quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A diferença Entre um Cristão Carnal e um Cristão Espiritual

Por ter estado preso pelo pecado por muito tempo, o filho de Deus facilmente interpreta a libertação do poder do pecado como sendo o máximo da experiência cristã. Aqui se oculta o maior perigo para essa pessoa que pensa que todos os elementos perniciosos dentro dela foram arrancados pela raiz.
Ela desconhece que mesmo que o velho homem tenha morrido para o pecado, o “pecado”, entretanto não morreu. Ele tornou-se apenas um soberano sem trono o qual, se lhe for dada oportunidade, exercerá seus melhores esforços para reconquistá-lo.
Muitos ignoram a verdade de que a libertação do pecado é apenas o primeiro passo na vida vencedora. Ela é simplesmente a vitória inicial dada por Deus como sinal das muitas vitórias que se seguirão. O triunfo sobre o pecado é como uma porta: dado um passo, você está dentro; o triunfo sobre o ego é como um caminho: você anda e anda, pelo resto dos seus dias.
Após derrotar o pecado, somos chamados a vencer diariamente a nós mesmos, até o melhor do ego, o ego zeloso e religioso. Se alguém conhece apenas a emancipação do pecado, mas não tem tido a experiência da autonegação ou a perda da vida da alma, ele estará inevitavelmente na posição de recorrer à sua força natural, da alma, para realizar a vontade de Deus em seu caminhar.
Se ele usar seu poder da alma ou fizer uma mistura com o poder do espírito, o resultado inevitável será um cristão da alma ou carnal. O método de Deus é claro: devemos renunciar a tudo que tenha origem em nós mesmos – o que somos, o que temos, o que podemos fazer – e mover-nos inteiramente por Ele, aprendendo diariamente a vida de Cristo por meio do Espírito Santo.
Se falharmos em compreender ou obedecer, não teremos alternativa senão viver como cristãos da alma, pelo poder da alma. O cristão espiritual, pelo contrário, é alguém cujo espírito é guiado pelo Espírito de Deus. Ele extrai o poder para o seu caminhar diário na vida dada pelo Espírito Santo que habita em seu espírito.
Ele não habita na terra buscando sua própria vontade, mas a vontade de Deus. Ele não confia em sua inteligência para planejar e realizar as obras para Deus. A norma de seu caminhar é habitar tranquilamente no esconderijo do Altíssimo.  
Não queremos dizer que os crentes da alma não experimentam nada, a não ser o que pertence à alma, embora os santos desse tipo sejam muitos. Os que são da alma desfrutam de algumas experiências espirituais. O Espírito Santo habita genuinamente no espírito deles, porém, devido a muitos impedimentos, eles frequentemente recorrem à energia natural para prover força para o seu viver, esperando cumprir as exigências santas de Deus através da carne.
Distinguir aquilo que é da alma e o que é do espírito é fácil. A vida espiritual é mantida simplesmente pelo observar com cuidado a direção da “intuição” do espírito. Se o crente anda segundo o Espírito de Deus, ele não vai iniciar nem regular coisa alguma; pelo contrário, ele vai esperar tranquilamente ouvir a voz do Espírito Santo em seu espírito, intuitivamente e assumir para si mesmo a posição de um subordinado.
Andando assim, o crente permanece sendo um seguidor constante. Somente o Espírito Santo é o Originador. Além do mais, ele não emprega sua coragem para executar a vontade de Deus. Sempre que a ação é exigida, o crente se aproxima de Deus plenamente consciente de sua fraqueza e pede que Deus lhe dê forças para agir. Após ter recebido, então ele age, considerando o poder do Espírito Santo como seu. Ao agir assim, ele com certeza encontra sempre o auxílio de Deus de acordo com a Sua palavra.
Lembre-se, no entanto, de que ainda que sejamos cristãos do espírito, dentro de nós ainda existe o poder da alma. Tal mistura de espírito e alma revela que duas fontes opostas residem em nós: uma pertence a Deus e outra ao homem; uma é do Espírito e a outra dele mesmo; uma é intuitiva a outra racional; uma é sobrenatural a outra natural; uma pertence ao espírito e a outra pertence à alma.
Se o filho de Deus se examinar cuidadosamente sob o brilho da luz de Deus, ele aprenderá a distinguir os dois tipos de poder dentro dele. Reconhecerá também que algumas vezes age por uma vida e outras vezes pela outra. O grau em que ele é governado pela alma varia de acordo com: (1) seu entendimento da vida do espírito, com seu princípio de cooperação com Deus e, (2) sua real admissão à vida da alma. Ele pode viver totalmente num mundo emocional, idealístico ou ativista, ou pode até mesmo viver alternadamente por sua alma e por seu espírito.
A menos que seja instruído por Deus através da revelação do Espírito Santo em seu espírito, ele não poderá abominar a vida da alma e amar a vida do espírito. O caminho que ele seguirá será determinado pela vida que escolher. 

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