“Hoje, se ouvirdes a sua
voz, não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no
deserto” (Salmo 95. 7-8).
Em
Hebreus 4.7 diz: “determina outra vez certo dia, Hoje, dizendo por meio de Davi,
muito tempo depois, segundo antes fora dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais os vossos corações”. Isso foi escrito aos crentes hebreus,
descendentes daqueles que provocaram Deus no deserto por terem endurecido seu
coração. O escritor parece estar dizendo a eles: “Irmãos, não endureçais o
vosso coração como fizeram os vossos pais. Estamos vivendo um outro dia, um dia
que no Salmo 95 é chamado ‘Hoje’.
Depois
de falar muito sobre o Salmo 95, o escritor de Hebreus de repente diz:
“Porque
a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb
4.12).
Sempre que lemos ou ouvimos a Palavra de Deus, ela deve ser viva,
energizante e suficientemente afiada para dividir e discernir tudo que está em
nós. Se não o for, não tocamos a palavra de Deus, mas somente as letras pretas
e o papel em que estão inscritas, ou então meras palavras humanas.
A
palavra viva de Deus precisa penetrar nosso ser e separar toda a mistura de
alma e espírito. A vida da igreja é algo absolutamente no espírito. É muito
fácil estar na religiosidade. Entretanto, para entrar na vida da igreja
precisamos ser penetrados e divididos pela palavra viva de Deus. Para vivermos
a vida da igreja com integridade é necessário separar muito bem aquilo que é
espírito e aquilo que é alma em nós.
A
alma é a nossa própria pessoa, a qual é composta pela mente, vontade e emoção. Somos
um ser, uma alma, com dois órgãos – 0 corpo exteriormente e o espírito
interiormente. Nosso espírito é a parte mais profunda do nosso ser, é o órgão
espiritual pelo qual contatamos Deus.
É no nosso espírito que somos regenerados
(Jo 3.6). É no nosso espírito que o Espírito Santo habita e trabalha (Rm 8.16).
É no nosso espírito que desfrutamos Cristo em Sua graça (2 Tim 4.22; Gl 6.18).
Portanto, o escritor de Hebreus aconselhou os crentes hebreus a não vacilarem,
perambulando em sua alma, mas a avançarem em seu espírito para participarem e
desfrutarem o Cristo celestial.
Para
tocar as coisas celestiais, precisamos estar em nosso espírito, mas se
estivermos em nossa mente, jamais poderemos experimentar os lugares celestiais
em Cristo. Em nossa mente podemos visitar mentalmente diversos lugares na
terra, mas não podemos tocar os lugares celestiais. Para isso precisamos estar
em nosso espírito. Assim, nosso espírito está muito unido com a porta dos céus.
Vamos estar em nosso espírito, onde temos a casa de Deus, o Cristo celestial e
a porta dos céus.
Em
certo sentido, nosso espírito é nosso refúgio hoje; ele é uma torre elevada.
Como estamos no mar tempestuoso, muitos pensamentos podem vir. Como escapar da
tempestade e chegar ao refúgio? Somente voltando-nos para o espírito. Como
podemos suportar as fofocas e palavras negativas? Somente entrando em nosso
espírito, onde estão o espírito de vida da parte de Deus (zoe), e o Espírito
Santo. Quando entramos no espírito, estamos na casa de Deus e desfrutamos todas
as riquezas da porta dos céus.
Assim,
precisamos que a palavra viva penetre nas profundezas do nosso ser, dividindo
nossa alma do espírito. Então não ficaremos mais com a alma carnal, mas com o
espírito celestial. Se ficarmos assim, imediatamente nos encontraremos na vida
da igreja.
0 comentários:
Postar um comentário