós no reino
milenar na era vindoura:
“Pois o Filho do Homem virá
na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um segundo
as suas obras” (Mt 16.27).
Hoje,
na realidade do reino, temos o exercício e a disciplina. Na era vindoura, na
manifestação do reino, teremos um galardão e um desfrute. Se lermos Mateus
16.27 em seu contexto, veremos que a vinda do Senhor para recompensar todos
segundo as suas obras está relacionada à manifestação do reino. Em Mateus 25.21
e 23, o Senhor diz aos seus servos fiéis: “Muito bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Entrar
no gozo do Senhor é estar na manifestação do reino durante mil anos.
Se
tomarmos o exercício do Espírito e a disciplina de Deus na realidade do reino
hoje, receberemos a recompensa do Senhor e entraremos no desfrute do descanso
sabático vindouro. Se não aceitarmos o exercício do espírito e a disciplina de
Deus hoje, perderemos o reino vindouro em sua manifestação como uma recompensa.
Não seremos recompensados com a manifestação do reino na volta do Senhor; não
teremos direito a entrar na glória do reino para participar do reinado de
Cristo no milênio. Não reinaremos nem seremos sacerdotes reais servindo a Deus
e a Cristo em Sua glória manifestada. Perderemos o gozo de sermos co-reis com
Cristo, governando as nações com Sua autoridade divina (Ap 20.4, 6).