quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sossego e confiança – o segredo da vossa força


Temos um problema real em nossa vida, isto é, sempre que estamos ocupados exteriormente, interiormente ficamos perturbados. Freqüentemente, mesmo antes de estarmos muito envolvidos exteriormente, já estamos perturbados, e tal perturbação priva-nos da força para lidar com os acontecimentos exteriores. Devemos saber que no descanso, bem como no sossego e na confiança, está a força do nosso viver.

Quem se irrita facilmente não pode ter força diante de Deus, tampouco quem se aflige e se inquieta. Devemos lembrar-nos de que a nossa força depende do sossego e confiança interiores. Os acontecimentos exteriores podem estar soprando como ventos furiosos e, no entanto, estarmos em paz. “No sossego e na confiança estará a vossa força”. A paz que buscamos é a paz interior; portanto, quando a possuirmos, não fracassaremos. Não importa o que aconteça, devemos viver diante de Deus como se nada tivesse acontecido. Devemos perceber que o Senhor quer que interiormente nossa vida seja caracterizada pelo descanso.

O Senhor Jesus Cristo nunca foi afetado pelas circunstâncias exteriores. Certa ocasião, o povo na sinagoga O perseguia e queria lançá-lo de cima de um precipício. Se fosse conosco, certamente ficaríamos apavorados. Mas a Bíblia diz que o Senhor Jesus, passando no meio deles, seguiu Seu caminho. Aquelas pessoas queriam matá-lo, mas Ele não se preocupou e retirou-se (Lc 4.28-30).

Em meio a uma tempestade, o Senhor dormia um sono profundo, mas os discípulos clamaram: “Perecemos!” Ora, por que eles clamaram? Porque não tinham paz. Mas o Senhor permanecia sem ser afetado (Mt 8.23-27). O Senhor merece o nosso contínuo louvor. Ele nunca era perturbado pelos acontecimentos exteriores, mas vivia de acordo com a vida interior.

Como podemos obter descanso interiormente? As seguintes passagens da Bíblia falam-nos de duas condições. A primeira é encontrada em Filipenses 4.6-7: 

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e vossas mentes em Cristo Jesus”

A primeira coisa que nos capacita a ter paz é levar todos os nossos problemas e petições a Deus. Nosso trabalho, nossa necessidade e as dificuldades que encontramos devem ser todos entregues ao Senhor.

Diga ao Senhor: “Senhor, entrego todas estas coisas nas tuas mãos”. Podemos entregar ao Senhor tudo com que nos defrontamos, pela oração, súplica e ações de graça, e a paz de Deus guardará nosso coração e mente. É Deus quem nos guardará. Tudo o que precisamos fazer é deixar que as nossas petições sejam conhecidas. Tão logo encontre qualquer dificuldade, você deve entregá-la imediatamente a Deus, e assim que a nossa entrega é efetuada, a paz de Deus, a Sua paz virá. Independente de quão grande seja a dificuldade ou quantas sejam, haverá paz da parte de Deus em nós, guardando nosso coração.    

A segunda condição está em Mateus 11.29: 

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas”

Enquanto a primeira condição é a fé, a segunda condição é obediência. Deus permite que muitas coisas nos sobrevenham e podemos não ter paz em nosso interior se rejeitarmos o que Ele quer para nós – especialmente se não aceitarmos a Sua vontade ou se tivermos outros desejos. Portanto, quando qualquer dificuldade aparece, precisamos aprender do Senhor e tomar o Seu jugo. Então teremos paz, mesmo que não sigamos nossa própria vontade e estejamos em sofrimento.

Teremos descanso se dissermos ao Senhor: “Senhor, estou disposto a fazer tudo o que quiseres que eu faça”. Com toda certeza teremos descanso. Não teremos paz se estivermos relutantes, escolhendo nosso próprio caminho ou o nosso próprio viver, ou se acalentamos nosso próprio desejo. Todos os nossos desejos pessoais e relutâncias privar-nos-ão de nossa paz interior. Uma vez que digamos ao Senhor: “Senhor, o que Tu nos deres é bom, estamos dispostos a seguir o Teu caminho, escolher a Tua vontade e deixar de lado nosso próprio desejo”, então a paz encherá nosso coração.

Que o Senhor nos conceda graça para capacitar-nos a crer que Ele pode levar todos os nossos fardos e dificuldades, e que pode tornar-nos dispostos a submeter-nos à Sua vontade para nós; então, a todas as exigências de Deus para nós, poderemos dizer: “Amém”. Que o Senhor possa fazer-nos ver que o descanso vem apenas por crer Nele e submeter-se a Ele. O descanso não pode vir enquanto houver incredulidade e vontade própria.

Portanto, se você crer em Deus e obedecer-Lhe, os acontecimentos exteriores não poderão perturbá-lo. Sua constante comunhão com o Senhor irá torná-lo capaz de suportar todas as coisas exteriores. Que todos nós possamos ver que no descanso a nossa força será encontrada.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A HISTÓRIA DO SACERDÓCIO


Há na Bíblia um ofício chamado o ofício sacerdotal. Este ofício denota um grupo de pessoas que foram separadas do mundo e são devotadas unicamente para ministrar a Deus. Elas não têm outra profissão ou vocação além de servir a Deus. Tais pessoas são conhecidas na Bíblia como sacerdotes.

Deus tem tido Seus sacerdotes desde a época de Gênesis. O primeiro sacerdote foi Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo, que dispensou pão e vinho a Abraão. Ele foi um sacerdote que separou a si mesmo para o serviço de Deus.

Desde o tempo de Gênesis até a nação de Israel, houve sacerdotes. Desde a época em que o Senhor Jesus veio à terra até a Sua partida do mundo, o ofício sacerdotal perdurou. A Bíblia também nos diz que após Sua ascensão, o Senhor Jesus ministra como um sacerdote diante de Deus. Em outras palavras, o Senhor Jesus devotou-se inteiramente para servir a Deus.

Na era da igreja, o ministério sacerdotal continua. No começo do milênio, aqueles que participarem da primeira ressurreição serão “sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos” (Ap 20.6). 

Em outras palavras, durante esses mil anos, os filhos de Deus continuam a servir como “sacerdotes de Deus e de Cristo”. Para o mundo eles são reis, enquanto para Deus são sacerdotes. O ministério sacerdotal não é alterado; eles servem a Deus.

O termo “sacerdote” deixa de existir quando o novo céu e a nova terra são introduzidos. Nesta época, todos os filhos de Deus e Seus servos nada mais fazem além de servir a Deus. Na Nova Jerusalém, todos os Seus servos O servem, e os filhos de Deus também O servem.

Podemos perceber aqui uma coisa maravilhosa, isto é, o ofício sacerdotal começou com Melquisedeque que não tinha genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de existência, mas feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote perpetuamente (Hb 7.3). Desde o primeiro livro da Bíblia, parece que apenas Melquisedeque é um sacerdote. Mas o propósito de Deus não é ter somente uma ou duas pessoas como sacerdotes. Seu alvo é que todo o Seu povo se torne sacerdotes.

Quando os israelitas saíram do Egito e chegaram ao monte Sinai, Deus falou a Moisés que dissesse ao povo: “Vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Deus disse aos israelitas que eles eram um reino de sacerdotes. Esta é uma afirmação que parece difícil de entender. Por que Deus disse isso? O significado disso é que toda a nação deveria ser sacerdote. Em outras palavras, não havia pessoas comuns naquela nação, mas todos eram sacerdotes. Podemos dizer que este é o propósito de Deus.

A intenção original de Deus era que todo o povo de Deus fosse sacerdote de Deus. Ninguém poderia fazer parte do povo de Deus sem ser, ao mesmo tempo, sacerdote de Deus. Contudo, porque muitos amaram o mundo e o parentesco humano, sendo infiéis e idólatras, o ofício sacerdotal foi separado do povo comum e dado aos levitas

Se uma pessoa não ama ao Senhor mais do que seu próprio pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs, ela não é digna de ser discípulo do Senhor. Muitos não conseguiram pagar o preço. Daquele dia em diante, em Israel, os sacerdotes foram separados do povo.

Desde o incidente do bezerro de ouro, somente a casa de Arão, da tribo de Levi, tinha o ofício sacerdotal; e os israelitas como um todo não puderam ser uma nação de sacerdotes. Daquela época em diante, havia duas classes distintas de homens em Israel: o povo de Deus e os sacerdotes de Deus. A nação de sacerdotes tornou-se a tribo de sacerdotes, e então, a família de sacerdotes.

 Dentro da tribo de Levi, o povo de Deus também era os sacerdotes de Deus, porém, dentro das outras onze tribos, o povo de Deus não podia ser os sacerdotes de Deus. Essa é uma questão séria. É uma questão muito séria se uma pessoa pertence ao povo de Deus, contudo não está em Seu ministério sacerdotal.     

Apocalipse 1.6 diz: “E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e pai”. O que os israelitas perderam por causa do bezerro de ouro, a igreja recuperou por intermédio do Senhor Jesus Cristo. Agora a igreja toda é de sacerdotes. O reino de sacerdotes ordenado por Deus foi restaurado. 

Deus obtém na igreja o que Ele não pôde obter do povo de Israel. Qual o significado de a igreja ter-se tornado o reino de sacerdotes? Significa que todos os que foram salvos pela graça de Deus têm uma única vocação, isto é, servir a Deus. Antes de uma pessoa crer em Deus, ela pode ser um médico, uma enfermeira, um professor ou um negociante. Após ser salva, tal pessoa tem apenas uma vocação principal, a de servir a Deus, embora ela possa continuar exercendo sua profissão.

 Antigamente, alguém desejava ser reconhecido em sua carreira, ser uma pessoa ilustre na sua profissão. Agora, tais ambições desvaneceram-se e a única vocação admitida é servir ao Senhor. Todas as demais atividades devem sujeitar-se a esse fim.  


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

VIVENDO NO CORPO DE CRISTO


Há muitos membros no Corpo de Cristo e estes membros estão unidos, cada um com suas diversas funções. Deus não ordenou a todos os membros que tivessem a mesma função. 

“Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função” (Rm 12.4). 

Como então podem estes membros com diferentes funções ser ligados e encaixados juntos, harmoniosamente, num só corpo? Há princípios básicos essenciais para o funcionamento harmonioso do Corpo de Cristo. O primeiro define o relacionamento entre mim e a Cabeça, o segundo, o relacionamento entre mim e o Corpo, e o terceiro minha posição como um membro. Todos os três são indispensáveis.

O Relacionamento Entre Mim e o Cabeça (Cristo) – Obediência

O significado da entrega absoluta de um cristão está nas palavras: “Eu serei obediente ao Senhor; renunciarei à minha liberdade e não desobedecerei à autoridade”. O primeiro princípio de viver no Corpo de Cristo é obedecer à autoridade do Cabeça. Tanto a existência do Corpo quanto sua função e atividade dependem da autoridade. Quando não damos lugar à autoridade em nós, o Corpo fica paralisado. 

Qualquer parte que seja desobediente fica paralisada. Um corpo paralisado não segue as direções da cabeça, pois onde há vida, há autoridade. Se quisermos ter vida, é impossível não aceitar autoridade. Se minha mão tem vida, ela não pode resistir à direção da cabeça. Estar vivo implica que estamos sendo dirigidos pelo Cabeça.

Se você ainda não tem sido tratado de tal maneira que se renda à obediência, o que você conhece do Corpo é apenas uma questão de teoria, não de realidade. Devemos almejar a obediência. Desejamos progredir bem, tornarmo-nos santos e justos, todavia devemos ainda procurar ser obedientes.

O Relacionamento Entre Mim e o Corpo (A Igreja) – Comunhão

Nosso relacionamento com o Cabeça é de obediência, enquanto nosso relacionamento com o Corpo é de comunhão. A vida do Corpo de Cristo precisa de comunhão, sem a qual nada há senão estagnação. Comunhão implica receber assistência dos outros membros do Corpo. Portanto, comunhão significa que eu recebo as características especiais dos outros membros. Beneficio-me daquilo que os outros podem fazer por mim.

Alguns cristãos não entendem o princípio da comunhão. Eles querem crescer espiritualmente como indivíduos, orar sozinhos, fazer as coisas sozinhos, ser a boca, o ouvido, a mão e o pé ao mesmo tempo. Mas aqueles que conhecem o Senhor não são assim; eles precisam de comunhão. Comunhão implica o fato de ser limitado e estar pronto a aceitar o que vem dos outros membros do Corpo. Quando a vida de outro membro do Corpo flui para dentro de você, você é sustentado. Por isso, devemos perceber que não vivemos meramente por nossa própria vida, mas por meio da vida que vem do Corpo.

Minha Posição Como Um Membro no Corpo – Serviço

Se no Corpo de Cristo mais membros necessitarem do suprimento de vida e poucos puderem proporcionar tal suprimento, a força do Corpo definhará. Eis porque devemos orar pelos outros. Deus quer que você, por meio de tal oração, supra vida a outros membros. Assim, quando eles precisarem do poder de vida, tal suprimento estará prontamente disponível. 

Alguns membros podem suprir o Corpo com poder de vida, enquanto outros precisam receber vida do corpo. Devemos ter ambos os aspectos. Precisamos verdadeiramente do suprimento de vida do Corpo e também devemos suprir vida ao Corpo. Por meio da comunhão recebemos vida do Corpo e também suprimos vida a outros membros.

Quando falamos da igreja como o Corpo, não é uma mera doutrina ou ensinamento, mas uma realidade absoluta. Assim devemos, alegremente, receber ajuda dos outros e também devemos esforçar-nos para ajudar outros irmãos e irmãs.

Resumindo, devemos render obediência à autoridade do Senhor, desfrutar a vida do Corpo e ao mesmo tempo suprir vida a outros membros. Estes são os três princípios básicos do nosso viver no Corpo de Cristo. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

DOIS PRINCÍPIOS DE CONDUTA


Deus criou o homem, conforme diz a Bíblia no livro de Gênesis, e o mesmo Deus providenciou o sustento do homem que havia criado. A existência do homem proveio de Deus e era a Sua intenção que o homem fosse dependente do Dele ao longo de toda a sua vida. A vida que o Senhor deu era para ser suprida por meio de alimentos adequados que Ele mesmo supriu.

“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2.8-9). 

Por meio dessas duas árvores, Deus nos tem mostrado figuradamente dois caminhos diferentes, nos quais as pessoas podem viver seus dias na terra: o princípio que governa a conduta de alguns é o conhecimento do bem e do mal, enquanto outros são governados pelo princípio da vida. Vamos gastar algum tempo analisando esses dois diferentes princípios, e como eles afetam a vida dos filhos de Deus.
                         
   Que é o Princípio do Bem e do Mal?

Se a nossa conduta for controlada pelo princípio do bem e do mal, então toda vez que tivermos de tomar uma decisão, teremos que cogitar: “Isto é certo ou errado? Seria bom fazer isso ou seria mau? Muitos cristãos hesitam antes de fazer qualquer coisa e ficam remoendo tais perguntas na mente.

 Eles estão inclinados a fazer o que é certo; querem evitar todo mal; desejam viver uma vida de acordo com o que julgam ser o viver cristão. Então, meticulosamente, ponderam todas as suas ações. Examinam cuidadosamente cada situação com que se deparam e enquanto não se convencem de que certa maneira de agir é boa, não prosseguem. Procuram agir como convém a um cristão; portanto, estão sempre alertas para separar o certo do errado e fazer apenas o que consideram ser certo.

Todavia, a Palavra de Deus diz: 

“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. 

O viver cristão não consiste em agir de acordo com o padrão aparentemente sublime de rejeitar tudo o que é mau e escolher a apenas o que é bom. Isso é viver sob a lei, é agir de acordo com a antiga aliança, não de acordo com a nova. Agir desse modo é conformar-se a padrões religiosos ou morais. Isso está totalmente aquém do padrão cristão.
                           
  O Viver Cristão É Baseado Na Vida

Que é o viver cristão? O viver cristão é uma questão de vida. Se alguém é cristão, então ele possui uma nova vida; e quando tem de decidir sobre determinado modo de agir, ele não pergunta: “É certo fazer isto?” Mas deve perguntar: “Se eu fizer isto, no que irá afetar minha vida interior?” “Como reagirá a isto a nova vida que tenho dentro de mim?” 

O mais surpreendente é que o objetivo de grande maioria dos cristãos é somente a conformação a um padrão exterior, apesar de Deus não nos ter dado, pelo novo nascimento, uma porção de regras e regulamentos novos, aos quais devemos ajustar-nos. Ele não nos levou para um novo Sinai nem nos deu uma nova lista de mandamentos com seus “Farás isto” e “Não farás aquilo”. 

O viver cristão não requer que investiguemos o certo e o errado das diferentes maneiras de agir, mas que verifiquemos a reação da vida divina a qualquer ação proposta.

O viver cristão não requer que investiguemos o certo e o errado das diferentes maneiras de agir, mas que verifiquemos a reação da vida divina a qualquer ação proposta. Como cristão você possui a vida de Cristo e são as reações de Sua vida que você deve levar em conta. Se, ao refletir sobre determinada ação, houver um mover de vida em seu interior, te impulsionando para executá-la, se houver uma resposta positiva de vida interior, se houver “a unção” no interior (I Jo 2.20, 27), então você pode seguir confiantemente a maneira proposta. Você seguiu o que a vida interior indicou.

Mas se quando você refletir sobre certa atitude, a vida interior começar a desfalecer, então saberás que tal atitude deve ser evitada, mesmo que seja, aparentemente, recomendável.
Você já notou que a conduta de muitos que não são cristãos é governada pelo princípio de certo e errado? Onde é que o cristão difere do não-cristão, se o mesmo princípio governa ambos? 

A Palavra de Deus mostra-nos claramente que o cristão é controlado pela vida de Cristo, e não por qualquer código de ética exterior. Há algo vital dentro de um cristão que reage positivamente a tudo o que é de Deus, e rejeita tudo o que não provém Dele. Portanto, devemos prestar atenção às nossas reações interiores. Quando a fonte viva em nosso interior brotar em resposta a alguma sugestão, devemos segui-la, mas quando ela diminui, devemos rejeitar a idéia.

Não devemos nos atrever a ser governados por coisas exteriores nem por argumentos nossos ou de outras pessoas. Devemos sim viver segundo o mover de nossa vida interior.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CRISTO – O SOMATÓRIO DAS COISAS DIVINAS – II


Cristo é o Pão da Vida

“Eu sou a pão da vida”, diz Cristo (Jo 6.48). Que implica esta afirmação? Que é o pão? Pão é o que satisfaz a fome. Quando estamos famintos, falta-nos energia para trabalhar, mas quando nos alimentamos, ficamos fortalecidos e podemos enfrentar nossas tarefas. Da mesma forma, em nossas atividades espirituais, necessitamos alimento.

Muitos cristãos sentem falta de energia para servir a Cristo, porque jamais encontraram Nele a sua satisfação. Alguns trabalham muito bem durante algum tempo, mas gradualmente chegam a um determinado estágio em que lhes falta forças e, por isso, tendem a paralisar suas atividades na obra de Deus. Sentem-se vazios e secos, esperando uma oportunidade para um recuo espiritual de modo que possam refazer suas forças esgotadas.

 Tais cristãos só encontrarão a satisfação permanente quando descobrirem que Cristo é o pão da vida e aprenderem a contar com Ele para sustentação de sua vida cotidiana. Lembre-se sempre das palavras de Jesus quando confrontado com a necessidade de alimentar-se:

“Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis... a minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.32 e 34).

 Vemos aqui o Senhor explicando a fonte secreta de Sua perene satisfação.
                                         
Cristo é a luz da vida

Muitas vezes o apóstolo João cita afirmações de nosso Senhor onde Ele afirma ser tudo o que o homem precisa. João 8.12 diz:

 “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida”.

 Cristo não é somente o doador da luz – Ele é a luz. Ele é a luz do mundo, e os que mantêm uma relação íntima com Ele têm mais do que mera luz externa; têm a luz da vida. Luz espiritual não é uma questão de conhecimento intelectual. O efeito da luz divina nem sempre edifica aqueles que a recebem. Muitas vezes a luz divina nos abate ao nos mostrar a dimensão de nossa situação pecaminosa. “Conhecimento ensoberbece”, ele apenas ilude o homem fazendo-o pensar que possa se servir dele para sua própria edificação.

A luz divina, entretanto, pode fazer o que nenhuma quantidade de luz comum pode fazer: Incapacitar o homem natural, por seu fulgor cegante e, assim, aplainar para Deus um caminho para que Ele possa atingir Seu objetivo em nossas vidas.
                                                
Cristo é o “EU SOU”

Ao longo de todo o seu Evangelho, João continua enfatizando o fato de que tudo o que o homem precisa para sua vida diária, Cristo é; e ele registra a espantosa afirmação de Cristo, de que Ele é o EU SOU. Aqui estão as palavras de nosso Senhor:

“Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou” (8.58). E outra vez: “Porque se não credes que eu sou morrereis nos vossos pecados” (8.24).

 Se tiver de haver uma solução final e máxima para o nosso problema, então precisamos chegar ao conhecimento de Cristo como o EU SOU.
                                
O TESTEMUNHO DE PAULO

Paulo, de forma não menos clara do que João, testifica da plenitude de Cristo. Ouçam o que ele diz aos Efésios:

O mistério da sua vontade, segundo a beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (1.9, 10).

 Ouçam também essas palavras aos Colossenses:

 “Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principado, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que Nele residisse toda a plenitude, e que, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (1.16-20).

E poderia alguma coisa ser mais conclusiva ou mais clara do que esta afirmação: “Cristo é tudo em todos”? (3.11).

 Paulo continua explicando a respeito de Cristo em sua primeira carta aos coríntios: 
“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1.30). 

Paulo não está nos dizendo que Deus nos concederá certos dons – o dom da sabedoria, da justiça, da santificação, da redenção. Não, ele está dizendo que Cristo é a nossa sabedoria; Cristo é a nossa justiça; Cristo é a nossa santificação; Cristo é a nossa redenção. Aprouve ao Pai englobar todas as coisas em Cristo, e tendo colocado Nele todas as coisas, Deus nada tem para nos dar fora da pessoa de Cristo. 

O que nós precisamos, não é um suprimento pleno de dons de Deus; o que precisamos é de um conhecimento mais pleno Daquele que é a fonte de todos os dons da parte de Deus. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CRISTO – O SOMATÓRIO DAS COISAS DIVINAS


Um problema muito sério com o cristianismo de hoje é sua complexidade: ele engloba coisas demais. Muitas pessoas entendem o cristianismo como uma multidão de cristãos que possuem uma multidão de qualidades iguais a Cristo; este tem tal amor, aquele tal paciência, aquele outro tal humildade. Como os cristãos desejam muito ter tais virtudes, saem sofregamente em busca delas.

Porém, jamais foi intenção de Deus que devêssemos nos tornar possuidores de uma variedade de dons e graças; Sua intenção era que tomássemos posse da nossa herança por meio de Seu Filho. Ele nos apresenta uma Pessoa, não uma porção de coisas espirituais. O fracasso em compreender esse fato tem sido a causa de tantas quedas na vida dos filhos de Deus. No propósito de Deus, Cristo não só é doador de tudo o que precisamos, mas Ele é tudo o que precisamos. Reconhecer isso é o que produz o cristianismo vital em contraste com o cristianismo conforme é comumente concebido, com sua ênfase em coisas exteriores. 

Voltemos à Palavra de Deus para recebermos instrução.
                                    
O TESTEMUNHO DE JOÃO

Em seu Evangelho, João registra que Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (14.6). Examinemos essa afirmação espantosa.
                                          
  Cristo é o Caminho

 Nos termos mais simples o Senhor afirma que o caminho de Deus para o homem não é algo que possa ser encontrado num mapa; na verdade, não é nenhuma coisa. O Filho é a única maneira de chegar ao Pai. “Eu sou o caminho”, diz Jesus, e Ele acrescenta: “Ninguém vem ao Pai senão por mim”. O único caminho que nos conduz de onde estamos ao lugar onde Deus está é Cristo! Todos os que realmente se achegaram a Deus, experimentaram que Cristo não somente nos ensina o caminho para o Pai, mas que Ele é o caminho. Precisamos entender que isso sempre será uma verdade essencial para todos nós.

Mesmo sabendo isso, muitos cristãos derrotados, há anos têm buscado o caminho da vitória e ainda estão perseguindo esse cansativo objetivo. Eles estão buscando um caminho e acabam perdendo de vista Aquele que é o caminho. Enquanto estivermos tentando descobrir algum método de vencer, estaremos fadados à derrota. Nós, cristãos, necessitamos entender que fórmulas e estratégias têm o seu uso no reino natural, mas no reino espiritual nada tem valor fora de Cristo.
                                         
  Cristo é a Verdade

Muitos cristãos concebem a verdade como sendo a doutrina concernente a Cristo, mas de acordo com a própria afirmação do nosso Senhor, a verdade não é uma questão de doutrinas a respeito Dele, mas é Ele mesmo. João cita Cristo como tendo dito: “Eu sou a verdade”. Será que poderia haver algo mais claro do que isso? E João registra esta outra afirmação feita pelo nosso Senhor acerca da verdade: 
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).

Para um instante e pense. Nenhuma verdade, como conceito, tem o poder de libertar os homens, mas Aquele que é a verdade liberta todos que estabelecem verdadeiro contato com Ele.

É possível ouvirmos verdades cristãs por anos a fio, e até pregar sobre elas, e ainda estarmos presos a muita coisa que não é de Cristo. O problema é que temos ficado ocupados com verdades, não com a verdade. Apossamo-nos de tantas verdades, mas não reconhecemos Cristo como o somatório da verdade. Se queres saber se isso é real, teste sua experiência pela Sua palavra: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
                                            
Cristo é a Vida

Precisamos diferenciar claramente entre vida e ações. A vida certamente se expressa em ações, mas ações não são um substituto da vida. Muitos cristãos fazem um enorme esforço em seu desejo de serem como Cristo, mas a vida de Cristo é sempre espontânea. Até mesmo a vida natural funciona espontaneamente. Como seus olhos vêem? Como seus ouvidos ouvem? Você, conscientemente, não faz qualquer esforço, o tempo todo, tentando ver e ouvir. Simplesmente abre os olhos e eles vêem; simplesmente abre os ouvidos e eles ouvem. Esforço excessivo indica fraqueza. Os movimentos de um corpo saudável são espontâneos e freqüentemente inconscientes.
                                      
Cristo é a Ressurreição

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição” (Jo 11.25). Que é ressurreição? Ressurreição é algo que penetrou na morte e emergiu em vida. A ressurreição pressupõe morte. Não pode haver ressurreição onde não houve morte. Ouça a declaração de Cristo: “Eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17, 18). 

Jesus Cristo entrou na morte, mas a morte não pôde retê-Lo. Ele é a Ressurreição! Ele venceu a morte e em glória de ressurreição leva as marcas do Seu conflito com o inimigo. As chagas de Suas feridas ainda estão lá. A ressurreição está inseparavelmente relacionada com a cruz.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DESENVOLVA O QUE DEUS OPERA


Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, pois Deus é quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” – Filipenses 2. 12,13.

Nossa vontade concorda com Deus, mas em nossa carne há uma inclinação que nos torna impotentes para fazermos o que sabemos que deveríamos fazer. Quando o Senhor toca a nossa consciência, a primeira coisa que a consciência faz é despertar a nossa vontade, e a vontade sempre concorda com Deus. Muitos dizem: “Mas eu não sei se minha vontade está de acordo com Deus”. Olhemos para Jesus e descobriremos se nossa vontade e nossa consciência estão de acordo com Ele o tempo todo.

Se algo existe em nós que nos leva a dizer: “Não vou fazer” é algo menos profundo do que a vontade; é uma impiedade ou obstinação, que nunca estão de acordo com Deus. O que há de profundo no ser humano é a sua vontade, não o pecado. A vontade é o elemento essencial na criação do homem por Deus: o pecado é uma inclinação perversa que entrou no homem.
No homem regenerado a inclinação da vontade é muito poderosa. A Bíblia diz: 

“Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. 

Devemos desenvolver com muita atenção e cuidado o que Deus opera; não realizar a nossa própria salvação, mas desenvolvê-la, firmando nossa fé de maneira resoluta e inabalável na completa e perfeita redenção do Senhor.

Assim fazendo, a nossa vontade não irá contrariar a vontade de Deus; pelo contrário, Sua vontade será a nossa vontade, e nossas escolhas naturais estarão de acordo com a vontade de Deus, e a vida passará e ser tão natural quanto o respirar. Deus é a fonte de nossa vontade, portanto estamos aptos a cumprir a vontade d’Ele.

A obstinação é como um brutamontes que rejeita esclarecimento; o único recurso contra ele é atacá-lo com dinamite, e dinamite é a obediência ao espírito Santo. Será que você acredita que o Deus todo-poderoso é a fonte da sua vontade? Deus não só espera que façamos a Sua vontade, mas Ele está em nós para fazê-la.

Lembremo-nos das palavras proféticas de Cristo Jesus: 
“Nem todo aquele que me diz senhor, senhor, entrará no reino dos céus, mas todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”. 

Temos muito a ganhar por desenvolvermos esse aspecto de nossas vidas.   

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A NECESSIDADE DE APERFEIÇOAR NOSSO CARÁTER


A obra ou o serviço de uma pessoa está absolutamente relacionado com seu caráter. O seu caráter determinará a maneira como você fará as coisas e realizará o seu trabalho. Muitas dificuldades que temos quando servimos originam-se de nosso caráter. É claro que alguns problemas são de origem espiritual e outros, de origem emocional. A maioria, no entanto, é causada pelo caráter. Portanto, enquanto aprendemos a servir o Senhor, precisamos estar em constante comunhão com Ele e depender de Sua graça.  

Nós mesmos temos a responsabilidade de aperfeiçoar nosso caráter.

Não podemos dizer que o espírito Santo não toca ou interfere em assuntos que dizem respeito ao nosso caráter, tais como a maneira como nos conduzimos ou o modo como fazemos as coisas, mas estaremos errados se esperarmos o Espírito Santo formar um bom caráter por nós. O Espírito Santo não faz muito nessa área. Mesmo quando faz, Ele necessita de nossa plena cooperação.

Alguns têm problemas com o caráter. Eles nunca terminam qualquer tarefa que lhes é entregue. Depois de todo o seu esforço, sempre fica um “rabo”. Isso é um problema de caráter. Alguns chamam esse problema de hábito, mas não achamos que essa seja a descrição adequada; antes, preferimos chamá-lo de problema de caráter. Outros têm muita dificuldade de relacionamento com as demais pessoas. Digo, sem medo de errar: Alguém que serve o Senhor tem de ter um bom caráter, que ame contatar as pessoas. Para alguns, não é que não gostem de contatar os outros, mas gostam de contatar somente alguns em especial.

Porém, a fim de sermos úteis nas mãos do Senhor, precisamos ter interesse pelas pessoas. Devemos amar observar as pessoas e temos de ter interesse por elas. Especificamente, devemos sempre contatar os que estão chegando a cada dia em nossas reuniões e cultos. Devemos ficar felizes em podermos falar com eles. Devemos ter esse caráter; caso contrário, nosso serviço estará sendo prejudicado por essa falha em nosso caráter.

Contatar as pessoas e transmitir graça o tempo todo

Irmãos, vocês devem aprender a ter esse tipo de caráter; caso contrário, serão de pouca utilidade. Nosso contato com o Senhor é uma coisa, e nosso contato com as pessoas é outra. Nosso contato com o senhor jamais pode substituir nosso contato com as pessoas. Por causa dessa pequena prática, muitos serão introduzidos na igreja e o reino de Deus se ampliará.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

FILHOS E HERDEIROS


“Pois todos vós sois filhos mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26).

Deus nos escolheu antes da fundação do mundo, conforme nos ensina a revelação da palavra de Deus, e em amor nos predestinou para sermos Seus filhos. Já não somos mais estrangeiros, antes fomos feitos participantes da família bendita de Deus. Podemos chamá-lo de Pai, Papai, ou Paizinho. Ele nos chamou para desfrutarmos dessa intimidade com Ele. Como Pai, Ele deseja que tenhamos livre acesso à presença dele, e liberdade para pedir-lhe qualquer coisa. O maior prazer de nosso Pai é cuidar de nós e fazer com que a nossa alegria seja completa (I Jo 1.4).

Precisamos amar a nossa filiação em Deus

Jacó, no Velho Testamento, é o exemplo de alguém que amou a sua filiação. Quando olhamos para a vida dos filhos de Isaque – Esaú e Jacó – um fato interessante se destaca. No caráter de Esaú, não há falhas aparentes: ele era trabalhador, caçava e preparava pessoalmente a comida para Isaque e, por isso era amado pelo pai. Quanto a Jacó, era um suplantador, exatamente como significava o próprio nome em hebraico. Ele agiu de má fé com Esaú, mentiu para o próprio pai e enganou o tio. 

Além de ter induzido o irmão a vender-lhe a primogenitura, Jacó ainda roubou-lhe a benção paterna. Ele era um mau-caráter... Mas espere um pouco; em Romanos 9.13, Deus diz algo muito interessante sobre ele: “Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”. Por que será que Deus amou Jacó e se aborreceu de Esaú? A resposta é: Porque Jacó amou a primogenitura, ao passo que Esaú a desprezou: 

“Jacó deu a Esaú pão e o guisado de lentilhas. Ele comeu e bebeu, e então se levantou e saiu. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura” (Gn 25.34). 
Eis o porquê de tudo!

Amar a primogenitura é amar a própria filiação, ou seja: a relação de vida com o próprio pai. Esaú vendeu a sua primogenitura por um prato de lentilhas e, mais tarde, se arrependeu amargamente. Do mesmo modo, o mundo tenta impedir-nos de desfrutar a bênção que Deus tem preparado para nós, assediando-nos com os mais variados e tentadores pratos. 

Nossa carreira profissional, nossa vida familiar, os divertimentos do mundo, a falsa segurança das riquezas, a posição social e, até mesmo, a religião podem tornar-se pratos de lentilhas, que sutilmente nos afastam das bênçãos destinadas aos filhos de Deus. Precisamos amar a posição de filhos – a relação que temos com a vida e a natureza do Pai – e também a herança que desfrutaremos.

À semelhança de Jacó, também temos nossas próprias distorções de caráter; mas, uma vez que amamos a Deus e desfrutamos da posição de filhos, podemos ter a certeza de que o próprio Pai nos corrigirá com carinho e cuidado, até que sejamos completamente mudados em nossos hábitos. O importante é ter acesso à mesa do rei.

Isso me faz lembrar de Mafibosete, o filho de Jônatas. Em virtude de sua aliança com Jônatas, e após a morte deste, Davi convidou Mefibosete, cujos pés eram aleijados, para comer todos os dias à mesa do rei (II Samuel 9.1-7). Isso aponta para nós. Muitos cristãos ainda tem os pés defeituosos, ou seja, um caminhar falho diante de Deus. Mas, por causa da aliança de Deus com Cristo, somos convidados a comer na mesa do Rei e desfrutar a presença do Senhor. Este é um dos privilégios de sermos filhos de Deus: não precisamos marcar hora, nem pedir uma audiência para falar com Ele.

Conta-se que, certa vez, o rei da França fazia um passeio pelos jardins externos do Palácio. A guarda palaciana mantinha o povo à distância, para evitar que algum plebeu se aventurasse a aproximar-se do monarca. De repente, um menino correu em direção ao rei. Os soldados tentaram impedi-lo. Ele, porém, foi mais ágil, driblou-os e sentou-se no colo real. Tratava-se de um dos filhos do rei.

 Para todos, aquele homem era o rei; mas, para o menino, era apenas o pai. Assim também acontece conosco: para o mundo, Deus é Rei e Senhor; mas, para nós, Ele é o nosso Papai. Glória a Deus! Somos filhos de Deus.   

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A CEIFA E O GRANDE LAGAR DA IRA DE DEUS


Nessa mensagem vamos comentar sobre dois temas importantes encontrados em Apocalipse 14: a ceifa (vs. 14-16) e o grande lagar (vs. 17-20). Vejamos o que está revelado nos versículos 15 e 16:

“Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois a seara da terra está madura. E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada”.

Entendemos que a seara (messe) da terra é símbolo do povo de Deus, os crentes em Cristo (I Co 3.9). Quando o Senhor veio pela primeira vez à terra, Ele semeou a semente divina no campo que é o mundo (Mt 13.3-8, 24). Todos os crentes, desde o dia em que receberam Jesus, como a semente de vida da parte de Deus, tornaram-se a colheita de Deus na terra.

Sendo assim, podemos dizer que todos os que amadurecerem primeiro serão colhidos como as “primícias” para Deus antes da grande tribulação, como é indicado nos versículos 1 até 5. Esse grupo será pequeno em comparação com os demais crentes. A grande maioria será colhida após os sofrimentos na grande tribulação. Vemos que essa grande ceifa ocorrerá depois de o anticristo obrigar as pessoas a adorá-lo e à sua imagem (v. 9).

A ceifa da messe depende do seu amadurecimento. Aqueles que amadurecerem mais cedo serão colhidos como as primícias, já os que amadurecerem mais tarde serão a messe. De acordo com o tipo no Velho Testamento, as primícias amadureciam e eram introduzidas no templo de Deus para o Seu desfrute (Êx 23.19).

Por isso é que a Bíblia nos revela que as primícias serão arrebatadas para Deus. Nos tempos antigos, o trigo precoce, as primícias, eram ceifadas primeiro e a messe era ceifada mais tarde. Nessa figura não há lugar para ambigüidade ou base para algum tipo de confusão. Simplesmente tomamos a palavra pura de acordo com a figura das primícias e a messe. Estamos aguardando o arrebatamento das primícias. Os que não tiverem parte nesta, provavelmente serão incluídos na messe.

De acordo com o capítulo 14, o arrebatamento da ceifa ocorrerá após o anticristo perseguir a religião. Após o arrebatamento das primícias, a besta, o anticristo, irá compelir as pessoas a adorá-lo e à sua imagem. Também irá perseguir os crentes. Esta será a grande tribulação profetizada por Jesus Cristo.

 Assim, todos os santos incluídos no arrebatamento da messe terão de passar pela maior parte da grande tribulação. Essa é uma revelação dura para a maioria dos crentes!

No versículo 15 diz: “A seara da terra já secou”. Secar significa ter toda a água terrena exaurida. Isso acontecerá porque o sofrimento da grande tribulação será como o sol abrasador, secando e amadurecendo os crentes que não amadurecerem na vida normal da igreja. Antes dessa época, a messe ainda estará verde.

Agricultor algum colheria uma messe verde. Toda a seara precisa amadurecer. Quando a seara estiver amadurecida, a hora da colheita terá chegado. No versículo 16 diz: “e aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada”. Esse momento profético se relaciona com o que vemos em Mateus 13.39:

 “e o inimigo que o semeou (o joio) é o diabo. A ceifa é a consumação do mundo e os ceifeiros são os anjos”.

 Na época de Sua vinda, o Senhor Jesus enviará Seus anjos para colher os crentes da seara da terra.
Os versículos 18 e 19 dizem:

“Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem a autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tem a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada, e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas. Então o anjo passou a sua foice na terra e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus”.

 Na Bíblia, os judeus são comparados à figueira (Mt 24.32), os crentes ao trigo (Mt 13.25, 30), e os gentios são comparados à videira (Ap 14.19), que é a falsa videira, a falsificação da verdadeira videira constituída de Cristo e Seus membros (Jo 15.1-6). Daí concluirmos que o Senhor Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira”, porque os incrédulos são a videira de imitação feita por Satanás.

Depois que o trigo tiver sido ceifado, os incrédulos, comparados a uvas aos olhos de Deus, serão colhidos. Isso ocorrerá no fim da grande tribulação.
O grande lagar da cólera de Deus (v. 19) será a guerra em Armagedom (16.12-16), onde todas as forças mundanas serão ajuntadas e onde o Senhor com Seu exército de santos vencedores lutarão contra eles e os destruirão.

 A palavra Armagedom é composta de duas palavras: “Ar”, que significa “monte”, e “Magedom”, que é o nome de Megido, significando “matança”. A reunião das forças mundanas é comparada ao ajuntar das uvas colhidas dentro de um grande lagar. Quando o Senhor vier, os exércitos do mundo serão ajuntados na guerra do Armagedom, esta será a hora de Ele pisar o lagar de Sua cólera.

Pisando esse grande lagar, o Senhor destruirá as forças malignas do mundo. Esse pisar do grande lagar terminará com a grande tribulação e também completará esta era. Isso é algo importante!  

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

OS VENCEDORES TARDIOS


Apocalipse 15.2 diz: “E vi como que um mar de vidro misturado com fogo, e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o número do seu nome, estavam em pé junto ao mar de vidro, tendo harpas de Deus”.

Podemos chamar os que são mencionados aqui de “vencedores tardios”, pois são os crentes que passam pela maior parte da grande tribulação e vencem o anticristo e sua adoração. Esses são os mencionados em Apocalipse 14.12 e 13, os quais serão martirizados sob a perseguição do anticristo e ressuscitarão para reinar com Cristo no milênio:

“...E vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos. Reviveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4).

 Os tais vencerão a besta, a sua imagem e o número do seu nome. Embora eles sejam mortos pelo anticristo, aos olhos de Deus eles serão vitoriosos. Por vencerem numa época tardia, quase no apagar das luzes da grande tribulação, falamos deles como os vencedores tardios.

O versículo 3 diz que os vencedores tardios “entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro” (Ap 15). O cântico de Moisés registrado em Êxodo 15.1-19 louva a Deus pela vitória sobre as forças de Faraó, pelo seu livramento triunfante por meio das águas julgadoras do Mar Vermelho.

Agora, esses vencedores tardios cantam outra vez esse cântico sobre o mar de vidro indicando que são vitoriosos sobre o poder do anticristo, que é julgado por Deus com o fogo do mar de vidro (19.20). Assim, o cântico de Moisés louva a Deus pelo seu julgamento, e o cântico do Cordeiro louva-O pela redenção operada por Cristo.

 Em seus louvores a Deus, os vencedores tardios declararão, a todo o universo, que foram livres do julgamento de Deus sobre os seus inimigos por causa da redenção de Cristo. A experiência deles nessas duas coisas se tornou um cântico de vitória:

    “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? pois só tu és santo; por isso todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos” (Ap 15.3-4).

 Aqui vemos que os vencedores tardios louvarão as obras de Deus e os Seus caminhos. Muitos não são capazes de diferenciar as obras de Deus dos caminhos de Deus. As Suas obras são os Seus atos, que são grandes em manifestação e maravilhosos em natureza. As obras de Deus, aqui, referem-se principalmente ao Seu julgamento sobre o anticristo. Todos aqueles julgamentos serão grandes e maravilhosos em natureza.

As obras de Deus são Seus atos, ao passo que os Seus caminhos são os Seus princípios governantes. Os caminhos de Deus são justos em Seus princípios e verdadeiros em Suas promessas. Se você conhecer os caminhos de Deus, não precisará esperar para ver Suas obras.

Embora Suas obras não tenham vindo ainda, você sabe que elas virão, porque conhece os princípios governantes pelos quais Deus faz as coisas. Deus promete a Seu povo que julgará os malfeitores, vindicará o Seu caminho e vingará o sangue do Seu povo. Porquanto, os vencedores conhecem os caminhos de Deus, eles têm certeza de que Ele fará o que prometeu.

Os vencedores tardios em Apocalipse 15 serão incluídos entre aqueles que viverão e reinarão com Cristo por mil anos (Ap 20.4). Apocalipse 20.6 indica, ainda, que os vencedores tardios estarão junto aos vencedores que terão “parte na primeira ressurreição”, aqueles que “serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos”.

  Sendo assim, em Apocalipse 14 e 15, vemos a sabedoria de Deus ao lidar com diversas pessoas e em cuidar do Seu povo de diferentes maneiras. Os vencedores mortos serão “o filho varão”, os vencedores vivos serão “as primícias” e os que forem martirizados durante a grande tribulação serão “os vencedores tardios”. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

FOMOS PREDESTINADOS PARA A FILIAÇÃO


No livro aos Hebreus, termos uma revelação importante sobre a igreja. A igreja é uma composição viva de todos os filhos de Deus, uma empresa viva de todos os irmãos do Filho Primogênito de Deus. Os muitos filhos de Deus, dos quais a igreja é composta foram todos predestinados para a filiação: 

“Nos predestinou para sermos filhos de adoção, por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.5). 

Não nos tornamos filhos de Deus por acidente; fomos predestinados a ser filhos de Deus desde antes da fundação do mundo.

Na eternidade passada, Deus decidiu que seríamos Seus filhos. Primeiramente, Deus nos conheceu de antemão (Rm 8.29). Depois disso, Ele nos escolheu. Não importando o que você sinta a respeito de si mesmo, Deus o escolheu antes da fundação do mundo. Depois de nos conhecer de antemão e de nos escolher, Deus nos predestinou. 

A palavra predestinar inclui a idéia de ser marcado. Na eternidade passada, antes da criação, Deus pôs uma marca sobre nós. Ele nos marcou antecipadamente. Para que nos predestinou Deus? Para a filiação. Fomos predestinados para a filiação.

É difícil encontrar esse conceito entre os cristãos hoje. O conceito comumente encontrado entre os cristãos é de que fomos predestinados para a salvação. Dificilmente há qualquer preocupação com a ‘filiação’. Não temos o conceito de filiação, porque fomos influenciados pelos ensinamentos tradicionais do cristianismo. Precisamos ser restaurados para entender a Palavra pura. 

A Palavra pura nos diz que fomos predestinados para a filiação. Uma vez que nos tornamos filhos de Deus, não temos com que nos preocupar.

Não nos tornamos filhos de Deus por acidente. Mesmo que alguém tenha se arrependido e crido no Senhor como resultado de um acidente automobilístico, o acidente não foi algo que ocorreu por acaso, mas segundo Deus, foi porque aquela pessoa já havia sido marcada. Por que ela sofreu aquele acidente? Talvez porque a pessoa era um pouco teimosa. Deus em Sua soberania permitiu aquele acidente para introduzi-la na filiação. Mas a filiação não é um acidente.

Somos nascidos de Deus

Como escolhidos de Deus, nascemos de Deus, a fim de sermos Seus muitos filhos. A Bíblia diz que quando recebemos o Senhor Jesus, crendo Nele, nascemos de Deus e recebemos o direito de sermos filhos de Deus (Jo 1.12-13). Desde então, o Espírito de Deus continuamente testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16).

 Mesmo nos momentos em que estamos fracos ou desviados, ainda temos a profunda convicção de que somos filhos de Deus, pois nascemos d’Ele e seremos para sempre Seus filhos. Recebemos a filiação eterna por meio de nossa regeneração.

Somos nascidos do Espírito

Quando nascemos de Deus, nascemos do Espírito (Jo 3.6). Em nossa carne, nascemos de nossos pais. Mas é no nosso espírito que nascemos do Espírito de Deus a fim de sermos Seus filhos. Deus enviou-nos o Espírito de Seu Filho para que pudéssemos ser os muitos filhos de Deus, à semelhança de Seu primogênito (Gl 4.6). Ser os muitos filhos de Deus é algo que se relaciona ao nosso espírito e ao Espírito do Filho de Deus.

Nós, os muitos filhos de Deus, temos o Filho Primogênito como nosso irmão mais velho (Hb 2.11; Rm 8.29). Como nosso irmão mais velho, Ele é nosso modelo e exemplo. Por ser nosso irmão mais velho, Ele lidera em tudo e nós temos de seguir Suas pegadas. Por termos a vida e a natureza de Deus, somos os muitos filhos de Deus. 

Por compartilharmos da mesma natureza do Primogênito, somos Seus irmãos. Para Deus, somos Seus muitos filhos; para o Filho Primogênito de Deus, somos Seus muitos irmãos.

Na igreja, o Filho Primogênito de Deus declara o nome do Pai a Seus irmãos. Por que o Pai é a fonte da vida e da natureza, declarar o nome do Pai é mostrar aos muitos irmãos a fonte da vida e da natureza. Nós, os filhos de Deus, nos tornamos co-participantes da natureza divina. 

Para nós, Deus não é meramente o Deus criador, mas também o Pai que gera. Ele nos gerou. Ele transmitiu-nos Sua vida, Sua natureza, e até mesmo Seu ser para dentro de nós.