segunda-feira, 24 de março de 2014

RESSURREIÇÃO POR CAUSA DE NOSSA JUSTIFICAÇÃO

Já comentamos várias vezes que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados (Rm 5.8; 1 Co 15.3). Também vimos como o Senhor cumpriu a justiça de Deus e, ao mesmo tempo, manifestou a graça de Deus. No entanto, aqui cabe uma pergunta: Como sabemos que a obra redentora do Senhor Jesus foi realizada? Como sabemos que tal obra foi aceita por Deus?

Embora digamos que o Senhor Jesus cumpriu as justas exigências de Deus, que Deus tem a dizer sobre isso? De que modo Deus pode mostrar-nos que Seu Filho realmente cumpriu a obra de redenção e verdadeiramente satisfez Suas exigências?

É verdade que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados e que Sua obra foi realizada. Na cruz, antes de morrer, Ele disse claramente: “Está consumado!” (Jo 19.30). É verdade que Ele consumou a obra de redenção que se propôs fazer na terra. Ele foi capaz de dizer que estava consumado. Todos nós que olhamos para Sua salvação também podemos dizer que ela está consumada.

Mas como sabermos que tal obra de redenção foi aceita e aprovada por Deus? Como sabermos se o nosso Deus está plenamente satisfeito com tal obra? Nós dizemos que a obra de redenção é inteiramente justa, mas Deus também diria que ela é justa? Temos de perceber que não há maneira de saber se Deus está ou não satisfeito baseados somente na cruz do senhor Jesus.

Se houvesse apenas a cruz, se tivéssemos somente a morte do Senhor por nós e, no entanto o sepulcro do Senhor não estivesse vazio, nunca saberíamos o que a morte do Senhor realizou por nós. Ao olhar a obra redentora do Senhor, não há somente o aspecto da cruz, mas também o aspecto da ressurreição.

Qual é, então, o propósito da ressurreição de Cristo? Deus ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos como uma prova de que a obra de redenção foi cumprida. Agora Ele está satisfeito. A ressurreição do Senhor é o sinal de “tudo bem” de Deus na obra e na morte do Senhor Jesus. Isso significa que esta morte está agora aprovada. O problema do pecado do homem está agora resolvido.

Se o Senhor não tivesse ressuscitado, embora a redenção tivesse sido cumprida, nosso coração seria mantido em suspense. Ainda haveria certa inquietação em nós, pois apesar de sabermos que a redenção tinha sido cumprida, não saberíamos se ela tinha sido aceita. Em que momento percebemos que fomos totalmente redimidos de nossos pecados? Quando vemos que o Senhor Jesus ressuscitou. A ressurreição é a prova. Ela nos mostra que a cruz foi justa e a redenção foi aprovada.

A ressurreição é a prova de que a obra da cruz foi aceita e recebida por Deus. Se a obra da cruz do Senhor não fosse adequada ou correta, Deus não O teria ressuscitado. Ele ressuscitou porque nós fomos justificados!

Que significa para nós o fato de sermos justificados? Significa que Deus reconheceu a redenção feita por meio de Jesus, Seu Filho. Sem justificação, Ele não poderia ressuscitar. Eis porque dizemos que a ressurreição é o recibo passado por Deus pelo sacrifício que o Senhor Jesus ofereceu. Ela prova que Deus reconhece que o pagamento de nossa dívida foi adequado.

A razão de eu ter segurança de que meus pecados foram perdoados e que fui salvo pela fé é que eu creio na ressurreição de Jesus Cristo. Sua ressurreição mostra-nos que a cruz satisfez o coração de Deus. Com a ressurreição, ganhamos a prova do perdão e um veredito de inocentes. Graças ao senhor pela ressurreição!

segunda-feira, 17 de março de 2014

DEUS DESEJA SALVAR OS HOMENS DE FORMA JUSTA

Deus, sem dúvida, deseja dar-nos graça e salvar-nos. Sem dúvida, Ele quer dar-nos Sua vida. Deus é cheio de amor, e Ele está mais do que desejoso de que sejamos salvos. Mas se Deus vai salvar-nos, Ele tem de fazê-lo de modo excelente. Por isso a salvação dos pecadores é um grande problema para Deus.

A grande questão é saber qual o método a ser usado por Ele para que o homem possa ser salvo da maneira justa. Que método há que seja o mais racional? Que método há que se compare com Sua própria dignidade? É simples ser salvo, mas é difícil ser salvo justamente. Eis por que a Bíblia fala muito sobre a justiça de Deus. Ela nos diz repetidamente que Deus salva o homem de maneira compatível com Sua própria justiça. 

Que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é o modo de Deus agir. Amor é a natureza de Deus, santidade é a disposição de Deus e glória é o próprio ser de Deus. Justiça, no entanto, é o proceder de Deus, Sua maneira e Seu método. Uma vez que Deus é justo, Ele não pode conceder graça ao homem meramente conforme Ele quer. Ele não pode salvar o homem meramente conforme o desejo do Seu coração.

É verdade que Deus salva o homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo de um modo que esteja de acordo com Sua própria justiça, Seu próprio proceder, Seu próprio padrão moral, Sua maneira própria, Sua própria dignidade e Sua própria majestade. Sabemos que para Deus é fácil salvar o homem, mas não é fácil para Deus salvá-lo de maneira justa.

Se a questão da justiça não fosse um problema, não haveria dificuldade alguma. Se a justiça não contasse, Deus poderia dizer: “Você pecou? Tudo bem, apenas não cometa o erro novamente”. Deus, assim, poderia ignorar nossos pecados. Ele poderia dispensar-nos e mandar-nos embora. Se Deus não julgasse o pecado do pecador e tratasse seus pecados conforme a lei, mas perdoasse descuidadamente, onde estaria Sua justiça? Aqui reside a dificuldade.

Sem dúvida alguma, Deus é cheio de amor para conosco. Deus quer salvar-nos. Mas Ele também deseja fazê-lo legalmente. O amor de Deus é limitado por Sua justiça. Deus não agiria contrariamente a Si próprio, declarando irresponsavelmente que nossos pecados estão apagados, que tudo está bem e que podemos considerar-nos livres. Se agisse assim, que lei, que justiça e que verdade seriam deixadas no universo? Tudo estaria acabado.

Deus não pode salvar-nos às custas de se envolver em injustiça. Deus quer salvar-nos preservando Sua justiça. Como isso pode ser feito?
Há um livro na Bíblia, o livro de Romanos, que nos diz como Deus trata especificamente com este problema. Vejamos Romanos 3: 25-26, começando com a segunda parte do versículo 25:

“Deus o propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”
Enquanto Deus justifica os que creem em Jesus, Ele demonstra ser justo, e o homem deve reconhecê-Lo como sendo justo.

Amor, pecado e justiça não podem coexistir facilmente. O amor é um fato; o pecado também é um fato e a justiça é uma necessidade. Por esses três estarem juntos, Deus deve agir de tal maneira que possa nos salvar e satisfazer Seu coração de amor, ao mesmo tempo preservar a Sua justiça. Cumprir tal obra seria uma obra-prima.

A salvação que Deus nos preparou em Seu Filho Jesus é tal obra-prima. Ele é capaz de nos salvar de nossos pecados e demonstrar Seu amor, e é capaz de fazê-lo da maneira mais justa. Isso Ele faz pela obra redentora do Senhor Jesus.  

Porque Deus ama ao mundo e ao mesmo tempo é justo, Ele teve de enviar o Senhor Jesus até nós. Por ser justo, Ele teve de julgar o pecado. Porque Ele é amor, suportou o pecado do homem sobre si. Devo enfatizar essas duas declarações: Deus deve julgar porque é justo. E Deus sofre o julgamento e a punição devidos ao homem, porque Ele é amor.

Sem julgamento não vemos justiça; com julgamento, não vemos amor. Contudo, o que Ele fez foi suportar o julgamento em nosso lugar. Dessa forma, Ele manifesta tanto Seu amor quanto Sua justiça. Ele estava disposto a pagar preço tão alto como o ter Seu Filho pregado na cruz. Deus não estava disposto a desistir de Sua justiça. Se Deus estivesse disposto a esquecer Sua justiça, a cruz teria sido desnecessária. Por não estar disposto a abandonar Sua justiça, Deus preferiu que Seu Filho morresse.

A cruz cumpre tanto a exigência da justiça, como a exigência do amor. Nossa salvação hoje não é “mercadoria contrabandeada”; não a recebemos de modo fraudulento ou impróprio. Nós não fomos salvos ilegalmente. Fomos salvos de modo claro e definitivo por meio do julgamento de nossos pecados em Cristo Jesus. Nós fomos julgados; então, depois disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a justiça de Deus também está aqui.


“Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado” (Romanos 4:7-8).  

segunda-feira, 10 de março de 2014

COMPREENDA O CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

É interessante notar que a primeira atividade governamental consiste em elaborar uma constituição. O processo de edificação de uma nação não pode seguir adiante até que sua constituição esteja terminada e aprovada por todos os líderes envolvidos no processo de elaboração da mesma.

O cerne de todas as nações, os impérios e os reinos é a constituição. Não existe nação ou reino sem ela. Em uma república, a constituição é a aliança que o povo faz consigo mesmo e pela qual escolhe pelo voto um congresso de governantes para preservar a aliança. Em um reino, a constituição é a aliança do rei com seus súditos, a qual contém as aspirações e os desejos do monarca para o seu reino.

Essa é a principal distinção entre um reino e uma república democrática. Nestas, geralmente, a constituição começa com as seguintes palavras: “nós, o povo...” Entretanto, quando lemos a constituição do Reino de Deus, registrada nas Escrituras, ela sempre diz: “Eu, o Senhor, digo...”

Como em qualquer outro sistema governamental, todo reino tem uma constituição. A carta magna de qualquer nação está relacionada à maneira como o governo é organizado, principalmente sobre o modo como o poder soberano é exercido. Em uma república ou democracia, o poder está com o povo. Este elege líderes para representá-lo e, então, manda que essas autoridades criem leis e políticas que beneficiarão os cidadãos.

Em uma democracia, os líderes têm de dar satisfação ao povo. Quando alguém viola a confiança dos eleitores pode ser retirado do cargo e substituído. Por meio de seus líderes eleitos, o povo estabelece sua própria constituição. Em um reino é diferente. Nesse sistema, todo poder reside no rei. Ele é o monarca. Portanto, é aquele que estabelece a constituição para seu reino.

A constituição de um reino registra a vontade, os propósitos e o intento do rei em forma de documento. Ela expressa os desejos pessoais do rei e estabelece princípios sob os quais o reino operará, além de instituir a maneira e as condições pelas quais o rei se relacionará com o povo e vice-versa. A constituição de um reino traz em si a essência da natureza, do caráter e da personalidade do rei.

Registrar a constituição na forma escrita estabelece um padrão que pode ser medido facilmente, além de tornar suas condições e seus termos claros a todos. Por isso, no Reino dos céus temos um livro chamado Bíblia. Ela é a vontade do Rei em forma escrita. É a constituição de seu Reino. As palavras do rei se tornam a lei da terra. Elas não produzem o contrato, pois são o próprio contrato. E por meio deste – dessa constituição – vem a lei. É esse documento que estabelece os termos, as condições, os direitos e os deveres de vida no reino.

A constituição é a vontade e o testamento do rei para seus súditos. Vontade e testamento são duas palavras diferentes, porém relacionadas, e ambas têm importância. A vontade é o que está na mente da pessoa – seus desejos e intentos. O testamento é o documento que registra a vontade da pessoa, descrevendo seus desejos e intentos de forma legal.

Exatamente por isso chamamos a Bíblia de constituição do reino dos céus. Ela está dividida em duas seções conhecidas como o Antigo e Novo Testamento. Portanto, as Sagradas Escrituras compreendem os pensamentos de Deus, documentados, com relação aos seus súditos. A Palavra traz a vontade, o desejo e o intento do Senhor para a raça humana que Ele criou à sua própria imagem.

Portanto, podemos pegar as Sagradas Escrituras e dizer: “Isso é o que o meu Rei me garantiu”. Então, o Rei diz: “De acordo com a minha palavra, seja feito a você”.

A Palavra de Deus, escrita e impressa no livro que chamamos de Bíblia, é o documento mais poderoso que possuímos. Ela é a constituição do Reino dos céus, o testamento da vontade do Rei para seus súditos.
Algumas pessoas religiosas acham que a constituição do Reino dos céus precisa ser alterada ou interpretada para ficar de acordo com os tempos e valores modernos. Ao contrário, a constituição do Reino é um padrão imutável com base no qual devemos medir os valores, a moral, as crenças e as idéias modernas. Sem um padrão confiável, justo e imutável, a sociedade entra em colapso. Podemos ver sinais disso ao nosso redor.  


A constituição de Deus contém os estatutos do Reino. Certa vez, Jesus disse: E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei (Veja Lc 16:17; 23:33). Quem somos nós para achar que temos direito ou autoridade para mudar ou desprezar os estatutos que o Rei dos céus estabeleceu? Os religiosos podem fazer isso sempre que desejarem, porque não estão realmente no Reino. No entanto, os súditos do reino não podem. Nossa constituição declara: “A Palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.25ª) 

segunda-feira, 3 de março de 2014

JESUS CRISTO É REI E SENHOR DE TUDO

Em um reino genuíno, o senhor é dono de todos os recursos e distribui os mesmos igualmente. Sempre que concede algo a um súdito, nunca é para posse própria, mas para mera administração. A submissão ao senhorio de um rei torna o súdito capaz de receber qualquer coisa (benefício) do rei.

Do ponto de vista do Reino, a confissão mais importante que podemos fazer na vida é: “Jesus Cristo é Senhor”. O apóstolo Paulo que foi um embaixador do Reino declarou isso explicitamente em sua carta aos cristãos de Roma:

Se, com tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. (Rm 10.9).  

Ao usar o termo salvo, Paulo se referia a sermos redimidos, recuperados, resgatados e restaurados da alienação causada por nossa rebelião contra Deus, de volta a um relacionamento correto com Ele. A afirmação chave nesse processo é nosso reconhecimento de que Jesus é Senhor de tudo, incluindo nossa vida.

Esse relacionamento com um senhorio nos dá uma idéia do que seria viver sob o governo de um Senhor. Quando dizemos: “Jesus é Senhor”, reconhecemos a autoridade dele sobre nós, bem como nossa responsabilidade em obedecer-lhe. Não existe senhorio sem obediência. Se Ele é Senhor, não podemos dizer: “Senhor, mas...”, ou “Senhor exceto...”, e tampouco “Senhor, espere.” Se Ele é Senhor, tudo que podemos dizer é: “Sim, Senhor”.

O próprio Jesus afirmou essa verdade ao longo de seu ministério público:
Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. (Lucas 9.23).

Se Jesus é Senhor, deve ter prioridade em nossa vida. Nosso amor e nossa lealdade por Ele devem estar acima de qualquer outro. Não podemos ser discípulos e dizer: “Senhor, primeiro deixe-me...” Ele tem de ser o primeiro em tudo. Do contrário, não será realmente Senhor de nossa vida, independente do que dissermos. Jesus declarou:

Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lucas 6.46).

Não podemos chamá-lo de Senhor e, então, arranjar desculpas para não lhe obedecer. Não podemos declarar que Ele é nosso dono e seguir adiante fazendo o que bem desejarmos. No reino dos céus não há súditos de fim de semana. Não podemos seguir a Cristo em um período e depois afastar-nos com base em nossa preferência.

 Se Jesus é Senhor, não é possível viver para Ele no domingo e para nós mesmos no restante da semana. Ou Ele é Senhor de tudo ou não é Senhor de maneira nenhuma. O senhorio de Cristo é algo que tem de existir 24 horas por dia, sete dias por semana. Não há outra opção.

Viver sob o governo de um senhor também significa desistir de todos os conceitos de propriedade pessoal. Isso não quer dizer que tenhamos de vender a casa ou o carro, ou distribuir todos os nossos bens; mas sim aprender a não ter uma visão de posse em relação a essas coisas.

O Rei dos céus é um Senhor Justo e benevolente, que nos permite graciosamente utilizar e apropriar-nos plenamente de suas riquezas, de seus recursos e de todas as coisas boas. Esse é um de nossos direitos como súditos do Reino de Deus. Podemos desfrutar tudo sem medida, desde que nos lembremos de quem é o Dono delas.

No momento em que passamos a pensar que nossos bens nos pertencem, arrumamos problemas. Se desejarmos ter posse de algo, fazemos de nós mesmos um senhor. Isso retira a comunhão com a vontade e o caráter do Rei, porque em seu Reino só pode haver um Senhor.

Quando abrimos mão de nosso senso de propriedade, reconhecemos Deus como o dono e nós como mordomos, e não nos preocupamos em obter sucesso, porque agora dependemos do Altíssimo para garantir nosso bem-estar. E Ele é um Senhor benevolente e generoso, o dono de recursos infinitos.

Se formos apenas mordomos e não proprietários, podemos contribuir livremente assim como o Senhor nos deu livremente, sabendo que Ele, que não tem limitações, pode devolver-nos aquilo que damos aos outros. Sua maior reputação como Rei e Senhor está baseada no modo como Ele cuida de seus súditos, tendo cuidado especial com aqueles que refletem o seu caráter e contribuem com o seu Reino.


O maior sinal de que realmente cremos que Jesus é Senhor está no quanto estamos dispostos a doar. A prova de que aprendemos a viver sob o governo do Senhor é se conseguimos contribuir livremente sem hesitação, remorso ou temor, dizendo a Deus com um espírito jubiloso: “Tudo pertence a ti Senhor!”

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

                  COMPREENDA O CONCEITO DE SENHORIO

Uma das palavras mais comuns nas Escrituras é senhor. Esse termo não é utilizado em democracias, sociedades socialistas ou repúblicas, exceto pelo vocábulo senhorio, em referência a um proprietário de terras ou a um dono de imóveis. O senhorio é o único remanescente dos reinos nos governos modernos e na sociedade ocidental. No entanto, o conceito de senhor é um dos princípios fundamentais de um reino.

Já vimos a respeito da soberania de um rei – que ele é livre de controles externos e pode fazer o que bem desejar, sem ter de prestar contas a ninguém. A soberania de um rei é absoluta. Ele não é coroado por voto popular nem pode ser deposto pelo mesmo processo; a soberania é um direito de nascimento. O mesmo se pode dizer do senhorio de um rei. Todo rei é automaticamente senhor.

Portanto, qual a diferença entre um rei e um senhor? O senhorio é apenas um dos aspectos da identidade e do status geral de um rei, mas é um dos mais importantes. Podemos afirmar que a idéia de rei está relacionada a domínio, enquanto que a de senhor tem a ver com território. O termo domínio refere-se à autoridade do rei – seu poder; a palavra território diz respeito à propriedade, à área geográfica sobre a qual a autoridade do rei se estende. Um rei exerce autoridade (domínio) sobre uma área específica (território) e nesta sua autoridade é absoluta.

Sem território não existe rei. Ele precisa ter algo sobre o qual governar. De que adianta ter autoridade se não podemos exercê-la em lugar nenhum? A menos que tenhamos um território físico para governar, a autoridade não passa de uma teoria. Se o termo senhor está relacionado com o território de um rei, então o senhorio de um rei está ligado ao território. Em outras palavras, se reinado diz respeito à autoridade, senhorio tem a ver com propriedade. Esse é o princípio do senhorio.

Embora estejamos falando sobre senhorio com base em reinos terrenos, tudo que dissemos se aplica com ainda mais precisão ao Reino de Deus. Já vimos que o Altíssimo é o rei dos céus e da terra por direito de criação. E pelo fato de todo rei ser automaticamente senhor, o Rei de tudo também é senhor de todos. Ele possui tudo, porque criou tudo que existe.  Uma das palavras mais comuns no hebraico usadas para referir-se ao Altíssimo, no Antigo Testamento, é adonai, que significa literalmente proprietário. Geralmente, ela é traduzida como senhor. O nome pessoal de Deus, Javé ou Jeová, embora seja difícil de traduzir precisamente, carrega esse mesmo conceito de dono, proprietário ou senhor.

Essa imagem bíblica do Todo-Poderoso como Senhor é ampliada ainda mais pelo fato de que, na maioria das ocorrências do nome pessoal de Deus, a palavra é substituída pelo vocábulo Senhor. Isso está de acordo com a antiga tradição judaica. Os judeus respeitam e honram o nome do Criador de tal maneira que nem sequer o pronunciam ou o lêem em voz alta para garantir que não violem inadvertidamente o terceiro mandamento, que fala sobre não usar o nome de Deus em vão. Em vez disso, substituem-no pela palavra adonai, ou Senhor.

Portanto, vez após vez, essa verdade é reforçada. Deus é Senhor... Deus é Senhor... Deus é Senhor. Essa verdade é reiterada mesmo na confissão de fé mais básica do judeu, recitada todas as manhãs: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder (Dt 6.4,5).

Desse modo, os judeus lembram-se, todos os dias, de que Deus é o proprietário de tudo, incluindo os céus e a terra. Um antigo poeta hebreu expressou esse conceito da seguinte maneira: Sede benditos do Senhor, que fez os céus e a terra. Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens (Sl 115.15,16).

Como Criador e dono do céu e desta terra, o Altíssimo pode dar qualquer porção de sua criação a quem desejar. Ele escolheu dar o mundo aos seres humanos, não para que fossem proprietários dele, mas governantes ou mordomos. Os versículos a seguir confirmam o direito de Deus como Senhor sobre este mundo:
 Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.      Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios (Sl 24.1,2).

 Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência. Deus reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade. Os príncipes dos povos se congregam para ser o povo do Deus de Abraão; porque os escudos da terra são de Deus; ele está muito elevado! (Sl 47.7-9).

Da mesma maneira que o Antigo Testamento descreve Deus como Rei, Todo-Poderoso e dono de tudo, o Novo Testamento apresenta Jesus como Senhor e proprietário de todas as coisas. Em primeiro lugar, Cristo apareceu anunciando a chegada e o estabelecimento do Reino dos céus na terra, algo que apenas o próprio Rei poderia fazer. E pelo fato de um rei ser automaticamente senhor, isso significa que Jesus também é Senhor.

O senhorio de Jesus advém por direito de criação e é o resultado natural de sua participação na formação de todas as coisas, visíveis e invisíveis. Em essência, não tornamos Jesus Senhor, Ele é Senhor por direito de criação, quer o reconheçamos como tal ou não. Em sua existência, antes de vir a este mundo, Cristo era identificado como o Verbo. Nessa dimensão, Ele era a fonte da criação.

No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (João 1.1-3).

Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. (Fl 2. 9-11).

Depois que compreendemos o conceito de senhorio, do ponto de vista do Reino, a confissão mais importante que podemos fazer na vida é: “Jesus Cristo é Senhor”

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

                           O ÚNICO EVANGELHO VERDADEIRO

O evangelho do Reino é o único evangelho verdadeiro. Qualquer outra coisa que nós pregamos não é o evangelho verdadeiro ou, pelo menos, não é o evangelho completo.

Pregar sobre Jesus Cristo é uma parte vital e essencial da pregação do evangelho do Reino, porque Ele é o nosso Caminho para o Reino. Apenas porque colocamos nossa fé em Cristo, não significa que nós compreendemos automaticamente o que significa ser um cidadão do Reino ou que nós sabemos viver como um. Há muitos crentes que confiam e amam Jesus, mas nunca foram ensinados sobre o Reino ou sobre seu lugar verdadeiro e legítimo nele.

Jesus pregou o evangelho do Reino do céu, mas sua mensagem não tem nada a ver com nossa ida ao céu. De fato, Ele pregava o oposto. Jesus pregou que o céu estava vindo à Terra; Na verdade, que o reino já estava aqui, e Ele era seu arauto. Enfatizou isto até mesmo quando ensinou seus discípulos a orar: 

“Vocês, orem assim: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus” (Mateus 6:9-10).  

Observe que nós devemos orar para que o Reino dos céus venha (não vá), assim como para que Sua vontade seja feita na Terra. Quando oramos assim, nós estamos pedindo a Ele que realize Seu propósito, cumpra Sua intenção original. Nós oramos para que o que quer que aconteça no céu seja manifestado nas regiões da Terra. Quando Adão caiu, ele criou um novo fenômeno na terra – uma vontade diferente da vontade do Pai. O foco dos homens e mulheres do Reino é unir outra vez o mundo sob a vontade do Pai.

O propósito original de Deus era estender seu reinado celestial à Terra através dos seres humanos. Seu desejo era que nosso reino terrestre físico refletisse Seu Reino celestial espiritual. Porque o Reino do céu na Terra era a intenção original e imutável de Deus, foi a esse assunto que o Senhor Jesus dedicou sua mensagem e ministério. Os quatro Evangelhos juntos contêm mais de 100 referências diretas ao Reino. João Batista pregou o Reino. Jesus pregou o Reino; era sua única mensagem.

Pedro, Tiago, João e os outros apóstolos pregaram o Reino. Paulo pregou o Reino. A igreja primitiva pregava o Reino. Um mundo tenebroso e cansado, sem esperança e descrente aguarda – e desesperadamente precisa ouvir – a boa notícia do Reino de Deus. Pela pregação do Evangelho do Reino a todas as nações nós preparamos o caminho para o retorno de Cristo. Esta é nossa missão, nossa atribuição como Corpo de Cristo. Se não pregarmos o Reino, quem o fará?

Nós, a Igreja, os “separados” de Jesus Cristo, somos “um povo escolhido, um sacerdócio real, uma nação santa” chamados por Deus para “declarar” Seus louvores em um mundo em trevas. Um sacerdócio real é outro modo de dizer que cada um de nós é tanto rei como sacerdote. Nosso Senhor chamou e comissionou a cada um de nós como Seus embaixadores – seus agentes - para conduzir aqueles que ainda estão enredados nas trevas para a “maravilhosa luz”.

Como seguidores de Cristo, filhos de Deus e cidadãos do Seu Reino, não temos nenhuma outra prioridade maior do que proclamar esse Reino. Tudo o mais é secundário. O Reino de Deus é tudo o que importa. O mandamento de Jesus para nós hoje é o mesmo que Ele deu aos Seus discípulos mais de 2.000 anos atrás: “Por onde forem, preguem esta mensagem: ‘O Reino dos céus está próximo’ (Mateus 10:7).


Nós somos Seu povo, um sacerdócio real, uma nação santa, um exército de embaixadores comissionados para trazer reconciliação entre Deus e as nações. Sejamos cuidadosos em atender ao comando de nosso senhor. 

Vamos pregar o Reino de Deus!  

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SALVAÇÃO E RECOMPENSA

Ao lermos atentamente o livro de Apocalipse, verificamos que é um livro de justiça. Todavia, para que possamos apreciar seus justos efeitos, precisamos fazer uma distinção entre salvação e recompensa. A palavra de Deus apresenta uma clara distinção entre essas duas palavras. Consideremos esse assunto cuidadosamente e vejamos o contraste entre elas.

A salvação é aquilo que é dado de graça. Não é obtida por meio das obras do homem, pois é Deus que nos dá graça; isso não nos é dado na base dos nossos méritos: 

“O dom gratuito de Deus é a vida eterna” (Romanos 6.23); 

“Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus, não vem das obras, para que nenhum homem se glorie” (Efésios 2:8, 9); 

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito; mas segundo a sua misericórdia ele nos salvou” (Tito 3.5).

Através desses versículos que foram mostrados e por meio de muitas outras passagens da Escritura que não foram citadas aqui, é provado, sem nenhuma dúvida, que nós recebemos a salvação gratuitamente e não pelas nossas obras ou atos de justiça.

Nós somos salvos pela graça de Deus, pelo Seu dom gratuito. Tudo o que fazemos é crer, pois a obra da salvação é completamente operada em nós pelo Senhor Jesus. Sua morte na cruz consumou nossa salvação, por isso, para que sejamos salvos e recebamos a vida eterna, não há necessidade de que executemos mais obras ou que acrescentemos mais méritos, mas simplesmente que creiamos e recebamos.

Assim que nós cremos, somos salvos, recebemos vida eterna e somos justificados. Isso tudo é dado a nós gratuitamente:

“o testemunho é esse, que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5.11-12). 

 De acordo com a palavra de Deus todos os que recebem o senhor Jesus como Salvador e Senhor, pela fé, têm a vida eterna. Verdadeiramente, “aquele que crer no Filho tem vida eterna” (João 3.36).

A recompensa, no entanto, é um assunto diferente. Não é algo que recebemos de graça; deve ser obtida através das boas obras. É dada de acordo com os atos de cada cristão. Vejamos as seguintes Escrituras:

“Meu galardão está comigo para dar a cada um segundo sua obra” (Ap 22.12).

“Cada um receberá a sua recompensa de acordo com seu próprio trabalho” (1 Co. 3.8).

“E, tudo quanto fizeres, fazei-o de coração, como ao Senhor e não aos homens; sabendo que do Senhor recebereis o galardão da herança...Mas aquele que fizer agravo receberá o agravo que fizer” (Col. 3.23-24).

Há muitas outras passagens nas Escrituras que poderiam ser citadas, mas essas acima são suficientes para provar que a recompensa não é recebida pela graça. De acordo com o ensinamento bíblico, a recompensa é acrescentada às obras do crente. Por mais insignificante que seja um copo de água (Mat. 10.42), ou por mais oculto que seja o desígnio do coração (1 Cor. 4.5) ou por mais humilde que seja o serviço de alguém (Marcos 10.43) ou por mais desconhecido que seja o sofrimento por amor do Senhor (Luc. 6.22), todas essas obras ou atitudes terão oportunidade de ser recompensadas.

Não importa o quão corrupto um pecador pode ser, se ele puder crer no Senhor Jesus como Salvador, ele será instantaneamente salvo. Uma vez salvo e regenerado, ele deve procurar desenvolver essa nova vida que está nele e servir ao senhor fielmente a fim de que possa obter a recompensa. Ele é salvo por meio da obra de Cristo, porém, ele é recompensado pelas suas próprias obras.

De acordo com as Escrituras, depois de ter sido salvo ele será colocado por Deus numa carreira para que ele possa trilhá-la. Se ele vencer, será recompensado. Se ele for derrotado, não será recompensado. No entanto ele não perderá a vida eterna por causa da sua derrota, pois a salvação é eterna.
Aqui nós encontramos o mais equilibrado ensinamento, a perfeita verdade. 

Infelizmente, algumas pessoas conhecem apenas a salvação. Elas se contentam com o fato de terem sido salvos pela graça e não se importam com a recompensa. Quão triste é que pessoas tenham misturado salvação com recompensa. Eles julgam que a salvação é algo tão difícil que exige supremos esforços de autodisciplina para atingi-la. Mas esse não é o ensinamento da Bíblia.

Os ensinamentos atuais tem oscilado entre dois extremos. Alguns julgam a salvação como sendo algo tão difícil que demande muito das pessoas. Dessa forma, eles anulam a morte substitutiva e a obra da redenção do nosso Senhor Jesus. Tal ensinamento põe toda a responsabilidade no homem e ignora aquilo que a Bíblia diz sobre nós sermos salvos pela graça através da fé.

Alguns outros pensam que, já que tudo é de graça, então todos os que crêem no Senhor Jesus não apenas serão salvos, mas também serão recompensados com glória e reinarão no futuro com o Senhor Jesus. E assim eles lançam toda a responsabilidade sobre Deus e negligenciam o que é observado nas escrituras.


Assim como um pecador não pode ser salvo por boas obras, um santo não pode ser recompensado por apenas crer. A salvação é baseada na fé; a recompensa é julgada pelas obras. Sem a fé, não há salvação; sem obras, não há recompensa. A salvação é para os pecadores, mas a recompensa é para os santos vencedores. Não misturemos, então, salvação e recompensa. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

 O PERDÃO POR MEIO DA CONFISSÃO

Quando o assunto é purificação de pecados, nunca devemos negligenciar a parte de Deus. Entretanto, nós também jamais devemos esquecer a nossa parte. É verdade que o Senhor Jesus está apresentando Seu sangue e Sua obra diante de Deus continuamente. Mas se pecarmos deliberada e continuamente sem arrependimento, repúdio ou disposição para lidar com os nossos pecados, a obra do sangue do Senhor perderá seu efeito e sua eficácia em nós.

A obra da crucificação não é apenas para nós, mas também para o mundo inteiro. A obra do Senhor inclui a todos. Mas essa obra pode ser realizada somente naqueles que crêem Nele. A obra de defesa de Cristo em princípio é a mesma coisa; ela é contínua. Quer um cristão confesse e se arrependa de seus pecados, quer não, a obra de Cristo para a purificação é continuamente eficaz. Mas resta saber como tal obra pode ser realizada nos cristãos.  

A Primeira Epístola de João (1.7) nos diz que um cristão tem seus pecados perdoados diante de Deus por causa da obra de Cristo. Por outro lado, o versículo (9) nos mostra o que devemos fazer de nossa parte:

 “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Em 1 João 2:1 é nos dito que o Senhor Jesus é nosso Advogado, mas 1 João 1:9 nos diz que de nossa parte temos de confessar nossos pecados. Isso não significa que é a nossa confissão que nos concede o perdão. Se a confissão por si só pudesse obter perdão, o perdão seria injusto. Se a confissão sozinha pudesse conceder-nos perdão, essa seria a coisa mais injusta que existe. Se esse fosse o caso, nós não poderíamos dizer que Deus é fiel e justo. Teríamos que dizer que Deus é um Deus injusto e desleixado, que não leva em conta nossos pecados.

Por que, então, João diz que Deus é justo em perdoar? Porque o Senhor Jesus se tornou nosso Advogado. Seu sangue purificou-nos de todos os nossos pecados. Nossos pecados foram julgados e condenados em Cristo. Portanto, quando confessamos nossos pecados,o perdão de Deus é fiel e justo por causa da obra de Cristo na cruz.

Sem o sangue do Filho de Deus, o perdão de Deus seria injusto, porém, devido ao fato de o Senhor ter derramado Seu sangue, e por ter-se tornado nosso Advogado de defesa, Deus agora tem de nos perdoar. Se não perdoar, Ele será injusto. Deus tem de ser fiel à Sua própria palavra e, também tem de ser justo com relação à obra do Senhor Jesus. É por essa razão que Ele tem de perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. O próprio Deus Soberano impôs a si mesmo essa condição.

O perdão de nossos pecados por Deus está totalmente baseado no sangue do Senhor Jesus. Os pecados dos pecadores são perdoados por meio do sangue do Senhor. Os pecados dos cristãos também são perdoados por intermédio do sangue do Senhor Jesus. Por ser o Senhor Jesus o Salvador, Deus pode perdoar os pecados dos pecadores, e por ser o Senhor Jesus o Advogado, Deus pode perdoar os pecados dos cristãos. Pelo fato de o Senhor Jesus ser tanto o Advogado quanto o Salvador é que Seu sangue nos concede perdão de nossos pecados e justificação.

Então, o que é confissão? O apóstolo não disse que confissão é orar a Deus pedindo perdão por nossos pecados. Isso pode ser algo falado da boca para fora apenas. Confissão verdadeira é a nossa declaração de que algo é pecado, porque Deus diz que isso é pecado. A questão aqui não é o perdão, mas se reconhecemos ou não algo como pecado.

Confissão significa que tudo o que Deus considera como pecado, eu também considero como pecado. Se Deus disse que isso é errado, eu também digo que está errado. A confissão é o nosso reconhecimento e declaração do pecado. Quando você confessa, Deus perdoa seus pecados e o purifica de toda injustiça. Ele não está perdoando você por causa de sua confissão; Ele o está perdoando por causa da obra do Senhor Jesus. Seu sangue é a base de tudo nesta questão. Mas por meio da confissão, o sangue produz perdão.

A salvação é pelo sangue por meio da fé. Mas o perdão é pelo sangue por intermédio da confissão. Nenhum pecado de que se tenha arrependido, confessado e posto debaixo do sangue do Senhor Jesus, poderá manifestar-se no trono de julgamento. Todo pecado que não tiver a eficácia da redenção do Senhor, deixará a pessoa impura e impossibilitada de entrar no reino de Cristo e de Deus.

Essa é a verdade sobre a purificação dos pecados de um cristão. Pratique isso e você terá a garantia de nenhuma impureza permanecerá em você.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O SENHOR JESUS COMO ADVOGADO DOS CRISTÃOS

A obra do Senhor Jesus como Salvador é para os pecadores. A obra do Senhor Jesus como Advogado é para os cristãos. Como Salvador, o Senhor Jesus consumou a obra da cruz. Como Advogado, Ele aplica a obra da cruz. Os pecados dos pecadores são perdoados por meio da redenção da cruz. Os pecados dos cristãos são perdoados por meio da defesa que é baseada na redenção da cruz.

Essa defesa apresenta a obra da cruz a Deus. Ela mostra a Deus o que o Senhor Jesus fez, para que Ele não condene o cristão por seus pecados. Nós temos um Advogado diante de Deus. A morte do Senhor Jesus é a prova da nossa imputabilidade apresentada diante de Deus.

O Senhor Jesus se tornou Advogado para todo cristão que comete pecados, da mesma forma como se tornou Salvador para todo pecador. Não foi depois que nos arrependemos, cremos e fomos regenerados que o Senhor Jesus morreu por nós; antes, foi enquanto ainda éramos pecadores que Cristo se tornou nosso Salvador:

“Mas Deus prova seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8).

Da mesma forma, não é que primeiramente nos arrependemos, e depois Ele se torna nosso Advogado. Pelo contrário, mesmo enquanto estamos pecando, Ele se torna nosso Advogado. Essa é a razão de João dizer que, se algum cristão pecar, ele já tem um Advogado junto ao Pai (1 João 2.10. Sempre que pecar, naquele momento, o Senhor Jesus já é seu advogado diante de Deus. Naquele exato momento, o Senhor Jesus mostrará a Deus Sua obra na cruz, e Deus terá de justificar nossos pecados.

É claro que o arrependimento é importante. Um cristão pode e deve confessar e arrepender-se, porque Jesus é o seu Advogado. Por termos o Senhor Jesus como nosso Advogado, nos defendendo e falando por nós enquanto pecamos, é que devemos nos arrepender, confessar os nossos pecados e pedir perdão. No entanto, é preciso entender que a obra de defesa do Senhor não acontece no momento em que nos arrependemos; antes, ela acontece enquanto estamos pecando.

Reiteramos isso: Quando pecamos, o Senhor Jesus já é nosso Advogado. Posteriormente somos levados ao arrependimento e à confissão. Ele cumpriu toda a obra em um dia e tudo está incluído naquela obra. Hoje, o Senhor pode apresentar essa obra a Deus. Deus não irá condenar-nos, porque todo o débito já foi pago. Todos os débitos, passados e futuros, foram pagos. Todos os nossos pecados foram lavados pelo sangue de Jesus. Ele é o Advogado. Mas, de nossa parte, que devemos fazer? Leiamos 1 João 1:7:

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.

 Que significa andar na luz? O homem acha que estar sem pecado e ser santo é andar na luz. Mas não é este o significado aqui. João não diz que devemos andar na luz como Deus anda na luz. Não é dito aqui que Deus anda na luz. Diz aqui que devemos andar na luz como Ele está na luz   

Que significa essa diferença? No Antigo Testamento, no Santo dos Santos, Deus estava no escuro e o homem não podia vê-Lo. No Lugar Santo havia uma lâmpada e no átrio exterior havia o sol, mas no Santo dos Santos não havia nenhuma luz. Deus, ali era um desconhecido. O homem podia somente fazer suposições sobre Ele. Mas graças ao Senhor, pois hoje Deus foi manifestado em Jesus de Nazaré. Deus agora está na luz; Ele não está mais na escuridão.

Hoje, Deus é um Deus conhecido, um Deus revelado. O evangelho sobre Jesus de Nazaré é a revelação de Deus. Quando a luz do evangelho resplandece, nós vemos Deus. O versículo significa que não devemos mais buscar a Deus no Antigo Testamento. Hoje Deus manifestou a Si mesmo. Se Ele não tivesse se manifestado, estaríamos tateando sem esperança, desnorteados, sem saber que tipo de Deus Ele é. Ainda teríamos que fazer suposições sobre Ele.

Hoje nosso Deus não é mais um Deus de “bastidores”. Ele agora está no “palco”, é o Deus revelado. A palavra revelação, em grego é apocalypsis. Apo significa fora, e calypsis significa véu. Assim apocalypsis significa tirar o véu. O apocalypsis é o abrir da cortina. Hoje Deus está na luz. Ele é um Deus exposto. Que devemos fazer então? Devemos andar na luz. Hoje Deus falado. Não há mais necessidade de fazer suposições. Hoje Deus está na luz. Ele já se revelou no evangelho. Se andarmos nessa revelação, o resultado é a comunhão. Haverá comunhão entre os cristãos e comunhão com Deus.

A Bíblia nunca traz a idéia de múltiplas purificações. A verdade bíblica é a purificação contínua. O sangue do Filho de Deus continuamente nos purificando de nossos pecados é a 0bra do Advogado. A obra da cruz é uma vez por todas, mas a obra de Seu sangue é a da purificação contínua. A eficácia de Seu sangue dura para sempre, porque o Senhor Jesus é nosso Advogado no céu continuamente. A obra do Salvador aconteceu somente uma vez, mas ela tem prosseguimento na obra do Advogado. Essa é a parte de Deus na obra da purificação contínua dos pecados dos cristãos.  

  

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A VERDADE SE OPÕE À HERESIA

Ao estudarmos as doutrinas da salvação eterna, da eleição, da predestinação, da disciplina e recompensa, podemos ter a sensação de que algumas conclusões são heréticas. Essa sensação nos leva a rejeitá-las de antemão. Nega-mo-nos a analisar os argumentos, pois já julgamos e desprezamos os mesmos. Essa é uma atitude que precisamos evitar.

Por outro lado devemos saber que somente os que compreendem a verdade podem opor-se à heresia. Uma heresia não pode opor-se a outra heresia. No entanto, sabemos que todas as heresias não são heresia pura; elas são a verdade acrescentada de um pequeno erro. Heresia é acrescentar coisas erradas a coisas certas. Adicione um pouco do pensamento do homem ao pensamento de Deus e você terá uma heresia.

Por exemplo: o catolicismo prega a doutrina do purgatório. As pessoas que não conhecem as doutrinas Bíblicas não são capazes de dizer se a doutrina do purgatório está certa ou errada. Aqueles que tem estudado com seriedade a doutrina da disciplina e recompensa poderão perceber que a doutrina do purgatório está absolutamente errada. Você pode dizer que é uma heresia.

Na Bíblia vemos que a disciplina de Deus sobre os cristãos ocorre no milênio, mas os católicos dizem que há um purgar ocorrendo hoje. Eles dizem que se um cristão não viver à altura do padrão na terra hoje, ele não será capaz de ir para o céu. Por conseguinte, ele terá de ser purgado. Portanto, eles dizem que tão logo um cristão morra, ele começa a ser purgado e é purgado até que a obra seja completada. Entretanto, não existe absolutamente tal ensinamento na Bíblia.

A Bíblia nunca diz que assim que um cristão morre, ele será purgado no Hades. A Bíblia nos mostra que haverá a disciplina no reino futuro, mas não há o purgar no Hades hoje.

Os católicos são vítimas de outro grave engano. Eles pensam que se assegurarem, para si mesmos, indulgências enquanto estiverem vivos ou se após morrerem os padres orarem por eles, eles serão aliviados de alguma purificação do purgatório. Contudo, a Bíblia nunca diz algo semelhante a isso. A Bíblia diz somente que aquele que tem misericórdia dos outros obterá misericórdia. A oração dos padres não fará nada pelos mortos. A Bíblia nunca nos ensina a orar pelos mortos.

Outro engano terrível é acreditar que um homem não será salvo até que tenha sido completamente purificado no purgatório. Isso é uma completa reviravolta do ensino da Bíblia. A Bíblia nos mostra que não há outro nome no céu ou na terra além do nome do Senhor Jesus pelo qual devamos ser salvos (Atos 4.12). Somente Ele pode salvar-nos. Fora do Senhor Jesus não há salvação.

Disciplina e punição não são para salvação, mas para santificação. A questão da nossa salvação está determinada bem antes de Deus disciplinar alguém, mas ainda há coisas em que nós não combinamos com Ele. Ainda existem imperfeições e áreas que não estão à altura do padrão. Portanto, existe disciplina nesta era e disciplina no Reino vindouro.

Se conhecermos a verdade bíblica, perceberemos que a doutrina do purgatório anula a graça. Agradeço a Deus que, embora eu seja um pecador imundo, por meio do Senhor Jesus, eu agora estou salvo. Quando eu morrer, não tenho de ser purgado, pois a salvação não depende de mim, mas do Senhor Jesus. Certamente estou salvo. A disciplina é o meio de Deus fazer-nos perfeitos como Ele é perfeito. Ele nos castiga a fim de sermos como Ele, até mesmo para sermos o que Ele é. Deus nos corrige para sermos “participantes da sua santidade” (Hb 12.5-10).  Isso nada tem a ver com nossa salvação. É um assunto dentro de Sua família.  

Finalmente, somente depois de conhecermos isso seremos capazes de lidar com a heresia no protestantismo. Hoje, entre os protestantes, estão sendo difundidos dois tipos de erros. Primeiro, um grupo de teólogos protestantes propõe que desde que um homem é “salvo, salvo para sempre”, e pode fazer qualquer coisa em sua conduta. Uma vez que um cristão é salvo eternamente, eles dizem, ele pode ser mau até morrer e ainda estará no Reino. Ele, entretanto, ocuparia uma posição bem inferior no Reino. Nesse caso, sua maior perda consiste em ocupar uma posição mais baixa no reino.
Esse tipo de ensinamento fará com que o homem seja desleixado e irresponsável. Então, que é graça para eles? Para eles a graça é uma desculpa para desleixo e licenciosidade.

Há outro grupo de protestantes que diz que depois que uma pessoa crê, ainda existe a possibilidade de ela perder a sua salvação. Talvez ela esteja salva e não-salva três ou quatro vezes ao dia. Se esse fosse o caso, o livro da vida seria, sem dúvida, muito confuso. Se um homem é condenado tão logo peque e se vai para o inferno tão logo transgrida, devemos questionar se a salvação é pela graça ou pelas obras. Ambos os grupos são extremistas demais, muito embora ambos tenham certa base bíblica.

A Bíblia nos mostra claramente que quando um homem é salvo, ele está eternamente salvo. A Bíblia também nos revela com clareza que é possível um cristão ser “lançado na Geena” temporariamente. Mas o problema é que alguns irmãos, por um lado, insistem que a salvação é eterna e não há tal coisa de disciplina no Reino, enquanto outros irmãos, por outro lado, insistem que se podemos ser “lançados na Geena”, então a vida eterna é incerta e, portanto, podemos ir para a perdição eterna.

Contudo, se virmos a diferença entre a era do Reino e a eternidade, e a diferença entre a punição temporária do milênio e a punição eterna, estaremos esclarecidos de que um cristão pode receber punição no futuro, mas ao mesmo tempo, saber que Deus tem dado a vida eterna às Suas ovelhas, e elas jamais poderão perdê-la. Esse conhecimento dá-nos a ousadia de dizer que uma vez que fomos salvos, estamos eternamente salvos. Depois que uma pessoa é salva pela graça, ela jamais perecerá novamente.


Dessa forma, nós não somente resolvemos adequadamente o problema do purgatório do catolicismo, como também fizemos uma distinção entre salvação eterna e disciplina. Que o Senhor nos conceda a graça e nos mostre que a questão da salvação eterna está resolvida devido à obra de Jesus de Nazaré, mas a situação de alguém no Reino dos Céus é determinada pela própria pessoa.