quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Riquezas

“Aquele que não é influenciado pelo dinheiro é o mais admirado entre todos os homens”. [Cícero]
Há um mito sobre dinheiro que precisamos enterrar. E esse é o de que dinheiro não é bom nem ruim; é neutro e tudo depende do seu uso. Se isso fosse verdade, então por que Jesus chamou as riquezas de “as riquezas da injustiça” (Lucas 16: 9)? E por que ele alertou quanto à “sedução das riquezas” (Mateus 13: 22)? Ele parece estar dizendo que a riqueza é corruptora e ilusória em si mesma, e que somente Deus pode santificá-la para usos dignos.
Por trás do dinheiro há forças espirituais invisíveis, forças que são sedutoras e enganosas, forças que exigem total devoção. A riqueza é perigosa, e até mesmo o cristão mais dedicado pode cair na armadilha de adorá-la sem nem mesmo perceber tal coisa.
Em algumas traduções da Bíblia lemos em Lucas 16: 13: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Mamom é a palavra aramaica para riqueza de toda a espécie. Significa “aquilo em que alguém confia” ou “aquilo que é entregue aos cuidados de alguém”. Isso sugere que a riqueza é algo que Deus entregou aos nossos cuidados, algo que Deus não quer que nós confiemos. Ele deseja que confiemos nele.
Quando os judeus usavam a palavra, era quase sempre em sentido negativo, e foi assim que Jesus a empregou. Ele disse: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6: 24).
Mamom é a riqueza personificada, e Jesus nos alerta para que não nos relacionemos com Mamom do mesmo modo como nos relacionamos com Deus. Não devemos tentar colocá-los no mesmo nível em nossa vida. Se não formos cuidadosos, o dinheiro pode controlar nossa atenção e afeto.
O dinheiro possui muitas características da divindade. Dá segurança, pode induzir a um sentimento de poder, dá liberdade e parece onipresente. A característica mais sinistra de todas, entretanto, é ser ele uma tentação para que o homem se sinta onipotente. O dinheiro tem o poder de aprisionar-nos se não tomarmos cuidado. Somente uma devoção disciplinada para com Deus pode capacitar-nos a conservar as riquezas no seu devido lugar.
O mundo atual mede o sucesso pelo dinheiro e pelas posses, e torna-se fácil para os cristãos defenderem esses padrões falsos se não forem cautelosos. Jesus disse: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12: 15). “Porque, o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação” (Lucas 16: 15).
É possível ser próspero sem ser materialista. Tanto a Bíblia como a história cristã falam sobre pessoas ricas que andaram com Deus e que, através das suas riquezas, foram benção para os outros. Mas tenho notado que os ‘líderes’ nas Escrituras tiveram cuidado em manter as mãos limpas em relação ao dinheiro, e não usaram sua posição ou autoridade para explorar a ninguém.
Ouça o que disse Abraão, que recusou os despojos de Sodoma: “Levantei a minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra, jurando que não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu, nem um fio, nem uma correia de sapato, para que não digas: Eu enriqueci a Abraão” (Genesis 14: 22-23).
O dinheiro não é neutro. É essencialmente maligno e precisamos estar conscientes da sua força sedutora. “Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males” (I Timóteo 6: 10).
            Se você foi agraciado com riquezas e bens, lembra-te de que tudo vem da mão do Senhor. Não permita que esses itens materiais acabem por servir de tropeço em tua caminhada com Deus.       Não pense que você pode tudo. Continue humilde e confie sempre naquele que pode suprir todas as tuas necessidades. O teu ouro de grande valor deve ser sempre o Pai celestial. Ele é a nossa riqueza que nunca acabará! 

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