segunda-feira, 2 de abril de 2012

A VIDA E A OBRA NECESSÁRIAS PARA ENTRAR NO REINO MILENAR


O Evangelho segundo Mateus contém duas parábolas, no capítulo 25, que dizem respeito aos cristãos: a parábola das dez virgens e a dos talentos. A parábola das dez virgens retrata a vida que deveríamos ter, e a parábola dos talentos retrata a obra que deveríamos fazer. São parábolas que nos alertam que a nossa vida deve ser a de uma virgem prudente, e nossa obra deve ser a de um servo fiel.

Na parábola das dez virgens, vemos que precisamos ter uma vida vigilante, uma vida que continuamente dá testemunho e sai do mundo para encontrar-se com o Senhor. Essa parábola revela também que não somente precisamos ter o nosso espírito iluminado pelo Espírito de Deus, mas que nossa vasilha, isto é, nossa alma, deve ser transformada com uma porção extra do Espírito que dá vida.

A parábola dos talentos revela que nossa obra deve ser a de um servo fiel, usando os talentos dados pelo Senhor para negociar em benefício Dele e lucrar para Sua economia. De acordo com o que é revelado na referidas parábolas em Mateus, essa vida maravilhosa e essa obra fiel são ambas crucialmente necessárias para que sejamos recompensados com o descanso sabático no reino milenar. Esse descanso no reino milenar é diferente do descanso na salvação eterna, a qual é recebida simplesmente pela fé no Senhor Jesus.  

Os Talentos Dados Segundo a Capacidade

Não fomos regenerados apenas para termos a vida divina e sermos filhos de Deus, mas também para obter talentos e para servir o Senhor como Seus servos. Na parábola dos talentos, vemos que os talentos foram dados aos servos de acordo com a capacidade de cada um: 

“A um deu cinco talentos, a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade” (Mt 25.15). 

Todos nós temos alguma capacidade, e os talentos dados a nós são segundo nossa capacidade. O apóstolo Paulo tinha muita capacidade, e muitos talentos foram dados a ele. Contudo, toda nossa capacidade natural tem de ser tratada, tem de ser mortificada com Cristo em Sua morte, para ser útil a Deus em ressurreição. Isso porque, nossa capacidade natural será sempre um impedimento à nossa utilidade nas mãos do Senhor. Na obra do Senhor, somente a capacidade ressurreta, e não natural, pode satisfazer ao Senhor da obra.

Cuidado Com a Negligência

Nenhum salvo deve desculpar-se dizendo: “Eu não tenho muita capacidade e não me foram dados muitos talentos, portanto não tenho muito que fazer”. Quer tenhamos recebido cinco talentos, dois talentos ou um, o princípio é o mesmo: temos de ganhar outros cinco, dois ou um para o Senhor. Se você ganhou um talento, não use isso como desculpa para ser negligente. 

Segundo a parábola, o perigo não está com os de mais talentos, mas com os de um talento. O servo de um talento tentou desculpar-se, mas recebeu uma repreensão e uma punição.
Muitos mestres fundamentalistas da Bíblia, dizem que o servo de um talento era um falso cristão. Esses mestres fundamentalistas, por serem calvinistas, foram forçados a dizer isso porque não conseguiram conciliar tais porções da Palavra com o ensinamento de que “uma vez salvos, salvos para sempre”. 

Uma vez que não podiam entender como um cristão poderia ser lançado nas trevas exteriores, eles tinham de afirmar que o servo negligente, o de um talento, era um falso crente. O calvinismo não considera a recompensa, que inclui tanto o prêmio como a punição.
Contudo, a revelação completa da Palavra de Deus nos mostra não só a salvação eterna pela fé, como também nos revela a recompensa dispensacional (seja prêmio ou punição) pelas obras. 

O prêmio da recompensa dispensacional será o descanso do sábado vindouro no reino milenar. Para que entremos nesse descanso, precisamos, depois de ter sido salvos para sempre pela fé, ter uma vida vigilante como virgens prudentes, e fazer uma obra fiel como servos fiéis. De outra maneira, perderemos o descanso no reino milenar e sofreremos dura disciplina.  

 O servo negligente, de um talento, não apenas perderá o desfrute de ser um co-rei juntamente com Cristo durante o reino milenar, mas também terá algum sofrimento. Se não houvesse sofrimento, não haveria menção de “choro e ranger de dentes” (Mt 25.30), que são sinais do sofrimento por causa de uma punição. Aqui não se trata de perdição eterna; é a disciplina do nosso Pai e criador. Tanto a era da igreja como a era do reino são partes do período da realização de Deus para o cumprimento do Seu propósito. Esse período não terminará até o fim do milênio. Portanto, o tratamento de Deus para conosco, Sua disciplina sobre nós, pode não ser somente na era da igreja, mas pode ser também na era vindoura do reino.

No fim do milênio, o propósito eterno de Deus terá sido consumado, o novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém terão sido introduzidos e não haverá mais tratamentos nem disciplina de Deus, isso já não será mais necessário. Precisamos repetir isso, porque muitos cristãos têm o conceito errado de que, uma vez que o Senhor volte, tudo estará bem e que todos os cristãos participarão do reinado no reino milenar.  

Se reinaremos ou não com Cristo durante o milênio, depende de como estamos nos conduzindo agora. Nosso Senhor é soberano, tendo a maneira de nos amadurecer: se não amadurecermos nesta era, Ele providenciará que amadureçamos na era vindoura. 

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