Na
epístola aos Hebreus encontramos valiosas revelações a respeito da salvação
eterna e das recompensas no reino milenar. O escritor dessa epístola não estava
preocupado com a nossa salvação, pois segundo o que ele escreveu, a mesma é
garantida eternamente.
O autor deixou bem claro que Cristo ofereceu-se para
aniquilar o pecado de uma vez por todas (Hb 7.27; 9.26, 28) e que Ele obteve
por nós uma salvação eterna (Hb 5.9). Afirma reiteradamente que Cristo, tendo entrado
de uma vez por todas no Santo dos Santos, obteve para nós redenção eterna:
“e não por meio de sangue de bodes e
bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por
todas, havendo obtido uma eterna redenção”.
O
escritor sabia que nossa salvação estava totalmente e completamente garantida e
que fomos salvos para sempre. Contudo, ele estava muito preocupado se seus
leitores receberiam um prêmio ou se sofreriam punição.
Através
dos séculos, a maioria dos cristãos não compreendeu a questão da punição e recompensa.
Muitos livros tratam da questão da recompensa, dizendo que se seguirmos
fielmente o Senhor e fizermos a Sua vontade, receberemos uma coroa como
recompensa. Contudo, é difícil encontrar um livro que trate do outro aspecto –
o da punição.
A maioria dos escritores cristãos prefere não tocar nesse
assunto, porque isso lhes traria dificuldades. Entretanto, encontramos na
epístola aos Hebreus esse versículo:
“De quanto maior castigo
cuidais vós será julgado aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano
o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajar o Espírito da
graça?” (Hb 10.29).
Aqui
é mencionado um “severo castigo”, e não podemos ignorá-lo. Ou sofreremos um
severo castigo ou receberemos um galardão. Nosso Deus é correto, justo e sábio.
Ele sabe como manejar todas as coisas e como tratar com Seus filhos. Como um
sábio Pai, Ele tem uma maneira justa de tratar a nós que somos Seus filhos: Ele
recompensará os fiéis e obedientes e punirá os infiéis e desobedientes.
Segundo
a maioria dos ensinamentos, parece que Deus apenas recompensa os fiéis, mas não
pune os infiéis. Isso não é lógico. Nosso Pai é muito mais sábio que isso.
Dizer que Ele recompensará os fiéis e disciplinará os infiéis é evidente. Nosso
Deus é coerente e tem um propósito. Ele nunca faz algo sem sentido. A palavra é
clara em Seu oráculo quando diz que Ele nos recompensará se formos fiéis, mas
se não o formos, Ele nos punirá.
Precisamos
ficar profundamente impressionados com esse assunto do “severo castigo” e do
“grande galardão”. Talvez ainda precisemos sublinhar essas palavras em nossa
Bíblia como lembrete de seu significado. Essas palavras representam nosso
futuro. Qual será ele – um severo castigo ou um grande galardão?
Todos
nós devemos ter clareza a respeito de quatro palavras: salvação, perdição, galardão e punição. O galardão não é o mesmo
que salvação; é algo mais que isso. A salvação é pela graça, por meio da fé,
enquanto o galardão é segundo a vida e obra que temos feito depois de sermos
salvos. Assim como galardão é diferente de salvação, punição também é diferente
de perdição.
Entenda
que a perdição é para os não salvos, ao passo que a punição é para os crentes. Os
não crentes enfrentam duas escolhas – salvação ou perdição. Nós, os salvos,
também devemos considerar duas possibilidades – receber um galardão ou sofrer
punição. Todos os crentes devem ter clareza a esse respeito, pois é uma questão
da economia de Deus, a maneira de Deus tratar com Seus filhos.
A
salvação eterna, como revela claramente Efésios 2.8, é pela graça, mediante a
fé, nada tendo a ver com nossas obras. Tudo que tivermos feito, tudo que
estivermos fazendo e tudo o que faremos não afeta nossa salvação. Ele é
absolutamente uma questão da graça de Deus pela nossa fé no Senhor Jesus. A
salvação não é por nossas obras (Ef 2.9; Rm 11.6). Ela não depende do que
fazemos, do que somos, nem de como nos comportamos. Como ela é pela graça
mediante a nossa fé, já não é por nossas obras; caso contrário, não é graça.
João
10.28-29 é uma palavra forte e nos dá a certeza de que os salvos jamais
perecerão. O Senhor Jesus disse:
“Eu
lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode
arrebatar”.
A vida que recebemos é a vida eterna, com a qual nada pode
acabar. E, além disso, temos duas mãos nos segurando, a mão poderosa do Senhor
Jesus e a mão amorosa do Pai, das quais ninguém pode nos arrebatar. Nossa
salvação é garantida eternamente pela vida eterna e pelas mãos divinas.
Por
outro lado, a primeira Epístola aos Coríntios 3.15 revela que o salvo pode não
receber um galardão, mas sofrer dano, “mas
esse mesmo será salvo, todavia como que através do fogo”. O versículo 8
diz: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão,
segundo o seu próprio trabalho”. Esse versículo indica que aqui não é uma
questão de salvação, mas de recompensa.
Os
versículos 14 e 15 nos falam que: se a obra que alguém edificou sobre o
fundamento permanecer, esse receberá galardão. Porém, se a obra de alguém se
queimar, sofrerá perda; o tal será salvo, todavia como pelo fogo. Não é
necessário que eu interprete esses versículos.
Tome-os, simplesmente, como eles
são. Com certeza não é algo bom ser salvo “como que através do fogo”. Não sei
que tipo de fogo será esse, mas não quero passar por ele.
O
que temos aqui é a pura Palavra de Deus!
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