quinta-feira, 19 de abril de 2012

O RECOMPENSAR E O PUNIR DE DEUS


Na epístola aos Hebreus encontramos valiosas revelações a respeito da salvação eterna e das recompensas no reino milenar. O escritor dessa epístola não estava preocupado com a nossa salvação, pois segundo o que ele escreveu, a mesma é garantida eternamente. 

O autor deixou bem claro que Cristo ofereceu-se para aniquilar o pecado de uma vez por todas (Hb 7.27; 9.26, 28) e que Ele obteve por nós uma salvação eterna (Hb 5.9). Afirma reiteradamente que Cristo, tendo entrado de uma vez por todas no Santo dos Santos, obteve para nós redenção eterna: 

“e não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, havendo obtido uma eterna redenção”.

O escritor sabia que nossa salvação estava totalmente e completamente garantida e que fomos salvos para sempre. Contudo, ele estava muito preocupado se seus leitores receberiam um prêmio ou se sofreriam punição.

Através dos séculos, a maioria dos cristãos não compreendeu a questão da punição e recompensa. Muitos livros tratam da questão da recompensa, dizendo que se seguirmos fielmente o Senhor e fizermos a Sua vontade, receberemos uma coroa como recompensa. Contudo, é difícil encontrar um livro que trate do outro aspecto – o da punição. 

A maioria dos escritores cristãos prefere não tocar nesse assunto, porque isso lhes traria dificuldades. Entretanto, encontramos na epístola aos Hebreus esse versículo:

“De quanto maior castigo cuidais vós será julgado aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajar o Espírito da graça?” (Hb 10.29).

Aqui é mencionado um “severo castigo”, e não podemos ignorá-lo. Ou sofreremos um severo castigo ou receberemos um galardão. Nosso Deus é correto, justo e sábio. Ele sabe como manejar todas as coisas e como tratar com Seus filhos. Como um sábio Pai, Ele tem uma maneira justa de tratar a nós que somos Seus filhos: Ele recompensará os fiéis e obedientes e punirá os infiéis e desobedientes.

Segundo a maioria dos ensinamentos, parece que Deus apenas recompensa os fiéis, mas não pune os infiéis. Isso não é lógico. Nosso Pai é muito mais sábio que isso. Dizer que Ele recompensará os fiéis e disciplinará os infiéis é evidente. Nosso Deus é coerente e tem um propósito. Ele nunca faz algo sem sentido. A palavra é clara em Seu oráculo quando diz que Ele nos recompensará se formos fiéis, mas se não o formos, Ele nos punirá.

Precisamos ficar profundamente impressionados com esse assunto do “severo castigo” e do “grande galardão”. Talvez ainda precisemos sublinhar essas palavras em nossa Bíblia como lembrete de seu significado. Essas palavras representam nosso futuro. Qual será ele – um severo castigo ou um grande galardão?

Todos nós devemos ter clareza a respeito de quatro palavras: salvação, perdição, galardão e punição. O galardão não é o mesmo que salvação; é algo mais que isso. A salvação é pela graça, por meio da fé, enquanto o galardão é segundo a vida e obra que temos feito depois de sermos salvos. Assim como galardão é diferente de salvação, punição também é diferente de perdição.

Entenda que a perdição é para os não salvos, ao passo que a punição é para os crentes. Os não crentes enfrentam duas escolhas – salvação ou perdição. Nós, os salvos, também devemos considerar duas possibilidades – receber um galardão ou sofrer punição. Todos os crentes devem ter clareza a esse respeito, pois é uma questão da economia de Deus, a maneira de Deus tratar com Seus filhos.

A salvação eterna, como revela claramente Efésios 2.8, é pela graça, mediante a fé, nada tendo a ver com nossas obras. Tudo que tivermos feito, tudo que estivermos fazendo e tudo o que faremos não afeta nossa salvação. Ele é absolutamente uma questão da graça de Deus pela nossa fé no Senhor Jesus. A salvação não é por nossas obras (Ef 2.9; Rm 11.6). Ela não depende do que fazemos, do que somos, nem de como nos comportamos. Como ela é pela graça mediante a nossa fé, já não é por nossas obras; caso contrário, não é graça.

João 10.28-29 é uma palavra forte e nos dá a certeza de que os salvos jamais perecerão. O Senhor Jesus disse: 

“Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”. 

A vida que recebemos é a vida eterna, com a qual nada pode acabar. E, além disso, temos duas mãos nos segurando, a mão poderosa do Senhor Jesus e a mão amorosa do Pai, das quais ninguém pode nos arrebatar. Nossa salvação é garantida eternamente pela vida eterna e pelas mãos divinas.

Por outro lado, a primeira Epístola aos Coríntios 3.15 revela que o salvo pode não receber um galardão, mas sofrer dano, “mas esse mesmo será salvo, todavia como que através do fogo”. O versículo 8 diz: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho”. Esse versículo indica que aqui não é uma questão de salvação, mas de recompensa.

Os versículos 14 e 15 nos falam que: se a obra que alguém edificou sobre o fundamento permanecer, esse receberá galardão. Porém, se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será salvo, todavia como pelo fogo. Não é necessário que eu interprete esses versículos. 

Tome-os, simplesmente, como eles são. Com certeza não é algo bom ser salvo “como que através do fogo”. Não sei que tipo de fogo será esse, mas não quero passar por ele.
O que temos aqui é a pura Palavra de Deus! 

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