terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Espírito Santo e o Espírito do Homem

Temos visto como o Espírito Santo vem e habita no crente por ocasião do novo nascimento. Devemos também observar exatamente onde Ele habita. Fazendo assim, é nossa esperança podermos conhecer melhor Sua operação em nós.

“Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito Santo de Deus habita em vós?” (I Co. 3:16). O apóstolo Paulo indica aqui que o Espírito Santo habita em nós, assim como Deus habitava no templo antigamente. Embora o templo em sua totalidade simbolize o lugar da presença de Deus e sirva como figura geral da habitação de Deus, é, todavia, no Santo dos Santos onde Deus realmente habita.

O habitador e sua habitação devem partilhar do mesmo caráter. Somente o espírito regenerado do homem – e não a mente, emoção ou vontade da sua alma, e nem tampouco seu corpo – é adequado para ser o lugar da habitação de Deus. O Espírito é tanto edificador como habitador. Ele não habita onde não edificou.

A menos que haja um elemento dentro do homem diferente da carne, o Espírito Santo Se encontra incapacitado de habitar no homem. É, portanto, indispensável que o espírito do homem seja regenerado a fim de que Ele possa habitar no novo espírito.

Por que é tão importante entender que o Espírito Santo habita na profundeza mais interior do homem, no interior mais profundo do que os seus órgãos de pensamento e decisão? Porque a menos que o filho de Deus perceba isso, ele invariavelmente O buscará em sua alma. Com o entendimento ele será liberto do engano e do erro de olhar para o que é exterior.

O Espírito Santo vive no recesso mais remoto do nosso ser, lá e somente lá podemos esperar Sua operação e obter Sua liderança. Se o nosso Conselheiro, nosso Paracleto, reside em nosso espírito, então Sua liderança deve vir do interior. Tragicamente muitos cristãos buscam sonhos, visões, vozes e sensações em seu homem exterior, ao invés de buscar a Ele no seu homem interior.

Frequentemente muitos filhos de Deus se voltam para si mesmos, isto é, eles examinam suas almas para determinar se têm paz, graça ou progresso espiritual. Isto é muitíssimo prejudicial e não vem da fé. São desviados do contemplar a Cristo, para a contemplação de si mesmos. Existe um perscrutar do interior que é totalmente diferente deste mencionado acima. É o maior ato de fé. É uma busca por direção olhando para o Espírito que habita em nosso espírito.

Embora a mente, emoção e vontade do crente não sejam capazes de discernir as coisas no interior, ainda assim ele deve crer, mesmo quando envolto em trevas, que Deus lhe deu um novo espírito no qual Seu Espírito habita. Assim como Deus, que habitava atrás do véu do Santo dos Santos era temido, embora não fosse visto no Lugar Santo e átrio exterior, assim também o Espírito Santo que habita no espírito do homem é incompreensível pela alma e pelo corpo.

Assim somos capazes de reconhecer o que é a vida espiritual autêntica. Ela não deve ser descoberta ou experimentada nos muitos pensamentos e visões da mente, nem nos sentimentos animadores da emoção, nem tampouco no tremer repentino e tocante do corpo por força exterior. Ela deve ser encontrada na vida que emana do espírito, da parte mais interior do homem.

Andar verdadeiramente segundo o espírito é compreender o mover dessa área mais oculta e segui-la desse modo. Por mais maravilhosas que possam ser as experiências que ocorrem por meio dos componentes da alma, elas não devem ser aceitas como espiritualmente válidas. Somente o que resulta da operação do Espírito Santo dentro do espírito do homem pode ser considerado como experiência espiritual. Por isso é necessário fé para se viver uma vida espiritual.

“O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16).

O espírito do homem regenerado é o lugar onde o homem opera junto com Deus. Como sabemos que nascemos de novo e somos, portanto, filhos de Deus? Sabemos porque nosso homem interior foi vivificado e o Espírito Santo habita nele. Nosso espírito é regenerado e renovado e Aquele que habita neste novo espírito é o Espírito Santo. Os dois dão testemunho juntos.  

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Conhecendo a Obra do Espírito Santo

“O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3: 6).

Quando regenerado, o espírito do homem é vivificado por meio da entrada da vida de Deus (zoe). O Espírito Santo é a força motriz nesta tarefa. Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8). Ele prepara os corações humanos para crerem no Senhor Jesus como Salvador.

A obra da cruz foi realizada pelo Senhor Jesus, porém, a aplicação desta obra consumada no coração do pecador foi confiada ao Espírito Santo. A cruz realiza tudo, mas o Espírito comunica ao homem o que foi realizado. A cruz nos garante a posição; o Espírito Santo nos dá a experiência. A cruz confirma o fato de Deus; o Espírito Santo efetua a demonstração deste fato.

O Espírito Santo nunca opera independentemente da cruz; sem a cruz o Espírito Santo não teria a base correta para operar. Sem o Espírito Santo a obra da cruz estaria fadada a não ter efeito algum nos homens embora ela seja eficaz diante de Deus. Embora seja na cruz que toda a obra da salvação foi realizada, é o Espírito Santo quem opera diretamente nos homens para a salvação deles. Por isso a Bíblia considera nossa regeneração como uma obra do Espírito Santo.

Os crentes nascem de novo porque o Espírito Santo aplica a obra da cruz neles e comunica a vida de Deus ao seu espírito. Entende-se daí que a obra maior do Espírito Santo é comunicar a vida de Deus.

Além de conceder vida aos crentes no novo nascimento, o Espírito Santo executa outra obra que é o habitar neles. A Bíblia diz: “Também vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... ainda porei dentro de vós o meu Espírito” (Ez. 36:26-27). Observe que imediatamente depois da primeira declaração “porei dentro de vós um espírito novo” segue esta outra: “porei meu Espírito dentro de vós”. A primeira declaração afirma que os crentes recebem um espírito novo por meio da restauração do seu espírito morto, por causa da queda, e isso acontece por causa da entrada da “vida de Deus”.

A segunda declaração refere-se à permanência do Espírito Santo no espírito do homem restaurado. No novo nascimento os crentes obtêm não apenas um espírito novo, mas também o Espírito Santo habitando dentro deles.

Vemos com preocupação que uma grande maioria de cristãos anda em busca de uma visitação do Espírito Santo ignorando que Ele não é um visitante, mas sim um habitante no nosso espírito regenerado. Não é triste que muitos falhem em compreender a novidade do seu espírito e a habitação do Espírito Santo em seu novo espírito?

Poucos são os que sabem que nasceram de novo e possuem uma nova vida; mas em número menor são aqueles que sabem que a partir do momento em que creram no Senhor Jesus passaram a ter o Espírito Santo habitando neles para ser sua energia, seu guia e seu Senhor.

Ao convencer os homens do pecado e conduzi-los a crer no Senhor, o Espírito Santo está apenas preparando a base para Sua habitação. Deus já comunicou Seu Espírito aos seus filhos, os quais devem agora reconhecer fielmente o Espírito Santo e se submeterem lealmente a Ele.

Este é um fato imutável que nenhuma condição do cristão pode contestar. Porque fomos regenerados, nós automaticamente nos tornamos um templo santo adequado para a habitação do Espírito Santo. Se você aceitar a promessa de Deus em sua totalidade, confiando no fato divino de que na regeneração Deus lhe deu uma nova vida e juntamente com ela a habitação da própria pessoa do Espírito Santo, então sua vida espiritual avançará tremendamente.

Pela fé e obediência podemos experimentar a presença permanente do Espírito Santo em nossa vida diária. A Pessoa que reside dentro de nós revelará Cristo em nós, nos santificará e nos conduzirá para as verdadeiras alturas espirituais.

Qualquer que desejar habitar em Cristo e viver uma vida santa como a d’Ele, deve aceitar pela fé e obediência a provisão de Deus. O Espírito Santo já está em nosso espírito, portanto, a questão diante de nós agora é: desejamos permitir que Ele opere dentro de nós?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Considerações Sobre O Espírito do Crente

Os crentes são muito deficientes de conhecimento quanto à existência e operação do espírito humano. Muitos desconhecem que além da mente, emoção e vontade eles também têm um espírito.

Mesmo tendo ouvido falar sobre o espírito, muitos cristãos consideram sua mente, emoção e vontade como sendo o espírito, ou então confessam claramente não saber onde fica o espírito. Tal ignorância afeta grandemente a cooperação com Deus, o controle sobre o ego e a guerra contra Satanás, pois o desempenho delas, em todos os casos, requer a operação do espírito.

É imperativo que os crentes reconheçam que existe um espírito dentro deles; algo além do pensamento, conhecimento e imaginação da mente; algo além da sensação e prazer da emoção; algo suplementar ao desejo, decisão e ação da vontade. Este elemento é muito mais profundo do que estas faculdades.

Os filhos de Deus precisam saber que eles não apenas possuem um espírito; eles devem compreender também como funciona este órgão; sua sensibilidade, seu trabalho, seu poder, suas leis. Só deste modo eles poderão andar segundo seu espírito e não segundo a alma ou o corpo da sua carne.

Não ter consciência da exigência, movimento, suprimento, impressão e direção do espírito, naturalmente restringe a vida do espírito e permite que a vida natural da alma prossiga sem impedimento algum. É como se a vida da alma fosse o único modo de caminhar para o crente.

Tais pessoas, devido à sua ignorância com relação à operação do espírito, são enganadas ao valorizar as suas experiências da alma e desta forma tropeçam por se sentirem muito espirituais. A vida da alma neles é nutrida de forma desordenada. Eles chegam a declarar que sua experiência é inquestionavelmente espiritual. Consequentemente são impedidos de fazer qualquer progresso espiritual genuíno.

Por essa razão os filhos de Deus devem ser humildes diante d’Ele, buscando conhecer o ensinamento da Bíblia e o funcionamento do espírito através do Espírito Santo, a fim de poderem andar pelo espírito.

Por que um pecador deve nascer de novo? Por que deve ele nascer de cima? Por que deve haver uma regeneração do espírito? Porque o homem é um espírito caído. Um espírito caído precisa renascer para poder tornar-se um novo espírito. Assim como Satanás é um espírito caído, assim também é o homem; a única diferença é que o homem possui um corpo.

A queda de Satanás aconteceu antes da queda do homem, por isso podemos aprender a respeito do nosso estado decaído. Satanás foi criado como um espírito a fim de que pudesse ter comunhão direta com Deus. Porém ele caiu e tornou-se o cabeça dos poderes das trevas. Ele agora está separado de Deus e de toda virtude piedosa. Mas isso não significa que Satanás não existe. Sua queda apenas tirou seu relacionamento correto com Deus.

O homem, semelhantemente, em sua queda também afundou nas trevas e na separação de Deus. O espírito do homem ainda existe, mas está separado de Deus, sem poder para comungar com Ele e incapaz de governar. Espiritualmente falando, o espírito do homem está morto.

Nenhuma religião deste mundo, ética, cultura ou lei pode melhorar este espírito humano caído. Somente o Filho de Deus pode nos restaurar a Deus, pois Ele derramou seu sangue para purificar nossos pecados e nos dar uma nova vida. No momento em que o pecador crê no Senhor Jesus ele nasce de novo. Deus lhe concede Sua vida não criada a fim de que o espírito do pecador possa ser vivificado. A regeneração de um pecador ocorre em seu espírito.

Esta regeneração concede ao homem um novo espírito e vivifica também o seu antigo espírito. “Porei dentro de vós um novo espírito” (Ez. 36:26). Quando a vida de Deus (que pode igualmente ser chamada de “Seu espírito”) entra em nosso espírito humano, este é vivificado do seu estado de coma. Aquilo que estava “separado” da vida de Deus (Ef. 4:18) agora volta a viver novamente.

Por isso “o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça” (Rm. 8:10). O que ganhamos de Adão é um espírito morto; o que recebemos em Cristo na regeneração é tanto a vivificação de um espírito morto, como o novo espírito da vida de Deus: este último é algo que Adão nunca teve.

Na Bíblia a vida de Deus é sempre qualificada de “vida eterna”. A palavra “vida” aqui é Zoe no Grego, indicando uma vida superior ou a vida do espírito. É isso o que cada cristão recebe em sua regeneração. Qual é a função dessa vida? “E a vida eterna é esta”, Jesus orou ao Pai, “que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo aquele que tu enviaste” (Jo. 17:3). A vida eterna significa mais do que meramente bênçãos futuras a serem desfrutadas pelos crentes; ela é igualmente uma espécie de capacidade espiritual. Sem ela ninguém pode conhecer a Deus nem ao Senhor Jesus. Tal conhecimento intuitivo do Senhor só vem depois do recebimento da vida de Deus.

O propósito de Deus num homem regenerado é levá-lo por meio do seu espírito, a livrar-se de tudo o que pertence à velha criação, pois dentro do seu espírito regenerado jazem todas as obras de Deus para com ele.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Verdadeira Boa Nova É O Reino dos Céus

Já ultrapassamos o limiar de uma nova era, estamos no século XXI. Entramos no terceiro milênio depois do ministério de Cristo na Terra. Cremos que Ele voltará para uma igreja gloriosa (Ef. 5:27), a qual será preparada pelo ministério de apóstolos e profetas.

No mundo secular vimos em 1989 um dos maiores eventos do século XX – a queda do comunismo. O caminho está aberto agora para a “nova ordem mundial”, os Estados unidos da Europa, as Nações Unidas e o governo mundial profetizado nas Escrituras para antes da volta de Cristo.

A mudança radical nos governos das nações é um sinal de uma mudança radical que está para acontecer no governo da igreja. Estamos vivendo um momento sem precedentes na história secular e espiritual. Seis mil anos se passaram depois de Adão. Estaríamos aproximando-nos do sétimo dia (“um dia é como mil anos”, II Pe. 3:8) da semana de Deus, o milênio, o reino de nosso Senhor Jesus Cristo?

Onde está a igreja gloriosa? Onde estão os apóstolos e profetas? É agora que Deus começará a levantar um novo ministério que formará os ministérios de Efésios 4:11?

O comunismo caiu. E a igreja de nossos dias, que se casou com o sistema deste mundo, também não irá cair? Como pode hoje a igreja denominacional, evangélica, carismática, proclamar, em palavra e ação, o reino e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo? É possível a uma igreja com divisões, mundanismo, egoísmo, orgulho, mornidão, mercenarismo e falta de amor apresentar Cristo e o seu governo celestial como a resposta para o mundo caído?

Os atuais ministérios estão sendo pesados na balança de Deus e podem estar sendo achados em falta (Dn. 5:27). Depois da destruição do comunismo, o capitalismo e a democracia não oferecem tampouco a resposta para o mundo hoje. A igreja atual não pode e não quer, de forma alguma, proclamar ou trazer o Reino de Deus.

Somente um povo santo e humilde, que vive na obediência e submissão ao governo do Espírito Santo, que vive como uma família e guerreia como um exército fervoroso e unido trará de volta o Rei. Portanto, uma nova ordem precisa acontecer nos ministérios e na igreja, e cremos que isto está começando a surgir nesse início do século XXI.

O primeiro requisito para isso é o amadurecimento do povo de Deus para que, quando um ministério poderoso com sinais e maravilhas aparecer, eles não comecem a adular e idolatrar o mensageiro de Deus. Isto seria a sentença de morte para esse ministério. Já vimos muitos pregadores caírem por causa da idolatria por parte do povo de Deus. Nós precisamos entender que a nossa adoração pertence somente ao Senhor Jesus Cristo. Nem o ministro nem o povo devem permitir qualquer tipo de adulação. É ilegal.

O segundo requisito é a necessidade de uma intercessão madura em torno do ministro para defendê-lo dos contra-ataques de Satanás. Até que haja um ministério treinado, maduro e persistente em oração intercessória para cobrir o ministério profético que está prestes a surgir, o inimigo atacará e trará derrota de uma forma ou de outra, dependendo das áreas de fraqueza que ele encontrar.

O terceiro requisito é trabalhar em equipe. O ministério dos últimos dias não pode agir sem “cobertura”, sem um relacionamento íntimo com o Espírito e com outros homens maduros capazes de proteger, corrigir e dirigir o servo de Deus. Não há mais lugar para nenhum tipo de individualismo e nem para super-estrelas. O ministério dos últimos dias será plural e equilibrado, dando toda a glória ao Senhor Jesus Cristo.

Quando estas três condições forem preenchidas, será o tempo de Deus agir. “O profético” não é um homem. Não é nem mesmo um grupo de homens bons, mas é uma mensagem. Assim, o que o Senhor está querendo fazer nesses últimos dias não virá através do profeta ou do apóstolo. Será uma estrutura de corpo na igreja. Será uma obra por meio do Seu corpo na terra.
            
            Não devemos olhar para um só homem novamente. Nós matamos muitos homens bons transformando-os em super-estrelas. Não existirá outra oportunidade como esta. Seria um desastre não aproveitá-la. É a maior coisa que o Senhor oferece a esta geração – ter um derramamento profético vindo do Senhor sobre um ministério coletivo. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A Grande Pescaria

“Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré” (Lc. 5:1).

Conhecemos a passagem bíblica e ela nos diz que Jesus viu dois barcos que estavam à beira da praia e cujos pescadores estavam lavando suas redes depois de uma noite de pesca infrutífera.

Jesus então resolveu entrar em um dos barcos. Ele então pediu a Pedro para “se fazer ao largo” ou ao mar alto. Os pescadores estavam cansados, pois trabalharam a noite inteira. Tinham descido dos barcos e estavam lavando as redes. Por certo estavam decepcionados, sentindo-se fracassados por não terem obtido resultados. Hoje há muitos obreiros que estão se sentindo assim. Têm lutado para pescar almas e nada têm conseguido e mesmo em um ano de trabalho poucos resultados podem ser acrescentados ao corpo de Cristo.

Isto não é uma má condição, desde que estejam prontos para uma nova obediência ao Senhor. Na verdade, não existe um ministério, um pastor ou obreiro, que não tenha passado por isso em alguma ocasião.

Jesus disse a Simão que lançasse as redes para pescar. Ele demonstrou cansaço e indisposição, mas disse: “Sobre a Tua palavra, lançarei a rede”. Na língua original, há bastante ênfase neste ponto: “Mestre, só vou fazê-lo porque é o Senhor que está mandando”.

Você sabia que o maior sinal de um avivamento é a obediência às ordens de Jesus? Em última análise, toda a nossa vida cristã se resume neste processo de aprender a obedecer e a responder positivamente a Deus. E por que Jesus nos leva às águas profundas para ensinar obediência? Porque é um lugar de onde não podemos voltar.

Para aprender princípios não precisamos disso; mas na hora de ensinar a prática, Jesus sabe que, se tivermos chance, seremos tentados a voltar atrás. Então ele nos conduz a lugares na nossa vida de onde não temos saída, para que aprendamos as lições práticas.

O resultado da obediência foi uma grande pescaria, tantos foram os peixes que foi preciso chamar as pessoas do outro barco para ajudar. O que Simão viu trouxe-lhe quebrantamento e gerou nele uma nova resposta para o Senhor. Ele e seus companheiros ouviram o chamado de Jesus, deixaram tudo e o seguiram a fim de se tornarem pescadores de homens.

Este é o objetivo final de tudo o que Jesus faz nas nossas vidas – levar-nos a deixar tudo para segui-lo. Seguir Jesus é o mesmo que estar matriculado em sua escola de ministério. Jesus ensinava seus seguidores na medida em que ia com eles pelo caminho.
Aprenderemos com Jesus que: Se estivermos dispostos a obedecer, teremos resultados, mesmo que suas ordens não nos pareçam muito lógicas. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Trabalho de Restauração Foi Consumado

“Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer”. (Jo. 17:4)
A vinda de Cristo a esta terra foi com a principal finalidade de salvar o que se havia perdido. Como o homem se rebelou e perdeu o Reino, deduz-se então, que a obra que Jesus veio realizar tinha a ver com a restauração do homem à sua posição original.
A morte de Jesus no calvário, o sangue que ele derramou na cruz e sua ressurreição dentre os mortos foi necessária para quebrar esse espírito de rebelião na humanidade. Afirmamos se tratar de um espírito porque rebelião é uma atitude muito comum na natureza interior de cada ser humano. O homem já nasce com ela; está enraizada dentro de nós.
A rebelião é caracterizada por um antagonismo ao reino dos céus. Esse estado de beligerância não iria desaparecer facilmente e nem poderia ser ignorado. Ele tinha de ser quebrado, e Jesus quebrou este poder, permitindo aos habitantes da terra submeterem-se ao governo de Deus.
Quebrar um espírito de independência é muito difícil, mas foi isso que Jesus realizou. Ele nos deu a capacidade de reconhecer que o Pai é o Rei e que nós devemos ser obedientes a Ele. A passagem do homem de um estado de desobediência para a obediência é uma obra importante no processo de restauração.  
Note que a “obediência” tem tudo a ver com o Reino dos céus. Conforme o dicionário Michaelis, obedecer significa: “Submeter-se à vontade; cumprir as ordens de; estar sob a autoridade de; ficar sujeito a; deixar-se governar ou conduzir por; cumprir, observar. Jesus exerceu seu ministério com o propósito de destruir a idéia de independência e rebelião, mostrando que isto leva a conseqüências mortais.
Por outro lado, dependência a Deus leva à vida abundante. Devemos depender dele para que ele nos auxilie a ser quem fomos criados para ser. Jesus disse: “Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim”. (Jo 15: 4)
O sacrifício supremo em favor da humanidade rebelde foi consumado por Jesus Cristo, e está disponível para todas as pessoas. Contudo, cada ser humano tem de fazer uma decisão pessoal: Comprometer-se com a escola do reino onde o Mestre é Jesus, entrar no reino por meio da aceitação de Seu sacrifício feito para quebrar o espírito de rebelião, e desejar o estado de submissão ao governo dos céus. Conforme o homem vai fazendo isto, ele receberá a natureza do reino dentro de si.
Devo alertar que há um perigo entre os que buscam a vida no espírito de obediência. É o esquecer-se da necessidade de reduzir continuamente a carne. Tratar as obras da carne descuidadamente e não considerá-las um perigo sério para o seu crescimento espiritual, pode levar a um estado de espiritualidade carnal, da alma.
Não esqueça que a morte é o fundamento de toda a obra de restauração. Não nos enganemos pensando que somos tão avançados espiritualmente que a carne não tenha mais poder para nos atrair. Isto é uma tentativa do inimigo para nos retirar da base da cruz, a fim de fazer-nos exteriormente espirituais, porém, carnais interiormente. Devemos habitar constantemente na morte do Senhor.
Nossa segurança está no Espírito Santo. O caminho seguro é a nossa prontidão para sermos ensinados, temendo sempre ao Senhor. Devemos submeter-nos alegremente a Cristo e confiar no Espírito Santo, para que Ele aplique em nós o morrer de Cristo, a fim de que Sua vida possa ser manifestada.
Se vivermos por fé e obediência, podemos esperar que o Espírito Santo faça uma obra maravilhosa em nós. Se cremos que o Espírito Santo habita em nós; então andemos pelo Espírito, isto é nossa obediência: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”. (Gl. 5:25).   

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Verdadeira Vida Para os Filhos de Deus

O plano de Deus para o homem, que fora criado à Sua imagem e à Sua semelhança, era que o homem vivesse uma vida de “dentro para fora”. O Pai desejava que seus filhos fossem orientados pelo espírito e que através dessa orientação os seres humanos vivessem em comunhão constante com Ele.
Mas, infelizmente, o homem perdeu essa condição maravilhosa e, com isso, distanciou-se de Deus. Desde que eles perderam o contato com o Espírito Santo, o qual era sua conexão com o seu Pai, passaram a viver de “fora para dentro”. Eles se tornaram totalmente dependentes de seus cinco sentidos.
O mundo físico, o qual pode dar ao homem apenas uma perspectiva limitada das realidades da vida, se impôs em seu mundo interior. Certamente é por isso que as primeiras palavras que lemos a respeito de Adão e Eva depois da rebelião foram: “perceberam” e “souberam”. De repente, eles souberam que estavam nus. Será que eles não sabiam disso antes? Certamente que sim. Mas o que mudou foi que, quando eles percebiam a realidade por meio do espírito este detalhe era insignificante. Era algo externo e que não consistia nenhum problema em seu relacionamento com Deus.
Porém, quando o corpo e seus sentidos assumiram o controle, Adão e Eva perderam a perspectiva correta e passaram a reagir de forma carnal. Entenderam a nudez como algo sensual e vergonhoso. Uma perspectiva baseada apenas nos sentidos inevitavelmente os levou à confusão. A humanidade começou a depender da alma (a mente), da vontade e das emoções, para interpretar a vida.
A conseqüência mais terrível foi que, a partir daí, o homem passou a interpretar o seu Criador-Rei conforme e principalmente a partir dos sentidos físicos. Não é de admirar que o homem nunca mais tivesse um bom relacionamento com Deus a partir desse ponto da história. Essa foi a conseqüência de perdermos a posição correta para executarmos o propósito de Deus e cumprirmos o nosso potencial.
Nós não perdemos apenas a capacidade de comunicação com o Reino de Deus, mas também perdemos o poder e a autoridade que nos foi delegada. Lembre-se que poder é a habilidade de controlar e influenciar as circunstâncias. Uma das primeiras coisas que o Rei falou a Adão depois de sua rebelião foi: “De agora em diante, você vai ter que lutar contra a terra para conseguir comida”.
Deus teve de mostrar ao homem as terríveis conseqüências de sua tolice. A vida que Adão levava em comunhão com Deus era maravilhosa, mas agora tudo havia mudado: “Maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninha, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá seu pão, até que seu corpo volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará”. “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte”. (Rei Salomão)
A declaração de independência da humanidade e a subsequente perda do contato com o Espírito Santo deixou os seres humanos em um estado de rebelião. A terra passou a ser um governo de rebelados que não tinha mais os propósitos do Reino no coração.
O apóstolo Paulo coloca isto de forma clara: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Falhamos em alcançar a natureza essencial de Deus e distorcemos a imagem desta perfeição dentro de nós. A situação da humanidade estava terrivelmente caótica.
Foi por isto que Deus enviou o Seu Filho a este mundo. Diz a Bíblia que: “o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido”. Jesus veio para resgatar a humanidade e para restituir a nossa condição que fora perdida por causa da desobediência. O homem havia perdido sua capacidade de discernir a realidade por meio do espírito, e Jesus veio para vivificar essa capacidade.
Não precisamos mais viver pelos sentidos da carne porque temos recebido a restauração de nosso espírito. Não devemos mais esforçar-nos para ter comunhão com Deus através da nossa vida da alma. Não podemos tentar fazer as obras de Deus pela nossa capacidade natural. Nada disso irá agradar a Deus!
Somos novas criaturas em Cristo Jesus e nossa verdadeira vida é a vida em espírito e em verdade: “Pois se vocês viverem de acordo com a carne morrereis; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, vivereis, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. (Rm. 8:13-14)
Essa é a verdadeira vida dos filhos de Deus! 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A diferença Entre um Cristão Carnal e um Cristão Espiritual

Por ter estado preso pelo pecado por muito tempo, o filho de Deus facilmente interpreta a libertação do poder do pecado como sendo o máximo da experiência cristã. Aqui se oculta o maior perigo para essa pessoa que pensa que todos os elementos perniciosos dentro dela foram arrancados pela raiz.
Ela desconhece que mesmo que o velho homem tenha morrido para o pecado, o “pecado”, entretanto não morreu. Ele tornou-se apenas um soberano sem trono o qual, se lhe for dada oportunidade, exercerá seus melhores esforços para reconquistá-lo.
Muitos ignoram a verdade de que a libertação do pecado é apenas o primeiro passo na vida vencedora. Ela é simplesmente a vitória inicial dada por Deus como sinal das muitas vitórias que se seguirão. O triunfo sobre o pecado é como uma porta: dado um passo, você está dentro; o triunfo sobre o ego é como um caminho: você anda e anda, pelo resto dos seus dias.
Após derrotar o pecado, somos chamados a vencer diariamente a nós mesmos, até o melhor do ego, o ego zeloso e religioso. Se alguém conhece apenas a emancipação do pecado, mas não tem tido a experiência da autonegação ou a perda da vida da alma, ele estará inevitavelmente na posição de recorrer à sua força natural, da alma, para realizar a vontade de Deus em seu caminhar.
Se ele usar seu poder da alma ou fizer uma mistura com o poder do espírito, o resultado inevitável será um cristão da alma ou carnal. O método de Deus é claro: devemos renunciar a tudo que tenha origem em nós mesmos – o que somos, o que temos, o que podemos fazer – e mover-nos inteiramente por Ele, aprendendo diariamente a vida de Cristo por meio do Espírito Santo.
Se falharmos em compreender ou obedecer, não teremos alternativa senão viver como cristãos da alma, pelo poder da alma. O cristão espiritual, pelo contrário, é alguém cujo espírito é guiado pelo Espírito de Deus. Ele extrai o poder para o seu caminhar diário na vida dada pelo Espírito Santo que habita em seu espírito.
Ele não habita na terra buscando sua própria vontade, mas a vontade de Deus. Ele não confia em sua inteligência para planejar e realizar as obras para Deus. A norma de seu caminhar é habitar tranquilamente no esconderijo do Altíssimo.  
Não queremos dizer que os crentes da alma não experimentam nada, a não ser o que pertence à alma, embora os santos desse tipo sejam muitos. Os que são da alma desfrutam de algumas experiências espirituais. O Espírito Santo habita genuinamente no espírito deles, porém, devido a muitos impedimentos, eles frequentemente recorrem à energia natural para prover força para o seu viver, esperando cumprir as exigências santas de Deus através da carne.
Distinguir aquilo que é da alma e o que é do espírito é fácil. A vida espiritual é mantida simplesmente pelo observar com cuidado a direção da “intuição” do espírito. Se o crente anda segundo o Espírito de Deus, ele não vai iniciar nem regular coisa alguma; pelo contrário, ele vai esperar tranquilamente ouvir a voz do Espírito Santo em seu espírito, intuitivamente e assumir para si mesmo a posição de um subordinado.
Andando assim, o crente permanece sendo um seguidor constante. Somente o Espírito Santo é o Originador. Além do mais, ele não emprega sua coragem para executar a vontade de Deus. Sempre que a ação é exigida, o crente se aproxima de Deus plenamente consciente de sua fraqueza e pede que Deus lhe dê forças para agir. Após ter recebido, então ele age, considerando o poder do Espírito Santo como seu. Ao agir assim, ele com certeza encontra sempre o auxílio de Deus de acordo com a Sua palavra.
Lembre-se, no entanto, de que ainda que sejamos cristãos do espírito, dentro de nós ainda existe o poder da alma. Tal mistura de espírito e alma revela que duas fontes opostas residem em nós: uma pertence a Deus e outra ao homem; uma é do Espírito e a outra dele mesmo; uma é intuitiva a outra racional; uma é sobrenatural a outra natural; uma pertence ao espírito e a outra pertence à alma.
Se o filho de Deus se examinar cuidadosamente sob o brilho da luz de Deus, ele aprenderá a distinguir os dois tipos de poder dentro dele. Reconhecerá também que algumas vezes age por uma vida e outras vezes pela outra. O grau em que ele é governado pela alma varia de acordo com: (1) seu entendimento da vida do espírito, com seu princípio de cooperação com Deus e, (2) sua real admissão à vida da alma. Ele pode viver totalmente num mundo emocional, idealístico ou ativista, ou pode até mesmo viver alternadamente por sua alma e por seu espírito.
A menos que seja instruído por Deus através da revelação do Espírito Santo em seu espírito, ele não poderá abominar a vida da alma e amar a vida do espírito. O caminho que ele seguirá será determinado pela vida que escolher. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Viver na Carne ou Viver no Espírito?

“De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Pois se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificares as obras do corpo, vivereis, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. (Rm. 8:12-14)
O velho homem corrompido, no crente, morreu, mas sua alma, que ele herdou de Adão, não pôde fugir da contaminação que ocorreu por causa da queda. Ela não é totalmente corrompida, porém é “natural” e completamente diferente da vida de Deus. A vida do ego ainda persiste, portanto mesmo o crente nascido de novo não escapa de ser um crente da alma.
Embora o velho homem tenha deixado de dirigir a alma, esta continua a ativar o caminhar diário do homem. Visto que a natureza de Deus tomou o lugar da sua natureza pecaminosa, todas as inclinações, intenções e desejos do homem são naturalmente bons, muito diferente do seu estado anterior, que era imundo. Isso não significa que devemos ignorar o fato de que seus novos desejos continuam a ser geridos pelo antigo poder da alma.
Depender da vida da alma para realizar o desejo do espírito é usar a força natural (ou humana) para efetuar a bondade sobrenatural (ou divina). Isto é simplesmente tentar cumprir a exigência de Deus com a própria força. O perigo para ele está no tentar agradar a Deus com seu próprio poder, ao invés de aprender a ser fortalecido com poder na vida do seu espírito, por meio do Espírito Santo, de maneira que possa seguir as inclinações de sua nova natureza.
Ele não compreende que não importa quão bons à vista humana, possam parecer seus esforços, eles nunca poderão agradar a Deus. Ele não percebe que agindo assim, ele mistura o que é de Deus com o que é do homem, expressando o desejo celestial por meio do poder terreno. Qual a conseqüência disso? Ele falha miseravelmente em ser espiritual e continua a habitar na alma.
O homem não sabe que a vida da alma é simplesmente o que costumamos chamar de “vida do ego”. O ego pode não ser necessariamente mau. Pelo contrário, às vezes pode ser muito honrado, útil e amável. Muitas vezes a procura do crescimento espiritual origina-se no ego natural, talvez só por que não possamos suportar a idéia de ficar para trás ou porque buscamos algum ganho pessoal.
Dito sem rodeios, o fazer o bem não é pecaminoso, mas a maneira, os métodos ou motivos no fazer coisas boas, podem estar cheios com o nosso ego. Sua fonte é a bondade natural do homem e não aquela bondade sobrenatural, dada pelo Espírito Santo através da regeneração.
Muitos são congenitamente misericordiosos, pacientes e ternos. Quando estes mostram misericórdia, paciência ou ternura, tais atitudes não são pecaminosas; mas, porque estas características “boas” pertencem à vida natural deles e são obras do ego, não podem ser aceitas por Deus como algo espiritual.
Estes atos são realizados, não por dependência completa do Espírito de Deus, mas pela confiança na própria força. À medida que progredirmos em nosso caminhar espiritual, nós descobriremos muitos outros exemplos de como o pecado pode estar ausente, mas o ego plenamente presente. Parece quase inevitável que o ego entre furtivamente no trabalho mais santo e no caminhar mais nobre.
Se você conhece apenas a libertação do pecado, mas não tem tido a experiência da autonegação ou a perda da vida da alma, você inevitavelmente acabará recorrendo à sua força natural da alma para realizar a vontade de Deus em seu caminhar. Acabará sem reconhecer que, além do pecado, dois outros poderes moram dentro de nós: o poder do espírito e o poder da alma.
O poder do espírito é o poder de Deus recebido espiritualmente na regeneração, enquanto que o poder da alma é seu próprio, concedido naturalmente por ocasião do seu nascimento. Se alguém será um homem espiritual ou não, dependerá grandemente de como ele trata estas duas forças dentro dele.
O método de Deus é claro: devemos renunciar a tudo que tenha origem em nós mesmos – o que somos, o que temos, o que podemos fazer – e mover-nos inteiramente por Ele, aprendendo diariamente a vida de Cristo por meio do Espírito Santo.
O cristão espiritual, portanto, é alguém cujo espírito é guiado pelo Espírito de Deus. Ele extrai o poder para o seu caminhar diário na vida dada pelo Espírito Santo, que habita em seu espírito. Ele não vive na terra buscando sua própria vontade, mas a vontade de Deus. Ele não confia em sua inteligência para planejar e realizar obras para Deus. A norma de seu caminhar é habitar sossegadamente no espírito, não mais influenciado ou controlado pelo homem exterior (o velho homem, o ego).
“E agora digo isto, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção”. (I Co. 15:50)
Recapitulando o que foi dito, o problema das duas naturezas foi resolvido, mas o problema das duas vidas continua sem solução. A vida do espírito e a vida da alma continuam a existir dentro de nós. Enquanto que a primeira é em si mesma excessivamente forte, a segunda procura controlar todo o ser, porque está profundamente arraigada no homem.
A menos que estejamos dispostos a negar nossa “vida da alma”, permitindo que a vida do espírito tome as rédeas, haverá pouca chance de desenvolver-se em nós a vida espiritual que agrada a Deus. Andar no Espírito Santo não é apenas deixar de cometer pecados, mas é principalmente não permitir que o ego prevaleça.
O Espírito Santo pode manifestar Seu poder somente naqueles que vivem por Ele. Qualquer pessoa que ande por sua força natural não pode esperar que as poderosas realidades do Espírito sejam manifestadas em sua vida. Se insistirmos em andar segundo a “raça criada”, estaremos rejeitando o governo do Espírito Santo em nossas vidas.
Como poderemos manifestar Seu poder, se somos libertos do pecado e ainda continuamos a pensar como “os homens” pensam, desejar como “os homens” desejam e viver e trabalhar como “os homens” o fazem? Não estamos dependendo inteiramente do Espírito Santo de Deus para operar em nós.
Se desejamos genuinamente Sua plenitude, devemos primeiro quebrar a influência que a alma exerce sobre nós.
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois aquele que quiser salvar a sua vida (da alma) perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á” (Mt. 16:24-25).
Amém!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Conflito Entre o Velho e o Novo Homem

É importante que uma pessoa regenerada possa compreender que mesmo tendo recebido o “novo nascimento” ela ainda permanece de posse de seus dons naturais. Mesmo tendo agora um espírito vivificado, o homem ainda continua tendo em si os elementos da carne.
Na carta aos Romanos podemos ver que os componentes da carne são principalmente “o pecado” e “o ego”. (Rm. 7:17-18) Se você quer compreender a vida espiritual, você deve estar bem esclarecido sobre esses dois elementos da carne.
Sabemos que o Senhor Jesus tratou com o pecado da nossa carne na Sua cruz. E a Palavra nos informa que o “nosso velho ego” foi com ele crucificado: “Pois sabemos isto, que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito a fim de não servirmos mais ao pecado”. (Rm. 6:6)
Com respeito ao pecado, não se exige que o homem faça coisa alguma. Ele só precisa considerar que o pecado já foi desfeito e que isso é um fato consumado e ele colherá a eficácia da morte de Jesus, sendo totalmente libertado do poder do pecado. (Rm. 6:14) Mas, em relação ao ego algo deve ser feito, precisamos negar o ego!
Saiba que a cruz de Cristo trata com o pecado e o Espírito Santo, por meio da cruz, trata com o ego. Cristo liberta o crente completamente do poder do pecado, através da cruz, para que o pecado não reine novamente, Cristo o capacita a vencer o ego diariamente e assim o homem pode obedecê-Lo perfeitamente. A libertação do pecado é um fato consumado; a negação do ego deve ser uma experiência diária.
Para conquistar vitória sobre o pecado o crente só precisa de um momento de fé e arrependimento sincero; para negar o ego, ele precisa de uma vida inteira. Saiba que Jesus não teve dificuldade nenhuma com relação ao pecado, contudo, durante toda a Sua vida, o Senhor negou-se a si mesmo. O mesmo deve ser verdade para nós.
“andai pelo Espírito e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito e o Espírito contra a carne”. (Gl. 5:16-17)
A carne exige plena soberania, a vida espiritual também. A carne deseja que o homem esteja ligado a ela para sempre, enquanto que a vida espiritual quer ter o homem completamente submisso ao Espírito Santo. A carne e a vida espiritual diferem entre si em todos os pontos. A primeira é semelhante à natureza do primeiro Adão e a natureza da última pertence ao último Adão. A motivação da primeira é terrena, a da segunda é celestial. A carne focaliza todas as coisas no ego, a vida espiritual centraliza tudo em Cristo.
A carne deseja conduzir o homem a pecar, mas, a vida espiritual anseia por conduzi-lo à justiça. Visto serem estes dois tão essencialmente contrários, o homem vive o constante conflito entre sua velha natureza e o novo homem.
Em Romanos 7, Paulo exprime a angústia interior deste conflito: “Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço”. (v. 19) Muitos entenderão o porquê de seu grito de desespero: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte”? (v. 24)
É por meio deste conflito que Deus provoca o crente a buscar e assegurar a vitória contra a carne através de Cristo. Provarão, por fim, a alegria de experimentar o que Paulo experimentou: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor”. (v. 25) “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito, porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte”. (Rm. 8:1-2)
Saiba que ninguém obterá vitória contra a carne a não ser por meio de Cristo Jesus. Ele é a nossa vitória! 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Regeneração é Nascer de Deus

“Porquanto, pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem da lei é o pleno conhecimento do pecado”. (Rm. 3:20)
Deus sabe que no homem bem algum habita, nenhuma carne pode agradá-lo. A carne está corrompida além da possibilidade de recuperação. Visto que a carne é completamente irremediável, como pode então o homem agradar a Deus, depois de crer no Seu Filho, a menos que Deus lhe dê algo novo?
Damos graças porque Deus concedeu uma nova vida, Sua vida não criada, àqueles que crêem na salvação do Senhor Jesus e O recebem como seu Senhor e Salvador pessoal. Isso é chamado “regeneração” ou “novo nascimento”.
Embora nossa carne não possa ser alterada, Deus nos dá Sua vida. A carne do homem continua sendo tão corrupta quanto sempre foi. A carne em um santo é a mesma em um pecador. Na regeneração, a carne não é transformada. O novo nascimento não exerce nenhuma influência boa sobre a carne. Ela permanece como é. Deus não nos comunica Sua vida, para educar e treinar a carne. Pelo contrário, ela nos é dada para vencer a carne.
O homem, na regeneração, torna-se realmente relacionado a Deus pelo nascimento. Regeneração quer dizer, nascer de Deus. Como nossa vida carnal é nascida dos nossos pais, assim nossa vida espiritual é nascida de Deus. O significado do nascimento é “comunicar vida”. Quando dizemos que somos nascidos de Deus, isto significa que recebemos uma nova vida d’Ele.
Como seres humanos, somos a raça caída, somos carnais. Nosso espírito está morto e nossa alma é quem tem plena direção de todo nosso ser. Estamos andando segundo a concupiscência do corpo. Não existe bem algum em nós.
Ao vir nos restaurar, Deus se preocupa em restaurar primeiramente a posição do nosso espírito, dentro de nós, a fim de que possamos ter comunhão com Ele novamente. Isto ocorre quando cremos no Senhor Jesus. Deus coloca Sua vida em nosso espírito, levantando-o da morte. O Senhor Jesus declara que:
“O que é nascido do Espírito é espírito”. (Jo 3:6)
Nesse momento, a vida de Deus, que é o Espírito, entra em nosso espírito humano e o restaura à sua posição original. O Espírito Santo instala Sua morada no espírito humano e o homem é, assim, transportado para a esfera espiritual. O espírito do homem, nascido de novo, é vivificado e volta a governar o homem interior. Isso é o que recebemos por ocasião da regeneração.
A regeneração é o mínimo da vida espiritual. Ela é a base sobre a qual a edificação posterior é realizada. Ninguém pode falar de vida espiritual, nem tampouco almejar crescimento espiritual, se não for regenerado. O homem sem regeneração não tem vida em seu espírito.
É essencial que cada crente saiba, sem qualquer dúvida, se ele já foi regenerado e que recebeu nova vida. Ele deve saber que o novo nascimento não é uma tentativa de remendar a velha carne, ou de transformá-la em vida espiritual. Pelo contrário, é receber uma vida que ele nunca possuiu e não poderia ter possuído antes.
Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Nunca poderá perceber os mistérios espirituais e provar a celestial doçura do reino de Deus. Seu destino é apenas esperar a morte e o julgamento: para ele não existe nada mais.
Como alguém pode saber se é regenerado? João nos diz que o homem nasce de novo pelo crer no Nome do Filho de Deus e por recebê-Lo: “Mas a todos os que o receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus – filhos nascidos não do sangue, nem da vontade da carne, mas de Deus”. (Jo. 1:12-13)
O nome do Filho de Deus é “Jesus” que significa “ele salvará seu povo dos pecados”. (Mt. 1:21) Crer no Nome do Filho de Deus é, portanto, equivalente a crer n’Ele como Salvador, crendo que Ele morreu na cruz por nossos pecados a fim de livrar-nos da culpa e do poder do pecado. Crer assim é recebê-lo como Salvador.
Se alguém deseja saber se é regenerado ou não, basta simplesmente fazer uma pergunta a si mesmo: Fui à cruz, como um pecador desamparado e recebi o Senhor Jesus como meu Salvador? Se sua resposta for afirmativa, você é regenerado.
Todos os que crêem no Senhor Jesus são nascidos de novo!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Para Cumprir Toda a Justiça

O Senhor Jesus veio da Galiléia para o Jordão para ser batizado por João. Como um homem, o Senhor Jesus deveria ser batizado conforme a maneira de Deus no Novo Testamento.
Mateus 3:13 não diz que Jesus veio a João para ser santificado, diz que Ele veio para ser batizado. Embora muitos cristãos gostem de ser santificados, são poucos os que querem ser batizados no sentido de ser sepultado, de ser terminado. Ser batizado é ser morto e sepultado.
A igreja não é primeiramente uma igreja que santifica, mas que batiza. A igreja como agência do Reino dos céus não o tornará mais santo, ela o terminará mais e mais. Como o Rei-Pastor, o Senhor Jesus tomou a iniciativa de andar da Galiléia até o Jordão a fim de ser batizado. Ele não veio ao Jordão para ser entronizado, mas para ser colocado na morte, para ser sepultado.
“Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: Eu preciso ser batizado por ti, e vens tu a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt. 3:14-15).
O Senhor parecia dizer: Você deve permitir-Me ser batizado. Não me frustre por causa do seu conceito natural. Não pense que porque sou mais poderoso não preciso ser batizado por você. Permita-Me ser batizado para que possa cumprir toda justiça.
Justiça é ser justo ao viver, andar e fazer as coisas da maneira que Deus ordenou. Deus enviou João Batista para ordenar o batismo. Ser batizado é também cumprir a justiça perante Deus, isto é, cumprir as exigências de Deus. O Senhor Jesus veio a João, não como Deus, mas como um homem típico, um verdadeiro israelita. Portanto, Ele deveria ser batizado para guardar essa prática dispensacional de Deus; do contrário, Ele não seria justo com Deus.
Justiça é uma questão de ser justo com Deus. Suponha que Deus abra uma porta no teto de uma sala e diga que aquela é a maneira apropriada de entrar lá. Se alguém não entra na sala através daquela porta no teto não é justo com Deus. Talvez você diga: “Não concordo em entrar na sala através daquela porta. De acordo com a minha concepção, essa porta não está certa. A porta da frente ou a do lado é a porta correta”.
Sua maneira pode estar certa aos seus olhos, mas não aos olhos de Deus. A justiça não é uma questão da sua opinião, é uma questão da ordenação de Deus. Na época de João Batista, o batismo era a maneira ordenada por Deus. Alguém que quisesse entrar no reino dos céus tinha de passar através do portal do batismo de João. Nem mesmo Jesus Cristo poderia ser uma exceção. Mesmo Ele teve de passar através desse portal, caso contrário, Ele teria faltado com a justiça de passar por essa entrada.
Ser batizado é ser justo aos olhos de Deus. A economia de Deus é terminar nosso homem natural e dar-nos uma nova vida. Se quisermos ser justos para com Deus, devemos ser mortos em nossa vida natural (a morte da raça criada), e renascidos com Sua vida divina (a raça chamada).
O Senhor Jesus, como o Rei do reino dos céus, tomou a liderança para ser terminado. Desse modo, Ele cumpriu a justiça aos olhos de Deus. Agora, Ele estava na posição correta para estabelecer o reino dos céus. Ele entrou pelo portal da justiça e percorreu a vereda da justiça. Tudo o que Ele fez nesse caminho foi justo.
Aplique em seus atos cotidianos o conceito de justiça e pratique diligentemente. Ande pela vereda da justiça por amor do Seu nome. Viva como um homem renascido do Espírito e poderás almejar a manifestação do reino dos céus quando Ele vier para reinar sobre a terra.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Está Próximo o Reino dos Céus!

Em sua mensagem, João Batista disse ao povo que se arrependesse para o Reino. Ele não disse que se arrependessem para que pudessem ir ao céu ou mesmo para obter a salvação. Ele disse que deveriam se arrepender para o Reino dos céus.
O termo “os céus”, uma expressão hebraica, não se refere a algo plural em natureza, mas ao mais alto céu, o qual, segundo a Bíblia, é o terceiro céu. O terceiro céu é chamado os céus. O Reino dos céus não significa um reino no ar, mas um reino acima do ar, um reino no céu acima do céu, onde está o trono de Deus. Nesse reino há o governo, o domínio do próprio Deus.
Portanto, o Reino dos céus é o Reino de Deus no terceiro céu onde Ele exerce Sua autoridade sobre todas as coisas criadas por Ele. Esse Reino dos céus deve descer a terra. Esse domínio celestial deve descer para ser autoridade sobre a terra.
De acordo com a palavra de João em Mateus capítulo 3, versículo 2, “está próximo o Reino dos céus”. Isso indica claramente que antes da vinda de João Batista, o reino dos céus não estava aqui. Mesmo após o início do ministério de Jesus, em sua pregação, o reino dos céus ainda não estava lá; apenas havia se aproximado. Nós podemos ver isso no fato de Jesus ter pregado dizendo: “Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus” (Mt. 4:7).
Isso prova que no Velho Testamento não havia o reino dos céus. Mesmo na época de Moisés e Davi o reino dos céus não estava lá. João disse que o reino dos céus estava a caminho, não disse que havia chegado. Cremos que o reino dos céus chegou a Jerusalém no dia de Pentecostes. Isso significa que ele chegou exatamente no momento em que a igreja veio à existência. Hoje, todos aqueles que são alcançados pela graça e pela regeneração do Espírito, estão no reino dos céus. Temos um Rei e estamos sob Seu governo.
Muitas vezes o governo do Rei, dentro de nós, torna desnecessário que sejamos controlados por policiais ou por um tribunal de justiça. Esse rei interior torna desnecessário o trabalho dos advogados. Contudo, aqueles que não são convertidos e não se voltam a Deus não estão sob a autoridade do Rei. Em vez disso, violam a lei constantemente. Por essa razão, muitos acabam comparecendo diante de um juiz, no tribunal de justiça.
Mas nós, o povo do reino, estamos sob a autoridade do Rei do reino dos céus. Esse Rei veio para dentro de nosso ser. Nesse exato momento Ele está habitando em nosso espírito. Quando Ele fala a nós, diz principalmente uma palavra: “não”. De acordo com a nossa experiência pessoal, Sua palavra favorita é “não”. Temos um governo de “não” dentro de nós. Agradeça ao Senhor por essa pequena palavra, porque ela nos livra de muitos problemas.
O falar do “não” interior é o governar íntimo do rei. Talvez hoje você tenha ouvido o “não” do Rei várias vezes. Se o povo do reino der ouvido e obedecer ao “não” do Rei, evitará muitos aborrecimentos e pecados. Porque estamos no reino dos céus, o Rei nos governa na maioria das vezes falando ao nosso espírito a palavra “não”.
Exercite a sua capacidade de ouvir o falar do Senhor em teu espírito e experimentarás a verdadeira paz e comunhão espiritual. Obedeça, submeta-se ao Rei e sua vida será aperfeiçoada dia a dia, até que cheguemos à estatura de varão perfeito, a semelhança de Cristo. Esse é o propósito de Deus ao nos escolher e chamar ao seu reino celestial!     
“Pois aos que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm. 8:29).
“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4:13).

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Reino dos Céus Revelado em Mateus

O Evangelho de Mateus é absolutamente diferente do Evangelho de João. O Evangelho de João é um livro de vida, enquanto Mateus é um livro do Reino. Em João Jesus é vida, mas em Mateus Ele é o Rei.
Ao considerarmos o Evangelho de Mateus, devemos atentar para o fato de que agora estamos no Reino. Todas as coisas escritas nesse livro estão relacionadas ao Reino. Portanto, devemos olhar para esse livro do ponto de vista do Reino, enxergando cada capítulo e até mesmo cada versículo da perspectiva do Reino.
“Naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:1-2).
O arrependimento exigido aqui é para o Reino. Os homens deveriam arrepender-se porque não estavam no Reino, porque não estavam sob a autoridade de Deus. Nós devemos nos arrepender se ainda não nos submetemos à autoridade de Cristo.
Mesmo que o homem não sinta que seja um pecador, uma vez que não está no Reino, ele é um rebelde. Se ele nada tem a ver com a realeza de Cristo, está em rebelião e deve arrepender-se. Arrependa-se de não estar no Reino! Se não estás realmente no Reino dos céus nem sob o governo celestial, você deve arrepender-se. Não importa quão espiritual, santo ou bom você seja. A única coisa que conta é se você está ou não debaixo do governo celestial.
Esse é o pensamento básico do Evangelho de Mateus. Não pense que Mateus é apenas para os incrédulos, estranhos ou gentios. Muitos cristãos nunca ouviram o Evangelho de Mateus. Não sabemos que tipo de evangelho você tem ouvido, mas sabemos que precisa ouvir o Evangelho de Mateus, o evangelho do Reino, que exige que você se arrependa de não estar sob a realeza de Cristo.
Todos nós devemos arrepender-nos e dizer: “Senhor, perdoa-me. Eu estou ainda em rebelião. Não estou debaixo do Teu senhorio, Tua autoridade, Teu governo celestial. Senhor, confesso que tenho sido governado só por mim mesmo, Senhor, conceda-me um arrependimento verdadeiro pela minha rebelião, por eu não estar debaixo da Tua autoridade”.
Arrepender-se é ter uma mudança de mente, é ter uma mudança de propósito. No grego a palavra traduzida para arrependimento significa ter uma mudança de mente. É ter uma mudança em nosso pensamento, nossa filosofia, nossa lógica. A vida do homem caído é absolutamente de acordo com o seu pensamento. Tudo o que ele faz é segundo a sua mente. Antes de sermos salvos, todos estávamos sob a direção da nossa mentalidade caída. Estávamos longe de Deus e nossa vida estava em direção oposta à Sua vontade.
Mas um dia ouvimos a pregação do evangelho que nos dizia para arrepender-nos, ter uma mudança em nosso pensamento, filosofia e lógica. Creio que essa tem sido a experiência de muitos. Quando nos convertemos, voltamos as costas para o passado e voltamos a face para Deus. Isso é o que significa se arrepender, experienciar uma mudança da nossa mente.
Em sua mensagem, João Batista disse ao povo que se arrependesse para o Reino. Ele não disse que se arrependessem para que pudessem ir para o céu ou mesmo para obter a salvação. Ele disse que deveriam arrepender-se para o Reino. O Reino denota um tipo de domínio, governo.
Antes de sermos salvos não estávamos sob qualquer governo. Entretanto, quando ouvimos a pregação do evangelho, nos voltamos de uma condição sem governo, para outra de total governo. Agora estamos no Reino. Antes de sermos salvos, não tínhamos um Rei. Mas após voltarmo-nos para o Senhor, Ele se tornou nosso Rei.
            Agora estamos todos sob o governo desse Rei. O Rei tem a realeza, e essa realeza é o Reino. Hoje estamos no Reino deste Rei. Louvado seja o Senhor porque o ministério do sacerdócio iniciado com João Batista ainda está entre nós. Ele nos apresenta o Rei e quando nós o recebemos, somos conquistados e então o Reino está aqui. Este é o Evangelho de Mateus.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Considerações Sobre o Direito de Primogenitura

“Pois Ele diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia”
“Assim, pois, não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Rm. 9:15-16).
Embora possamos lutar para obter o direito de primogenitura, este é, na verdade, uma questão da escolha de Deus, não dos nossos esforços. O direito de primogenitura não depende de nós, depende da escolha de Deus.
Essa verdade pode ser difícil de aceitar. Mas se pudermos aceitá-la provaremos o doce sabor da graça de Deus. Naturalmente que nossa capacidade humana gostaria de ter o domínio sobre a salvação e também sobre o direito de primogenitura, porém, devemos lembrar que esse foi o procedimento de Jacó. Ele lutou durante grande parte de sua vida para suplantar os obstáculos e tomar posse da primogenitura, mas ficou sabendo, de forma dolorosa, que a primogenitura já lhe pertencia porque fora uma escolha de Deus. Isso é graça pura!
“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus” (Mt. 8:11).
Como eu gosto das expressões de Deus quanto ao futuro! Não há nada que se lhes compare. Um homem fala do futuro e diz: “farei”, e nunca o realiza; “Darei”, e quebra a sua promessa. Mas nunca é assim com os “futuros” de Deus. Se Ele diz “será”, assim será; quando Ele diz “farei”, Ele o fará. Pois bem, aqui Ele diz: “Muitos virão”. O diabo diz: “Não virão”; mas eles virão.
Talvez vocês possam dizer: “Não queremos vir”; Deus diz: “Vocês virão”. Sim! Hoje há muitos que riem da mensagem do Reino dos céus, que podem zombar de Cristo e escarnecer do Seu evangelho, mas eu lhes digo que alguns de vocês virão. Nisso está o poder do Evangelho.
Deus não pede nosso consentimento, mas o obtém. Ele não indaga: você quer isso? Mas torna você desejoso no dia em que o poder de Deus opera em ti. Ele expulsa de seu coração a incredulidade e a inimizade. Você diz “Eu não quero”; Cristo diz que você virá. Ele tem poder para fazer tua vontade dar um giro completo, e então você clamará: “Senhor, salva-me, ou pereço!”
Ele mesmo disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer”. Que maravilhosa graça! Tudo está debaixo da autoridade soberana de nosso Pai. Eles virão! Eles virão! Podem pensar o que pensarem, nós cremos que o Senhor Jesus não morreu em vão. Se alguns rejeitarem o Rei, existem muitos que não O rejeitarão. Cristo verá a Sua semente, prolongará os Seus dias, e o prazer do Senhor prosperará em Suas mãos.
Eles virão de todas as partes e se assentarão com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus! Eles virão e nada no céu nem na terra nem no inferno poderá impedi-los de vir! Amém!