segunda-feira, 26 de março de 2012

A PROMESSA PARA O VENCEDOR


Quando lemos o contexto de Apocalipse 2 e 3 , vemos que toda vez que o Senhor faz uma promessa nas epístolas às sete igrejas que estão na Ásia, rigorosamente falando, tal promessa se refere ao reino vindouro. Ela nunca se refere à eternidade, ao nosso destino eterno; pelo contrário, refere-se ao nosso futuro no reino vindouro. Esse é o princípio básico para se compreender todas as promessas dessas sete epístolas. 

No versículo 4 do capítulo 3, o Senhor promete que “aqueles que não contaminaram as suas vestes, andarão de branco com Ele. Quando será isso? Nos dias do governo de Cristo que, segundo a revelação, durarão mil anos. Andar de branco com o Senhor, portanto, significa andar com Ele durante esses mil anos.

No versículo 5, o Senhor diz: 

“O vencedor será vestido de vestiduras brancas, e de modo algum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos”. 

Vencer, aqui, tem a ver com a situação de morte espiritual das igrejas protestantes, isto é, vencer o protestantismo morto. Todo o versículo 5 é a promessa do Senhor aos vencedores. Ela se cumprirá totalmente no reino milenar, após Ele voltar.

Todo cristão precisa de duas vestes. A primeira é a veste da salvação, a qual representa, objetivamente, Cristo como nossa justiça. Vemos em Lucas 15, quando o filho pródigo retornou para casa, o pai lhe havia preparado a melhor roupa. A primeira coisa que o pai fez foi vesti-lo com a melhor roupa. Usando-a, o filho pródigo foi justificado na presença do pai. 

Ele havia se tornado um mendigo miserável. Não era mais digno de estar com o pai. Porém, quando vestiu a veste dada pelo pai, ele foi justificado e aprovado. Isso significa que ele foi justificado em Cristo e que Cristo tornou-se a sua cobertura justificadora. A veste de justificação é para a salvação.

Além disso, precisamos de outra veste para nos tornarmos aprovados e agradáveis ao Senhor. O “linho fino, resplandecente e puro” do capítulo 19.8 representa essa segunda veste. De acordo com a tipologia, a rainha do Salmo 45. 13, 14, têm duas vestes; uma para a salvação e outra para ela estar com o rei em Seu reino. Após sermos salvos, precisamos amadurecer e vencer os estorvos e as distrações. 

Precisamos correr a corrida e atingir o alvo. Enquanto estivermos correndo, muitas coisas podem nos embaraçar. Precisamos vencer todos esses embaraços. Sim, fomos salvos e justificados, e temos a primeira veste para a nossa salvação. Mas devemos prosseguir até a maturidade e atingir nosso destino. 

Se assim fizermos, receberemos um galardão. A veste da justificação foi colocada sobre nós pela graça de Deus, ao passo que a segunda veste deve ser trabalhada por nós. Precisamos viver – expressar Cristo como nossa segunda veste. Essa veste é para galardão, para recompensa. As vestes brancas mencionadas no versículo 5 referem-se a essa segunda veste. 

Quando temos essa segunda veste, somos agradáveis ao Senhor e receberemos galardão.
Àquele que vencer, o Senhor promete que “de maneira nenhuma riscará o seu nome do livro da vida”. É preciso muita cautela para entender essa promessa. O fato do Senhor prometer que não riscará o nome dos vencedores, significa que é possível que Ele venha a riscar os nomes dos que não venceram. Se não o fosse, porque Ele mencionaria essa possibilidade? O fato de o nome ser “apagado do livro da vida” indica que tal nome já estava escrito lá. 

“O Livro da Vida” é um registro divino dos nomes daqueles que participam das bênçãos que Deus lhes preparou. Os nomes de todos os santos escolhidos por Deus e predestinados para participar dessas bênçãos estão inscritos nesse livro (Lucas 10.20).

Essas bênçãos têm três estágios: a era da igreja, o reino milenar e a eternidade. As bênçãos no estágio da igreja, tais como o perdão, a redenção, a regeneração, a vida eterna e a natureza divina são todas porções iniciais. Todos os escolhidos de Deus, cujos nomes estão escritos no livro da vida, têm uma parte nessas porções para iniciarem sua vida espiritual.

 Se cooperarem com a graça supridora de Deus, eles amadurecerão em vida na era da igreja, e essa maturidade será recompensada quando o Senhor os galardoar em Sua volta. Esse prêmio será a entrada no reino milenar e a participação nas bênçãos divinas naquele estágio, tais como o gozo e o descanso do Senhor: 

“O seu senhor lhe disse: Bem está servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu senhor” (Mt. 25.21), o reinado sobre as nações (Ap 2.26-27; 20.4, 6), os quais Deus preparou como um incentivo para os 
Seus escolhidos prosseguirem com Ele na era da igreja. 

Entretanto, muitos dos Seus escolhidos, após receberem perdão, redenção, vida eterna e natureza divina, tudo pela graça, não cooperarão com a Sua graça nem prosseguirão com Ele até o fim. Dessa forma, serão incapazes de amadurecer no decorrer da sua vida no Corpo de Cristo, e, assim, não estarão prontos na volta do Senhor. Os tais não estarão aptos a entrar no reino milenar e, por conseqüência, a participar das bênçãos divinas daquela era como um galardão. Portanto, durante o reino milenar, seus nomes serão apagados do livro da vida.

Aqui nos defrontamos com o perigo de termos os nossos nomes apagados do livro da vida durante os mil anos. Se você é derrotado e se recusa a ser um vencedor pela graça do Senhor, o seu nome não estará no livro da vida quando Ele estiver reinando durante os mil anos. Isso significa que você foi chamado, mas não foi escolhido. Em Apocalipse 17.14 podemos ver que na Sua volta, após todos os vencedores terem sido arrebatados, o Senhor fará uma seleção. 

Essa seleção dependerá de como tivermos vivido nossa vida cristã. Se tivermos vivido de uma maneira derrotada, certamente o Senhor não irá nos selecionar. Mas se tivermos vivido de uma maneira vitoriosa, seremos selecionados e os nossos nomes estarão lá durante os mil anos.

Isso é semelhante a diplomar-se na escola. Embora o nome de todos os estudantes matriculados possam estar na lista de chamada da classe, somente alguns nomes estarão na lista para receber uma condecoração ou recompensa. Somente os melhores, os mais dedicados, assíduos e estudiosos. Isso é justo!

Apagar o nome de um crente do livro da vida não significa que perecerão pela eternidade. Apenas significa que durante os mil anos do reino vindouro, o seu nome não estará lá. Isso significa que perderão o seu direito de primogenitura no reino milenar, não tendo nenhum direito de participar daquilo que Deus originalmente tencionava dar a todos os Seus escolhidos, naquele estágio.

Se formos vencedores, o Senhor não apagará o nosso nome do livro da vida; pelo contrário, Ele o confessará diante do Pai e dos Seus anjos. Isso mostra que, uma vez que os nomes daqueles que não estão dispostos a serem vencedores serão apagados do livro da vida, seus nomes não serão confessados pelo Senhor diante do Pai e dos Seus anjos. Todos os crentes precisam ouvir o falar do Espírito.        

quinta-feira, 22 de março de 2012

O ARREBATAMENTO DOS VENCEDORES


No Evangelho de Mateus 24.39-42 vemos um fato a respeito do arrebatamento. Os versículos 40 e 41 dizem: 

“Então dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada e deixada a outra”. 

Aqui, o Senhor nos mostra dois irmãos no campo e duas irmãs no moinho. Um dos irmãos e uma das irmãs são tomados (arrebatados) e os outros deixados. Essa palavra de Jesus deixa claro que, em matéria de arrebatamento, nem todos serão arrebatados em um mesmo momento histórico. Partindo dessa premissa verdadeira, podemos analisar com mais clareza o arrebatamento do filho varão.

Em Apocalipse 12.5 encontramos um fato a respeito: 

“E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. 

Primeiramente notemos que o filho varão não é arrebatado para “os ares”, mas para o Trono de Deus. Sabemos que o trono de Deus está nos céus e por isso, podemos deduzir que o arrebatamento do filho varão é diferente dos demais. Outro aspecto a ser destacado é que esse arrebatamento ocorrerá antes dos três anos e meio da grande tribulação (Ap. 12.6-14). Daí se deduz que os demais cristãos permanecerão na terra ainda por “um tempo, de tempos e metade de um tempo”.

Outro fato a respeito do tema que estamos analisando é encontrado em Apocalipse 14.1-5, onde lemos sobre o arrebatamento de um grupo de santos que são chamados de “As primícias para Deus e para o Cordeiro”. Por serem primícias, eles serão trazidos para dentro da casa de Deus, o templo de Deus nos céus, e não nos ares. Os tais serão arrebatados para Sião, nos céus, antes que o anticristo obrigue as pessoas a adorá-lo durante a grande tribulação.

Esses fatos a respeito do arrebatamento dos vencedores não podem ser negados. Aquele que está no campo e aquela que está trabalhando num moinho são tomados antes dos demais; o filho varão é arrebatado para o trono de Deus antes dos últimos três anos e meio, e as primícias são tomadas antes da colheita. Ninguém pode dizer que a colheita será tomada ao mesmo tempo que as primícias. Como Apocalipse 14 esclarece, as primícias são arrebatadas primeiramente e a colheita (a messe) é arrebatada mais tarde.

Se você fizer uma leitura cuidadosa do capítulo 14, verá que depois que as primícias são levadas para o monte Sião, no céu, o anticristo irá erigir sua imagem, no templo em Jerusalém, e irá obrigar as pessoas a adorá-la. A não ser que você não creia na Bíblia, não há nenhuma dúvida a esse respeito. Se cremos no que a Bíblia diz, então precisamos admitir que alguns cristãos serão arrebatados aos céus e não para os ares, antes que o anticristo persiga o remanescente do povo de Deus.  

O lugar para o qual os vencedores serão arrebatados é diante do Filho do homem nos céus (Lc. 21.36). Na época do arrebatamento dos vencedores, Cristo ainda não terá deixado o céu e, conseqüentemente, nem terá descido para o ar (atmosfera do planeta terra). Muito menos terá descido para a terra.  Os vencedores que venceram o laço do diabo permanecerão de pé diante do Filho do Homem nos céus.

Como indica Ap. 12.5, o filho varão será arrebatado para o trono de Deus nos céus. Provavelmente a maioria dos cristãos sabe que 1 Tessalonicenses 4 diz que aqueles que estiverem vivos, os que ficarem, serão arrebatados para “os ares”. Mas aqui vemos que o filho varão será arrebatado ao trono de Deus nos céus. O fato de que as primícias estarão de pé no monte Sião nos céus também prova que o lugar para o qual os vencedores serão arrebatados é os céus. 

Todos esses versículos indicam que os vencedores não serão arrebatados para o ‘ar’ mas para, quem sabe, o terceiro céu.

Portanto, no que diz respeito tanto ao momento como ao lugar, o arrebatamento dos vencedores é totalmente diferente do arrebatamento da maioria dos crentes. Esse é o relato profético que a Bíblia nos dá!

segunda-feira, 19 de março de 2012

ESTUDO SOBRE O ARREBATAMENTO DOS CRENTES


O assunto “arrebatamento dos santos” sempre foi uma questão muito difícil para os cristãos que se interessam, sinceramente, pelo tema. O principal obstáculo deve-se ao fato de existirem três escolas com diferentes abordagens e diferentes pontos de vista quanto ao arrebatamento: a escola da pré-tribulação, a escola da pós-tribulação e a escola do assim chamado arrebatamento parcial, os quais advogam que o arrebatamento dos vencedores se dará antes da maioria dos crentes.

Em cada uma dessas escolas houve homens espirituais que conheciam muito bem a Bíblia. Por causa de opiniões conflitantes, houve muito debate sobre o arrebatamento. Por ter me dedicado, por muitos anos, ao estudo, observação e consideração, quero lhes apresentar uma palavra clara e simples sobre o arrebatamento de acordo com a pura palavra da Bíblia. Vamos esquecer, por um momento, todas as escolas e nos importar somente com a pura palavra.

                                                                 O ARREBATAMENTO DOS VENCEDORES

   Na Bíblia vemos dois aspectos do arrebatamento: o arrebatamento dos vencedores e o arrebatamento da maioria dos santos. O fato de haver dois aspectos do arrebatamento não significa que há somente dois arrebatamentos. 

Com relação ao arrebatamento dos vencedores, podemos ver na Palavra que há pelo menos três categorias. Por exemplo: O arrebatamento das primícias é diferente do arrebatamento “do filho varão. O filho varão (Ap. 12.5) é caracterizado por ser composto pelos vencedores mortos e ressuscitados. Por outro lado, as primícias (Ap. 14.1-5) são os vencedores vivos, pessoas que nunca passaram pela morte.

Apocalipse 12.11 diz que os vencedores, que estão incluídos no que a Bíblia chama de filho varão, são fiéis até a morte; venceram o inimigo por causa do sangue e por causa da palavra do seu testemunho, e não amaram a sua vida da alma até a morte. Sabe-se que, historicamente, muitos deles foram martirizados, muitos tombaram no campo de batalha e muitos ainda tombarão pelo evangelho do reino do Filho de Deus. Por isso, o filho varão, que inclui todos os vencedores mortos, é diferente das primícias, que são os vencedores vivos.

Além do filho varão e das primícias, há outro grupo de vencedores no capítulo 15, os vencedores tardios, que vencem o anticristo, sua marca, o número do seu nome e a sua imagem, os quais, a Bíblia revela, serão arrebatados para ficar em pé no “Mar de Vidro”, a fim de louvar o Senhor. Portanto, no que diz respeito aos vencedores, há pelo menos três diferentes arrebatamentos. Além desses, há também o arrebatamento das duas testemunhas no capítulo 11.

Muitos cristãos são muito superficiais e tem pouca visão. Eles não lêem e não estudam a Bíblia de uma maneira completa e minuciosa; pelo contrário, selecionando alguns versículos, ensinam que todos os cristãos serão arrebatados antes da tribulação. Eles dizem que eram pecadores, mas foram lavados pelo sangue do Senhor; que foram regenerados pelo Espírito, que foram salvos e, por isso, agora estão aguardando a volta do Senhor Jesus, quando todos os santos serão arrebatados. 

Falando de uma maneira geral, isso é correto, e não há nada de errado nisso. Entretanto, essa é uma apreciação rápida, descuidada e superficial do assunto.

Compreender a questão do arrebatamento no Novo Testamento é como dirigir um automóvel através de um labirinto. É muito difícil conhecer com precisão esse assunto. Talvez o Senhor quisesse que fosse assim para suscitar a nossa vigilância. Não devemos estar confiantes demais sobre o nosso saber e conhecer sobre arrebatamento, pois podemos estar enganados sobre alguns aspectos. Somente o Senhor pode mostrar-nos detalhes precisos, por isso precisamos examinar atentamente alguns desses detalhes.

Quando jovem, estudei tanto a escola que afirmava que a volta do Senhor seria após o milênio como a escola que afirmava que Ele viria antes do milênio. Nos últimos cinqüenta anos, a escola pós-milenista desvaneceu-se, e dificilmente alguém, atualmente, se importa com ela. Talvez você nem mesmo tenha ouvido falar dela. Dizer que Cristo voltará após o milênio absolutamente não tem base bíblica. Desse modo, somente uma escola permanece: 
Que Cristo virá antes do milênio. 

Entretanto, isso é muito geral. Precisamos ser mais exatos e específicos. É absolutamente correto dizer que o Senhor Jesus voltará antes do milênio e que todos os cristãos serão arrebatados, mas precisamos ainda nos familiarizar com os detalhes.

Sabemos que alguns cristãos terão dificuldade de assimilar esse ponto de vista da Palavra de Deus. Tudo o que entra em primeiro lugar na nossa mente é difícil de se extrair. Uma vez que alguém tenha assimilado a idéia de que todos os crentes serão arrebatados antes da tribulação, é-lhe difícil libertar-se dela. Assim, todos os conceitos velhos devem ser removidos.

Concluindo, devo dizer que não sabemos em qual grupo de arrebatados estaremos, se no do filho varão, no das primícias ou no dos vencedores tardios. Porém, seja em qual for, precisamos considerar o exemplo do apóstolo Paulo. Ele não estava aguardando a volta do Senhor? Se examinarmos seus escritos, veremos que ele nunca disse: “Amados santos, vocês não precisam fazer muitas coisas porque o Senhor Jesus poderá voltar amanhã. Vocês devem apenas sentar-se e orar”. Absolutamente não! O que me parece é que ele está dizendo: “Enquanto aguardamos a volta do Senhor, precisamos ainda viver de uma maneira normal, para sermos o testemunho adequado do Senhor Jesus. Precisamos obter a melhor educação e ter um viver diário equilibrado. Também precisamos manter nossas famílias e, em todos os aspectos, sermos pessoas normais".

Estamos aqui como o testemunho de Jesus. Somos pessoas normais vivendo uma vida normal, mas nada desta vida pode nos tocar. Não somos desleixados, ociosos, preguiçosos ou descuidados; todavia, nada neste mundo tem qualquer controle sobre nós. Esses dois lados da questão nos obrigarão a ser um com o Senhor, pois sem Ele nada podemos fazer.    


    

quinta-feira, 15 de março de 2012

SABER QUE ELE É JUSTO


“Se sabeis que ele é justo; sabeis também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele” (I Jo 2.29).

De acordo com a palavra de João no versículo 29, se sabemos que Deus é justo, “sabemos que todo aquele que pratica a justiça é nascido d’Ele”. Praticar a justiça não é apenas fazer justiça ocasional e propositadamente como um ato isolado; é fazer justiça habitual e involuntariamente como viver diário comum da pessoa. 

Isso ocorre como resultado da vida divina dentro de nós, com a qual fomos gerados do Deus justo. Portanto, é uma expressão viva de Deus, que é justo em todos os Seus feitos e atos.

É a maior maravilha em todo o universo que seres humanos possam nascer de Deus, e pecadores possam ser feitos filhos de Deus! Por meio deste surpreendente nascimento divino recebemos a vida divina, que é a vida eterna, como uma semente divina semeada para dentro do nosso ser. 

A partir desta semente, todas as riquezas da vida divina crescem dentro de nós. É por meio disso que permanecemos no Deus Triúno e vivemos a vida divina em nosso viver humano, uma vida que não é voltada para a prática do pecado, mas para a prática da justiça, que ama os irmãos, vence o mundo e não é tocada pelo maligno (I Jo 5.18).

Você sabe o que torna possível habitarmos no Deus Triúno? Podemos habitar n’Ele porque nascemos d’Ele. Embora Deus seja divino e nós pecadores, fomos, contudo, gerados do Ser divino. Nada pode ser maior que isso. Este nascimento divino não é mera doutrina ou algo experimentado psicologicamente. Pelo contrário, esse nascimento na verdade ocorreu organicamente em nosso espírito.

 Em João 3.6 o Senhor Jesus diz: “O que é nascido de Deus, é espírito”. Louvado seja o Senhor que nos deu tal nascimento! Nessa vida divina espontaneamente permanecemos e habitamos no Deus Triúno.  

Cada vez que um cristão fica indignado com a injustiça, com o descaso e com a corrupção que rouba e desvia o dinheiro que deveria ser canalizado para as melhorias na saúde, saneamento, educação e segurança, ele está manifestando a natureza de um Deus justo e perfeito. 

O verdadeiro filho de Deus não consegue ficar indiferente diante das inúmeras transgressões que são praticadas diuturnamente pelos iníquos de plantão. Lutar pela justiça é uma característica daqueles que são nascidos de Deus.

Pode ser que não consigamos ver a justiça imperando no mundo todo nessa era, mas temos certeza que na era do milênio, quando Cristo estiver reinando sobre toda a humanidade, veremos o sol da justiça brilhando e resplandecendo. Que venha logo esse tempo!    

segunda-feira, 12 de março de 2012

O MAIOR PECADO DO MUNDO


Sobre os pecados que os pecadores cometem, prefiro não fazer uma lista em detalhes. Gostaria apenas de brevemente mostrar o pecado do homem. Tanto no Novo como no Antigo Testamento, existem pecados que se destacam de modo especial. No Antigo Testamento, um pecado que se destaca é o de não amar a Deus. 

No Novo Testamento, há também um pecado que se destaca de modo especial: o de recusar-se a crer no Senhor Jesus.

Quando a Bíblia diz que o homem está condenado e tornou-se pecador aos olhos de Deus, não quer dizer que ele cometeu uma multidão de pecados os quais acarretaram a ira de Deus; pecados tais como homicídio, fornicação, orgulho, libertinagem, prostituição, o vício do jogo ou das drogas e outros tipos de pecados imundos e ocultos. Isso não é o que a Bíblia enfatiza.

O que a Bíblia considera sério é o problema que se levantou entre o homem e Deus. O fim da lei é amar ao Senhor nosso Deus de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a força (Mateus 22: 36-37; Marcos 12: 30). Assim, a questão não é se alguém roubou dos outros ou se cometeu homicídio ou planejou um crime. A questão não está nas concupiscências ou pensamentos ou palavras. Pelo contrário, a questão é o problema do relacionamento entre o homem e Deus.

Dentre todos os pecados, há um que encabeça a lista. Este pecado introduz todos os demais. Por meio dele todos os outros se sucederam. A Bíblia diz que o pecado entrou no mundo por um só homem (Rm 5.12). Quero perguntar-lhes:

Qual foi o pecado que este homem cometeu? Foi fornicação, roubo, homicídio, violência sexual? Não havia coisas semelhantes no Éden, mas todas as coisas malignas, imundas ou terríveis que ocorrem no mundo hoje tiveram origem naquele incidente único envolvendo Adão. Que fez Adão? Adão não assassinou, não cometeu fornicação, ele não cometeu nenhum dos pecados malignos e sujos do mundo de hoje. O pecado que Adão cometeu foi simples.

 Adão achou que Deus estava tentando esconder algo dele. Ele pensou que se comesse do fruto daquela árvore seria igual a Deus. O pecado que Adão cometeu foi na verdade um problema que se desenvolveu entre ele e Deus. Deus esperava que Adão permanecesse em sua posição. Contudo, Adão não acreditou que aquilo que Deus lhe havia dado fosse proveitoso para ele. Ele começou a duvidar do amor de Deus. Um problema surgiu, então, em relação ao amor de Deus.

Adão não cometeu muitos pecados nesse incidente. Ele não se envolveu com drogas, não olhou para coisas malignas, não leu livros malignos. O pecado de Adão foi um problema que surgiu entre ele e Deus. Em decorrência disso todos os tipos de pecados se sucederam. Os pecados são segundo a sua espécie, e todos eles vêm um após outro. Entretanto, o primeiro pecado não é o que imaginamos. O primeiro pecado foi o único pecado no Antigo Testamento: o de não amar a Deus.

Depois que se desenvolveu um problema entre o homem e Deus, os problemas entre os homens começaram a aumentar. No Jardim do Éden, surgiu um problema dentro do homem; depois, fora do jardim, o irmão mais velho assassinou o mais jovem e todos os tipos de pecados se seguiram. Portanto, vemos que os pecados não começaram de maneira séria e suja, como poderíamos imaginar. A Bíblia mostra-nos que os pecados começaram com algo muito simples. Mas, na verdade, o primeiro pecado foi o mais sério – um problema entre o homem e Deus.

Quando examinamos o Novo Testamento, vemos o Senhor Jesus dizendo muitas vezes que aquele que crê tem a vida eterna (Jo 3.15-16, 36; 5.24; 6.40, 47; 11.25). Provavelmente exista cinqüenta ou mais passagens nas quais o Senhor afirma que quem crê têm a vida eterna. Quem serão então, os que vão perecer? Serão os assassinos que irão para o inferno? Serão os fornicadores que irão perecer? São os que têm pensamentos imundos e conduta inadequada que irão para a perdição? Não necessariamente. 

O Evangelho de João diz-nos repetidamente que os que não crêem serão condenados (Jo 3.16, 18). Os que não creem sempre têm sobre eles a ira de Deus (Jo 3.36). O Senhor Jesus disse que o Espírito Santo veio para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Por que do pecado? Será porque você matou, roubou, prostituiu ultimamente? Não. “Do pecado, porque não crêem em mim” (16.9).

A maior dificuldade que encontramos hoje é que a imundícia nós consideramos pecado, mas não damos atenção à Palavra do Senhor para vermos o que Deus considera pecado. O Senhor disse que quem não crer já está condenado. O motivo de o homem cometer pecados é que ele não tem um relacionamento adequado com o Senhor Jesus. No AT, quando o homem deixou de ter um relacionamento adequado com Deus, todos os tipos de pecados foram cometidos. 

No Novo Testamento, quando o homem deixa de ter um relacionamento adequado com o Senhor Jesus é que todos os tipos de pecados são cometidos. Aqui residem todos os problemas. Enquanto você está atento a esta mensagem, você pode achar que, apesar de tudo o que ficou provado biblicamente, você não pratica muitos pecados. Porém, ninguém no mundo pode dizer que não cometeu o pecado de não amar a Deus. 

Tampouco existe alguém que possa dizer que não cometeu o pecado de não crer no Senhor. Por isso, ninguém pode dizer que não é um pecador.  

O homem perece devido à sua incredulidade. A incredulidade faz com que a punição por todos os outros pecados recaia sobre alguém que não crê. A razão última é o pecado da incredulidade, ainda que não devamos negligenciar os outros pecados.

Creia e ame a Deus sobre todas as coisas. Não descuide de seu relacionamento com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Mantenha sua vida no centro da vontade de Deus e tudo o mais te será concedido por Ele.  

quinta-feira, 8 de março de 2012

A OBRA DO REINO


Jesus Cristo não é apenas o centro do evangelho, mas é todo o evangelho. Os quatro evangelistas nunca se concentram em outra personalidade. Personagens marginais permanecem na periferia, e não é permitido a mais ninguém tomar o centro do palco. Vários indivíduos são apresentados somente para interrogar, responder ou reagir a Jesus. Nicodemos, a mulher samaritana, Pedro, Tomé, Caifás, Pilatos e muitos outros são secundários em relação à pessoa de Jesus.

E é assim que deve ser, pois o Novo Testamento é uma visão da salvação. Quando baixar a última cortina, Jesus eclipsará todas as pessoas famosas, formosas e poderosas que já viveram. Cada homem e cada mulher serão considerados conforme a sua reação a Jesus. No homem Jesus há uma absoluta compatibilidade de propósitos em relação a Deus. No entanto, aqui está em questão mais do que conhecimento e ligação afetiva: Jesus vive para esclarecer o reino de Deus e a vida no reino de Deus.

“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra” - João 4: 34.

“As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra” – João 14: 10.

“Pai, se queres, afasta de mim este cálice: contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” – Lucas 22: 42.

E no templo, Jesus responde de forma lacônica à sua mãe: “Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?” (Lucas 2: 49). Outra passagem é ainda mais básica. Jesus estava ensinando, cercado por um grupo de ouvintes, quando alguém o tocou, dizendo: “Tua mãe, e teus irmãos estão lá fora e te procuram”. E ele, que sabia muito bem quem eram eles, retrucou com a mesma seriedade que marcou sua vida na terra: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” Jesus fez uma pausa, olhou os que estavam sentados ao seu redor e continuou: 

“Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Marcos 3: 31-35).

Não devemos permitir que essas palavras sejam interpretadas como alegoria. A vontade de Deus é uma realidade. É como um rio de vida partindo de Deus em direção a Jesus – uma circulação sangüínea da qual ele recebe vida de maneira mais profunda e poderosa do que a recebia de sua mãe. E quem  estiver pronto para fazer a vontade de Deus se torna parte dessa circulação sangüínea.

A mente de Jesus estava fixada no cumprimento da vontade divina por meio da proclamação do Reino de Deus. A intimidade de Jesus com Deus e a consciência da santidade de Deus o encheram de profunda sede das coisas divinas. Sua vida interior de confiança e rendição amorosa ganha uma expressão vital, especial, de presença no mundo a serviço dos interesses e dos propósitos do Reino do Pai.

Jesus Cristo planejou sua vida em torno de tal missão, renunciando aos confortos da estabilidade e da permanência: 

“As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Lucas 9: 58). 

Ele nunca demorou muito num único lugar. Quando os discípulos o procuravam, ele respondia: “É necessário que eu pregue as boas novas do Reino de Deus noutras cidades também, porque para isso fui enviado” (Lucas 4: 43). Outros teriam ficado para trás, preocupados com segurança, prazer e poder, mas Jesus seguiu em frente, sem parar, sempre dirigido pela visão do Reino.

Nada deve interferir na proclamação das boas-novas da vida eterna e na ajuda às pessoas que tenham um estilo de vida que lhes permita crescer para a eternidade – um modo de vida em paz e justiça, com lugar para a dignidade humana ser reconhecida e para o amor florescer.
É difícil, porém, deixar de pensar na quantidade de casamentos errados, empregos errados, relações pessoais erradas e todo o sofrimento que seriam evitados se os cristãos submetessem o processo de tomada de decisão ao domínio de Jesus Cristo. 

Muitas vezes nos esquecemos de que temos o mesmo acesso a Deus desfrutado por Jesus. Jamais deveríamos nos esquecer de que o nosso Criador cuida de nós. Deus conhece cada um de nós pelo nome e está profundamente envolvido nos dramas de nossa existência pessoal. “Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados” (Lucas 12: 7).

Dentro desse clima de confiança, podemos tranqüilamente procurar discernir a vontade de Deus. É em tal atmosfera que todas as decisões se tornam claras e todas as ações florescem. Os sons da paz interior ressoam no coração afinado com Deus, enquanto o coração desafinado, iludido em cantar sua própria canção, pulsa com agitação, conflito, dissonância e contratempos. 

Em vez de sucumbir às distrações, podemos encontrar esperança seguindo o exemplo de Cristo em sua devoção sincera às coisas de Deus.





   
  

segunda-feira, 5 de março de 2012

AS CONSEQÜÊNCIAS DA BUSCA DO PRAZER


Uma vez fechadas as janelas, trancadas as portas e apertadas as porcas e parafusos em nossas engrenagens mentais, começamos a nos sentir seguros. Mas o tédio e o desespero silenciosos de nossa existência hermeticamente fechada nos levam a buscar compensações e satisfações através de todos os tipos de experiências agradáveis.

Quando as formas de prazer, lazer e recreação reanimam a mente e o corpo e revitalizam o espírito, elas proporcionam uma sensação de equilíbrio, tranqüilidade e completude. Mas, buscadas em si mesmas, elas nos enviam a um passeio na montanha-russa, durante o qual cada sensação deve ser maior que a anterior para que a emoção continue.

O sexo pode ser a forma de prazer mais procurada, seguido pelo efeito embriagador do álcool ou pela energia impulsionadora das drogas. Para alguns, o prazer é encontrado no conforto da comida. Para outros, é a vida por meio da música ou do cinema que dá acesso à vida emocional, profundamente enterrada. Quão facilmente a busca de prazer se transforma em obsessão, e a obsessão em um tipo de morte da alma:

“Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus”.  Romanos 8:5-8.

O homem carnal está ostensivamente ligado à carne, segundo a qual vive e anda. No entanto, muitos cristãos praticam uma “prudência da carne” ambivalente, a qual aspira a um tipo de mediocridade dourada: o “eu” é cuidadosamente distribuído entre carne e espírito, mantendo um olho atento em ambos.

Paulo chama a isso “visão espiritual imperfeita”. É a visão dos que receberam o Espírito, mas permanecem espiritualmente imaturos porque não se sujeitam por completo ao domínio do Espírito. Eles se rendem às suas paixões, permitindo, assim, que seus impulsos os limitem a uma espiritualidade infantil. Paulo os compara a bebês incapazes de receber alimento sólido (I Co 3.2). O cristão perfeito é aquele que normalmente não se rende às exigências da carne, e que normalmente é submisso aos impulsos do Espírito.

Uma das formas mais intrigantes de auto-indulgência é a obsessão narcisista com o próprio corpo. Partindo do interesse válido e útil de manter a saúde, gastamos uma quantidade inacreditável de tempo e energia para conquistar ou manter uma boa aparência. O planejamento estratégico de Napoleão para a invasão da Rússia foi um esforço militar amador, se comparado à engenhosidade, habilidade e precisão logística do cuidado corporal.

Não há lanches rápidos casuais, nem exercícios não planejados, nem carboidrato ou caloria que não seja contabilizado. Procura-se orientação profissional, consultam-se livros e periódicos, procuram-se spas, avaliam-se cirurgias plásticas e debatem-se os méritos da dieta da moda na televisão. O que é uma rica vida espiritual comparada à primorosa sensação de se parecer com uma celebridade?

Logicamente, a preocupação com a aparência física não mantém nenhuma relação com a mente de Jesus Cristo. O Senhor sente apenas tristeza e compaixão pela nossa patética perseguição da sensação física. Os esforços para se encontrar excitação e deflagrar uma paixão não terminam com o físico. Os cristãos são tão propensos a dependência química, romances, amizades interesseiras e comportamentos de risco quanto aqueles que não possuem Cristo no coração. Querem e buscam meios de preencher as lacunas abertas na vida. No entanto, saem dessas experiências com pouco mais do que uma sensação temporária de plenitude.

Pense como as religiões têm explorado e aproveitado da carência para substituir o entorpecimento em nossa vida por uma paixão por algo mais, qualquer coisa. Criamos a adoração na qual a música serve para mexer com as emoções, mas a alma permanece impassível, em que palavras ditas são pouco mais do que manipulações do coração. Criamos experiências catárticas cheias de choro e “dança no Espírito”, que nos deixam com a sensação de que Deus nos tocou.

Não é de se surpreender que as experiências espirituais estejam crescendo rapidamente por todos os lados e se tornando artigos comerciais altamente procurados. Multidões correm para lugares e pessoas que prometem intensas experiências de comunhão, emoções catárticas de alegria, doçura e sensações libertadoras de arrebatamento e êxtase. Em nossa desesperada necessidade de plenitude e incessante busca pela experiência da intimidade divina, somos todos propensos a construir nossos próprios eventos “espirituais”.

A falta de experiência com o amor divino fica dolorosamente evidente. Quer busquemos preencher o vazio com atividades ostensivamente carnais, como sexo ilícito, álcool ou drogas; quer nos enganemos acreditando que nossa necessidade de prazer é baseada em uma preferência espiritual, o nome do jogo é o mesmo.  


quinta-feira, 1 de março de 2012

VOCÊ TEM FOME DE JESUS CRISTO?


Há certas questões urgentes que todo cristão deve responder com total sinceridade. Você tem fome de Jesus Cristo? Você anseia passar um tempo sozinho com Ele em oração? Ele é a pessoa mais importante em sua vida? Ele preenche sua alma como uma canção alegre? Ele está em seus lábios como um grito de louvor? Ou Ele está sufocado por distrações, anulado pelo orgulho? Você consulta Suas memórias, Seu Testamento, para aprender mais sobre Ele? Você tem sede da água viva do Seu Espírito Santo? Você está se esforçando para morrer diariamente para qualquer coisa que iniba, diminua ou ameace sua amizade com Ele?

Para verificar onde você realmente está com o Senhor, recorde o que o entristeceu no último mês. Foi a consciência de que você não ama Jesus o suficiente? De que você não buscou a Sua face em oração com a freqüência necessária? Ou você ficou abatido por causa de uma falta de respeito, de uma crítica de uma figura de autoridade ou em razão de suas finanças, da falta de amigos, de medos sobre o futuro ou pelo aumento de peso?

De modo inverso, o que o alegrou no último mês? Uma reflexão sobre a importância de sua eleição para a comunidade cristã? A alegria de poder dizer suavemente: “Aba, Pai”? A tarde em que você se retirou durante duas horas, levando só o evangelho como seu companheiro? Uma pequena vitória sobre o egoísmo? Ou as fontes de sua alegria foram um carro novo, uma roupa de grife, um grande evento, o sexo, um aumento salarial ou a perda de meio quilo em seu peso?

Quando todos os cristãos se rendem ao mistério do fogo do Espírito que queima por dentro; quando nos submetemos à verdade salvadora de que alcançamos vida somente através da morte, assim como nos voltamos para a luz somente através das trevas; quando reconhecemos que o grão de trigo deve se enterrar no chão e morrer, assim como Jonas deve ser sepultado na barriga do grande peixe e o jarro de alabastro do “eu” deve ser quebrado para que os outros percebam a doce fragrância de Cristo; quando respondemos ao chamado de Jesus “vinde a mim”, então o poder ilimitado do Espírito Santo será liberado com surpreendente força na igreja e no mundo.

Mas isso só acontecerá se nos apartarmos da vida que estamos acostumados a viver, uma vida regida por nossos desejos de segurança, prazer e poder. São esses desejos que nos impedem de reconhecer a verdade de nossa necessidade da misericórdia de Deus. São esses desejos que nos impedem de tirar os resíduos embaraçadores de nossa vida sem Deus e nos obstruem a transparência.

SEGURANÇA

Em um sentido muito óbvio, o culto à segurança inclui os crentes que com freqüência adoram mais no altar do sucesso do que no altar do Deus vivo, que se curvam mais regularmente às vacas sagradas da segurança e do conforto do que ao domínio soberano de Jesus Cristo. A síndrome da segurança é facilmente reconhecível quando o assunto é dinheiro. Uma pessoa pode se sentir segura com apenas dez reais aqui e agora. Outra pessoa pode se sentir insegura com 100 mil reais no banco. A quantia não importa. O tipo de segurança que buscamos (financeira, de relacionamento, profissional) não tem importância. O que importa é a quantidade de tempo, energia, pensamento e atenção que investimos na desgastante luta para alcançar as condições que acreditamos ser indispensáveis para nos sentirmos seguros.

Os detalhes de nossas listas de compra são bastante arbitrários, mas o desejo de segurança é muito exigente e afasta nossa mente do chamado superior para que nossos pensamentos e nosso coração sejam habitados por Cristo Jesus. O Senhor passou pelo mundo como uma figura de luz e verdade, às vezes terno, às vezes bravo, sempre justo, amoroso e eficaz, mas nunca inseguro. Uma palavra, um gesto, umas poucas sílabas traçadas na areia, uma ordem como “venham, sigam-me!” e destinos foram mudados, espíritos renascidos. Ele conversou com samaritanos, prostitutas e crianças e lhes falou da verdade, da misericórdia e do perdão, sem nunca apresentar sequer um traço de insegurança a obscurecer seu semblante. Passando seu tempo com aqueles que eram desaprovados por todos, ele nunca vacilou em seu desejo de lhes oferecer seu reino.

Quando nos apegamos a um miserável sentimento de segurança, a possibilidade de transparência torna-se totalmente nula. Da mesma maneira que o amanhecer da fé exige o pôr do sol de nossa anterior incredulidade, de nossas falsas idéias e convicções equivocadas e circunscritas, assim também o amanhecer da crença exige o abandono de nossa ânsia pelas garantias materiais e espirituais. A segurança no Senhor Jesus implica o fim de nossos cálculos e estimativas de custo.

Viver na dependência da “segurança” derrota a alegre confiança na sabedoria e no amor de Deus, prejudica as relações interpessoais, impede a contínua renovação da comunidade e a união cristã e põe em desvantagem o cristão sério que busca atingir a mente de Cristo Jesus.  

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ – II


Qual é a lição que aprendemos com Isaque? Gálatas 4 diz que Isaque é o filho da promessa (v. 23). A história de Abraão, Isaque e Jacó, de Gênesis 11 até 50, mostra-nos que Isaque era um homem comum e nada tinha de especial. Toda a vida de Isaque foi um constante desfrutar da herança de seu pai. 

É verdade que Isaque cavou alguns poços. Mas mesmo os poços foram primeiramente cavados por seu pai. 

“E tornou Isaque a abrir os poços que se cavaram nos dias de Abraão, seu pai (porque os Filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão), e lhes deu os mesmos nomes que já seu pai lhes havia posto” (Gn 26.18). 

A lição que Isaque nos ensina é que nós nada temos além do que herdamos do Pai. Paulo fez uma pergunta: “E que tens tu que não tenhas recebido?” Em outras palavras, não há nada que tenhamos que não tenha sido recebido. Tudo o que temos vem do Pai. Esse é Isaque.

Nós precisamos ver que Deus é o Pai e que tudo procede Dele. A vida do Filho, a qual nós herdamos, procede do Pai. Aos olhos de Deus, somos apenas aqueles que recebem. A salvação é recebida, a vitória é recebida, a justificação é recebida, a santificação é recebida, o perdão é recebido e a liberdade é recebida. O princípio de receber é o princípio de Isaque. Devemos dizer: “Aleluia! Tudo o que temos vem de Deus.” Esta é a nossa salvação; esta é a nossa libertação.

Agora vejamos Jacó. Muitos cristãos vêem que Deus é a fonte de tudo. Eles também vêem que tudo o que têm veio por recebimento. Mas há um problema: muitos cristãos não recebem. Muitos, além de não receberem, ainda tentam fazer as coisas por si mesmos. Tentam vencer por sua própria vontade e esforço. Por que? Uma das razões é que o princípio de Jacó ainda está em nós. A atividade da carne ainda está presente e a vida natural ainda está lá. 

Sabemos doutrinariamente que Deus é o Iniciador de tudo, contudo, na realidade, tentamos iniciar muitas coisas. Nós nos lembramos de uma doutrina por duas semanas, mas na terceira semana esquecemos dela. Então tentamos, de novo, iniciar algo. Agimos dessa maneira, porque Jacó ainda está presente em nós.

A característica predominante da constituição natural de Jacó era sua esperteza. Ele era uma pessoa excepcionalmente esperta; podia enganar qualquer um. Enganou seu irmão, seu pai e seu tio. Ele conseguia inventar qualquer coisa, ele conseguia fazer tudo e achava que podia conseguir qualquer coisa. Ele foi até seu tio de mãos vazias e voltou com as mãos cheias. Este era Jacó. 

Quando foi morar com seu tio, Jacó queria casar-se com Raquel, mas Labão primeiro lhe deu Lia, não Raquel. Por vinte anos, o calor consumia-o de dia e a geada, de noite (Gn 31.40). Sem dúvida ele viveu uma vida penosa e árdua. Todas estas experiências foram a disciplina do Espírito Santo; elas foram provações pelas quais um homem astuto tem de passar. Todos os que conseguem maquinar e são engenhosos verão a mão de Deus sobre eles. A vida natural precisa sair. A história de Jacó é uma figura da disciplina do espírito Santo.

Na noite em Peniel, Jacó aprendeu a lição mais importante; realmente aquela foi a melhor noite de sua vida! Ele achava que sabia manejar qualquer um e que igualmente poderia persuadir Deus. Mas quando estava face a face com Deus, o Senhor tocou na articulação da coxa de Jacó e ele se tornou manco (Gn 32.25). 

A articulação da coxa é a parte mais forte de todo o corpo. O osso da coxa de Jacó ser tocado significa que Deus tocou na parte mais forte de sua vida natural. Daquele dia em diante, ele estava manco! Antes de ficar manco, ele era Jacó. Depois que ficou manco, Israel veio à existência (v.28). Daquele dia em diante, ele não foi mais um suplantador, mas alguém que fora suplantado. Antes daquele dia, ele enganara seu pai. Após aquele dia, ele foi enganado por seus filhos (Gn 37.28-35).

O Jacó de agora era diferente do Jacó anterior. Ele não mais confiava em sua própria esperteza. Ele derramou muitas lágrimas, e sua força natural foi tratada e despojada por Deus. É esse tipo de experiência que nos faz povo de Deus. Um dia Deus brilhará sobre você e lhe mostrará quão maligno, perverso e conivente você é. 

Quando Deus lhe mostrar quem você é, você não será capaz de levantar a cabeça. A luz de Deus porá um fim em você e o obrigará a admitir que você está acabado. A partir daí você não mais confiará em si mesmo. Esta é a disciplina do Espírito Santo.

Concluindo: Abraão mostra-nos que tudo vem de Deus; nada podemos fazer por nós mesmos. Isaque mostra-nos que tudo vem de Deus, e que nossa posição é receber. Porém, se nós apenas recebemos e não temos a disciplina do Espírito Santo, alguma coisa sairá errada. Isto é o que Jacó nos mostra. 

Um dia o Senhor virá a nós, nos tocará e torcerá a articulação da nossa coxa; Ele tratará com a nossa vida natural. Então, nos tornaremos humildes e seguiremos o Senhor com temor e tremor.   


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ


A primeira Epístola aos Coríntios 10.11 diz: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos”. A Bíblia registra a história dos israelitas como um exemplo para nós. O propósito desse registro é nossa edificação. Embora haja uma visível diferença entre a obra de Deus no Antigo Testamento e Sua obra no Novo Testamento, em princípio elas são iguais. O princípio da obra de Deus hoje é o mesmo do passado.

Deus escolheu Israel para ser Seu povo, e também escolheu homens entre os gentios para serem Seu povo (At 15.14). A Bíblia diz que somos concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef 2.19). Ela também diz que somos os verdadeiros judeus (Rm 2.29). Portanto, a história dos israelitas é um modelo para nós. Precisamos ver com atenção a maneira como Deus edifica Seu povo. 

Examinamos esse assunto considerando a história de Abraão, Isaque e Jacó, porque cada uma dessas três pessoas ocupa um lugar especial na Bíblia. Podemos dizer que Abraão, Isaque e Jacó são o fundamento da nação de Israel. Sem eles, não poderia haver um povo de Deus. O povo de Deus tornou-se Seu povo por intermédio da experiência de Abraão, Isaque e Jacó.

É interessante notar que Deus disse:

“Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o deus de Jacó”  (Êx 3.6).

 Ele disse isso no Antigo Testamento, e o Senhor Jesus citou o mesmo no NT. “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó” está citado nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas (Mt 22.32; MC 12.26; Lc 20.37).
                                  
  Um Lugar Especial na Bíblia

 Por que esses três personagens ocupam um lugar especial na Bíblia? Porque Deus quis separar um grupo de pessoas para estar sob o Seu nome e torná-los Seu povo. Começando por Abraão, Deus começou a ganhar um povo. Isso teve um começo espiritual com Abraão. Ele fez algo em Abraão com o objetivo de mostrar-nos a experiência necessária que o povo de Deus deve ter. Isso também ocorreu com Isaque e Jacó. 

Os tratamentos que esses três receberam de Deus e as experiências pelas quais passaram resultaram no povo de Deus. Portanto, todas as experiências de Abraão, Isaque e Jacó são as experiências que todo o povo de Deus deve ter. Para que nos tornemos o povo de Deus não basta, simplesmente, termos as experiências dos três. Precisamos ter as realizações de Abraão, mais as de Isaque e mais as de Jacó.
                                                          
 Abraão

O seu nome original era Abrão. Mais tarde Deus mudou o nome dele para Abraão (Gn 17.5). Em ambos os nomes há a raiz “aba”, que na língua original significa “pai”. Abrão era um pai em si mesmo, e a lição que ele aprendeu foi conhecer a Deus como o Pai. Durante toda a sua vida Abraão aprendeu essa única lição – conhecer a Deus como o Pai.

Que significa conhecer Deus como o Pai? Significa que toda provisão deve vir de Deus. Deus ser o Pai significa que Ele é o Criador, o único Iniciador. O Filho veio do Pai. “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também, semelhantemente, o faz” (Jo 5.19). Essa deve ser a nossa experiência. 

Devemos receber graça de Deus para perceber que nós não podemos iniciar coisa alguma. Não somos capazes ou dignos de começar nada. Gênesis 1 começa dizendo: “No princípio criou Deus”. No princípio não éramos nós, mas Deus. Deus é o Pai, e todas as coisas originam-se Dele.

Foi o próprio Deus quem iniciou a aproximação com Abraão. Sua experiência mostra-nos que ele não tinha intenção de tornar-se povo de Deus. Abraão não iniciou nada. Foi Deus quem iniciou. Foi Deus quem o trouxe do outro lado do rio Eufrates (Gn 12.1-5). Deus o quis, e Ele o chamou. Abraão nunca pensou nisso. Deus o quis e Deus fez a obra.

Quando foi chamado, Abraão não sabia para onde estava indo (Hb 11.8). Ele deixou a terra de seu pai sem saber para onde estava indo. Isso não era tudo. Abraão não sabia que iria gerar um filho. Ele até mesmo teve que contar com a ajuda de Deus para conceber um filho. Seu filho Isaque foi-lhe dado por Deus. Este era Abraão.

 A primeira lição que temos de aprender é perceber que nada podemos fazer e que tudo depende de Deus. Ele é o Pai e o Iniciador de tudo.   

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A ORAÇÃO É UM DIREITO BÁSICO DOS CRISTÃOS


Os cristãos têm um direito básico enquanto viverem na terra: o direito de obter respostas de oração.

No momento em que alguém é regenerado, Deus lhe dá o direito básico de Lhe pedir e de ser ouvido por Ele. João 16:23 e 24 diz:

“... Em  verdade, em verdade vos digo que tudo o que pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vos dará”. “...Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”.

Jesus nos afirma que Deus responderá quando pedirmos em Seu nome, de tal forma que a nossa alegria será completa. Se orarmos sem cessar, teremos uma vida cristã cheia de alegria na terra. Todo o cristão deve experimentar a alegria de ter as suas orações respondidas pelo Pai celestial. Essa é uma experiência BÁSICA.

Gostaríamos de perguntar a cada irmão em Cristo: “Você têm recebido respostas de Deus às suas orações? Pergunto isso porque é muito errado permanecer sem resposta às orações, porque orações não são meras palavras ao vento. Existem para ser respondidas. Uma vez que nós cremos em Deus, as nossas orações deverão ser atendidas por Ele, isso porque as orações não visam apenas o cultivo espiritual, mas principalmente a receber resposta de Deus.

Mas, se por acaso alguém não está sendo atendido em suas orações, talvez seja porque está deixando de pedir ou então está pedindo mal. A Bíblia diz 

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal” (Tg 4:3).

 Pedir mal é quando alguém pede além da sua real necessidade. Se você tem uma necessidade, pode pedir a Deus, mas nunca peça além da necessidade, pois isso é pedir mal. Certamente tal pessoa não obterá resposta da parte de Deus.

Outro aspecto importante a respeito da oração é que precisamos ter fé para que as nossas orações sejam atendidas. Fé é indispensável. Sem fé a oração é ineficaz. O Senhor Jesus disse: 

“Tudo quanto pedirdes em oração, crede que recebestes, e assim será convosco” (Mc 11:24). 

Se cremos que recebemos aquilo pelo que estamos orando, será assim conosco.

O Senhor disse: Crede que recebestes, e será assim convosco. Ele não disse: “Crede que recebereis”, mas “crede que recebestes”. Devemos crer que já recebemos o que pedimos, e será assim conosco. Que é fé? Fé é crer que já recebemos aquilo que pedimos. Fé é quando nos ajoelhamos para orar e em seguida dizemos: “Graças a Deus! Ele respondeu a minha oração. Graças a Deus! Esse assunto está resolvido”. Isso é crer que já recebemos. 

Fé genuína é agradecer a Deus por já ter respondido às orações. Muitas orações não são respondidas porque não temos clareza sobre esse ponto. Muitos oram e ficam esperançosos de que irão receber algo. Contudo, esperar significa aguardar algo futuro, enquanto crer significa considerar que algo já foi feito.

A fé genuína é assim: “Graças a Deus, Ele me curou! Graças a Deus, eu recebi a benção! Graças a Deus, estou purificado! Graças a Deus, fui restaurado!” Quando a fé é perfeita, não se diz apenas: “Deus pode” e “Deus quer”, mas também “Deus já fez!” Deus ouviu nossas orações! Ele fez tudo! Se cremos que já recebemos, nós recebemos verdadeiramente.  

A palavra em Marcos 11:24 é preciosa demais. Em todo o NT, não podemos encontrar outra passagem que explique tão claramente o que é fé. “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”. Se cada um dos filhos de Deus puder praticar isso, saberá realmente o que é a oração, a qual se tornará um instrumento poderoso em suas mãos.  

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

COMO PODEMOS OBTER DESCANSO INTERIOR?


Nas seguintes passagens da Bíblia encontramos instruções a esse respeito; a primeira delas é encontrada na carta aos Filipenses 4.6-7: 

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e vossas mentes em Cristo Jesus”.

 A primeira coisa que nos capacita a ter paz é levar todos os nossos problemas e petições a Deus. Nosso trabalho, nossa necessidade e as dificuldades que encontramos devem ser todos entregues ao Senhor.

Diga ao Pai celestial: “Senhor, entrego todas estas coisas nas Tuas mãos”. Podemos entregar ao Senhor tudo com que nos defrontamos, pela oração, súplica e ações de graça, e a Sua paz guardará nosso coração e mente. Sempre que entregarmos a dificuldade a Deus, a paz virá. Desse modo, podemos estar constantemente livres da influência externa. Independente de quão grande seja a dificuldade ou quantas sejam, haverá paz de Deus em nós guardando nosso coração.

A segunda instrução está em Mateus 11.29:

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas”. 

Enquanto a primeira instrução é fé, a segunda é obediência. Deus permite que muitas coisas nos sobrevenham e podemos não ter paz em nosso interior se rejeitarmos o que Ele quer para nós – especialmente se não aceitarmos a Sua vontade ou se tivermos outros desejos.

Devemos entender que o descanso e a paz procedem da obediência. Portanto, quando qualquer dificuldade aparece, precisamos aprender do Senhor e tomar o Seu jugo. Então teremos paz, mesmo que não sigamos nossa própria vontade e estejamos em sofrimento. 

Teremos descanso se dissermos ao Pai: “Senhor, estou disposto a fazer tudo o que quiserdes que eu faça”. Não teremos paz se estivermos relutantes, escolhendo nosso próprio caminho ou nosso próprio viver, ou se acalentarmos nosso próprio desejo. Todos os  desejos da carne e nossas relutâncias acabarão por privar-nos de nossa paz interior.

Uma vez que digamos ao Senhor: “Pai, o que Tu nos deres é bom, estamos dispostos a seguir o Teu caminho, escolher a Tua vontade e deixar de lado o nosso próprio desejo”, então a paz encherá nosso coração. Que o Senhor nos conceda graça para capacitar-nos a crer que Ele pode levar todos os nossos fardos e dificuldades, e que pode tornar-nos dispostos a submeter-nos à Sua vontade para nós; então, a todas as exigências de Deus para nós, poderemos dizer: “Amém”.

Meu desejo é que o Senhor possa fazer-nos ver que o descanso vem apenas por crer Nele e submeter-nos a Sua vontade. O descanso não pode vir enquanto houver incredulidade e vontade própria.

Portanto, se você puder crer em Deus e obedecer-Lhe, os acontecimentos exteriores não poderão perturbá-lo. Sua constante comunhão com o Senhor irá torná-lo capaz de suportar todas as circunstâncias. Que todos nós possamos ver que no descanso a nossa força será encontrada.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NO DESCANSO ESTARÁ A VOSSA FORÇA


“Assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em repousardes está a vossa salvação, no sossego e na confiança está a vossa força”... (Is 30.15).

Certo dia, quando nosso Senhor entrou numa aldeia, uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Essa mulher amava o nosso Senhor Jesus e queria fazer muitas coisas para Ele a fim de agradá-lo; por isso, ela fazia e preparava diversas coisas. As inúmeras tarefas a deixavam ansiosa em seu coração e, por isso, conseqüentemente sua mente ficou agitada. Marta, como todos que ficam inquietos, tentou culpar aos outros indo dizer a Jesus:

“Senhor, não te importas de que minha irmã tivesse deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me”.

Mas o Senhor respondeu-lhe: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada”

 Notem que Marta fez muitas coisas, mas o Senhor disse que uma só coisa é necessária, não muitas. Você planeja e faz tantas coisas, todavia, uma só coisa é necessária.

Amados, qual seria a única coisa necessária? Nada mais do que CRISTO – isso foi o que Maria escolheu. Como podemos obter aquilo que é necessário? Apenas nos assentando sossegadamente diante do Senhor, como fez Maria. Todo cristão deve trabalhar. A Bíblia diz-nos que o homem que não trabalhar, não deve comer (II Ts 3.10). 

Portanto devemos trabalhar diligentemente. Contudo, freqüentemente, quando trabalhamos, podemos não ter descanso em nosso interior, podemos sentir que nos esquecemos do nosso Senhor. Algumas vezes, estamos tão ocupados de manhã até a noite que não achamos tempo para orar ou ler a Bíblia diante do Senhor.

 O problema é que muitas dessas coisas fazem-nos esquecer e deixar de lado o Cristo de Deus. Prestem atenção, pois o Senhor disse que uma só coisa é necessária. Tal coisa é justamente ter descanso no Senhor e estar satisfeito Nele.

Será possível vivermos uma vida pacífica e serena? Vejamos o que o Senhor diz. Ele não diz que não se deve trabalhar, tampouco diz que se deve gastar metade do tempo trabalhando e a outra metade tratando das coisas espirituais. Ele não disse a Marta que era errado fazer muitas coisas, mas lembrou-lhe que não permitisse que tais coisas entrassem nela e a levassem a afligir-se nem inquietar-se. O Senhor Jesus não diz que ela faz coisas demais, mas que tem preocupações em demasia.

Você pode trabalhar de manhã até a noite, mas não deve afligir-se nem inquietar-se. Irmãos, a vida de um cristão é assim: devemos trabalhar e não ser preguiçosos. É necessário trabalhar e estar ocupados, mas devemos estar sossegados em nosso interior, tendo ali apenas Cristo. Isso é o que o Senhor nos recomenda. Embora estejamos ocupados exteriormente, devemos manter nossa comunhão com Deus. Devemos ser como Maria, em completa união com Cristo interiormente e, assim, teremos descanso em nosso interior.

Esse é o modo de vida mais precioso que cada cristão deve ter. Tal viver não é no corpo nem no nosso sentimento, mas na profundeza do nosso ser. Lá estamos em constante comunhão com o Senhor, vivendo em Sua presença uma vida pacífica e serena. Embora estejamos ocupados desde a manhã até a noite, nada nem ninguém pode privar-nos de nossa paz e descanso interiores.

Dentro de nós deve haver apenas uma pessoa – Cristo. Interiormente, nossa única ocupação é ter comunhão com Cristo; se permitirmos que outras coisas entrem, nossa paz interior irá embora. Mesmo ocupados exteriormente, podemos estar imperturbáveis no espírito; e interiormente, podemos ter comunhão ininterrupta com o Senhor. Isso é o que significa ter paz e descanso em nosso espírito humano.