quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Reino Milenial e o Fim da era atual

A época atual deve ser considerada um período de transição para o Reino mediatório. Desde os tempos dos apóstolos havia uma expectativa constante por seu estabelecimento: “Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (Atos 1. 6), mas os crentes tiveram dificuldade em harmonizar essa esperança com a cruz e o túmulo (Lc 24. 13-27). Foi o elemento tempo que os confundiu. No entanto, o ensino anterior de Cristo não foi de maneira alguma anulado.
Aos crentes foram dadas novas certezas após a ascenção de Cristo como confirmação adicional do ensino que receberam de Jesus. Os sinais e prodígios prometidos nas profecias do Antigo Testamento continuaram no período inicial da igreja. Houve o derramamento do Espírito no Pentecoste (At 2. 1-4), cura de enfermos, milagres físicos, visões miraculosas e ministério de anjos (At 5. 19).
Os apóstolos seguiram anunciando o evangelho do Reino e por isso houve crescente oposição judaica contra o ensino sobre o Rei e seu reino. Os fariseus estavam divididos quanto à sua atitude para com a nova seita (At 5. 33-39). Os apóstolos por fim foram forçados a pregar para os gentios a sua mensagem de Cristo e seu reino (At 13. 44-47). Conforme crescia a onda de oposição, a mensagem acerca do Reino foi gradualmente passando para segundo plano, e a mensagem acerca da igreja e da salvação tornou-se prioritária.
A glória do Reino e a expectativa de seu estabelecimento passaram, e a igreja tornou-se o foco de todos os esforços evangelísticos. Mas a mensagem do Reino não desapareceu por completo, pois o propósito de Deus é formar uma aristocracia para que reinem juntamente com Cristo (Hb 12. 28).
Em um certo sentido, o reino mediatório foi adiado ou posto em estado de suspensão durante o período que vai do Pentecoste à volta de Cristo. Isto quer dizer que ele não está sendo experimentado em seu sentido pleno, conforme é descrito nas profecias. Se assim fosse, a igreja estaria governando sobre a terra e não precisaríamos fazer a oração que o Senhor Jesus ordenou que orássemos: “Venha o teu reino” (Mt 6. 10).
A proclamação deste Reino deve ser pregada ainda, como fazia Paulo (At 20. 24-25). Isso faz parte do desígnio de Deus. Em um sentido limitado, os membros da igreja experimentam hoje o que é participar neste Reino. Pela conversão e regeneração, pessoas estão sendo transportadas para esse Reino (Cl 1. 13), quer dizer, estão tornando-se parte daquela parte do Reino que servirá como aristocracia e nobreza governante quando esse tiver sido completamente implantado na terra por ocasião da Segunda Vinda de Cristo. Isso significa que os crentes entram no Reino antes de seu estabelecimento material e visível na terra.  
O mal também se desenvolve por seus próprios caminhos durante a presente era. “Os filhos do maligno” (Mt 13. 38-39) crescerão até serem um vasto ajuntamento da humanidade que se organizará em um falso reino sob a liderança do Anti-cristo (Ap 13. 5-7). Sobre esse último reino mundial cairá, com poder esmagador, a pedra cortada da montanha sem auxílio de mãos, pulverizando-o (Dn 2. 34, 35, 44, 45).
Esta é a colheita do fim dos tempos (Ap 14. 14-20), uma colheita feita pelo Senhor Jesus Cristo, a Pedra, e os seus servos angélicos (Mt 13. 36-43 e 47-49). É essa sequência de eventos que introduzirá o Reino mediatório de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O Reino mediatório então se cumprirá em todos os seus aspectos. Pouco se diz no NT das vastas mudanças que ocorrerão no âmbito do Reino Milenial. A descrição mais detalhada se encontra na profecia do AT, mas Cristo assegurou aos seus discípulos que ele haveria de cumprir a lei e os profetas.
Para isso será necessário exercer um governo severo e inflexível de justiça para controlar o pecado e perpetuar as virtudes do Reino (Ap 19. 15). Durante esse reinado, o ministério de Cristo será caracterizado por uma total submissão de todos os governantes das nações ao seu governo central. Quando essa missão for cumprida, Cristo então entregará voluntariamente o Reino nas mãos do Pai, e o reino mediatório se confundirá com o Reino Universal (I Co 15. 24-28). Assim será introduzido o “estado eterno” (Ap 21. 1-3). Então haverá um trono apenas, pelos séculos dos séculos . 

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