quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pobres em espírito para Receber o Reino dos Céus

Voltamos a estudar o Evangelho de Mateus e a constituição do Reino que foi revelada por Jesus nos capítulos 5, 6 e 7.
Em Mateus 5:3 diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Embora muitos falem sobre as bem-aventuranças desses versículos, não temos ouvido ninguém falar sobre o “espírito” no versículo 3, mas saiba que o reino dos céus está relacionado ao nosso espírito.
O espírito mencionado no verso 3 refere-se não ao Espírito de Deus, mas ao espírito humano, a parte mais profunda do nosso ser, o órgão para contatarmos Deus e percebermos as coisas espirituais. Ser pobre em espírito não significa ter um espírito pobre. Nosso espírito nunca deve ser pobre. Ter um espírito pobre seria lamentável.
Mas se somos pobres em nosso espírito, somos bem-aventurados. Ser pobre em espírito não é apenas ser humilde, mas é também estar esvaziado em nosso espírito, nas profundezas do nosso ser, não nos apegando às coisas antigas da velha dispensação, mas desembaraçados para receber coisas novas, as coisas do Reino dos céus.
Precisamos ser pobres, esvaziados e desembaraçados nessa parte do nosso ser para que possamos perceber e possuir o Reino dos céus. Isso indica que o Reino dos céus é uma questão espiritual, não material. Precisamos esvaziar nosso espírito de todas as coisas velhas que nos tem enchido.
Os mais enchidos em espírito são os muçulmanos. Não há absolutamente nenhum espaço vazio no espírito deles. Por isso, é muito difícil falar com eles sobre o Evangelho. O diabo encheu totalmente o espírito deles. Porque o espírito dos muçulmanos é tão ocupado pela religiosidade do Islã, é difícil a algum muçulmano crer no Senhor Jesus.
Os judeus também estão cheios em seu espírito com as coisas do judaísmo. O espírito deles está carregado com as coisas da sua religião. Eles são tão obstinados como os muçulmanos. Hoje muitos cristãos estão também enchidos em seu espírito. Se falar aos que estão nas denominações, descobrirá que o espírito deles está cheio. Quase todos os cristãos hoje estão cheios em seu espírito com algo além de Deus.
Quando o Senhor Jesus veio pregar: “Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4:7), não muitos puderam receber Sua palavra porque o espírito deles estava cheio com outras coisas. A melhor bebida estava sendo oferecida, mas o recipiente deles já estava cheio. Por isso eles não tinham sede. Quando o nosso espírito está cheio, não temos capacidade em nosso recipiente, nem mesmo para a melhor bebida.
Portanto, quando o Senhor falou aos discípulos no monte, a palavra de abertura do Seu decreto era que devemos ser pobres em espírito, que o nosso espírito deve estar vazio de todas as coisas.
Quando pregamos aos crentes dizendo que eles não precisam de mais ensinamentos, pois já tem ensinamentos suficientes e que o que precisam é da vida e do espírito, minhas palavras são recebidas como ofensa. Tal reação comprova que eles não estão pobres em espírito. Antes, o espírito deles foi cheio com as assim chamadas “doutrinas”. O problema é que essas doutrinas são como galhos secos, bons apenas para o fogo.
Muitos cristãos estão ansiosos para ir aos céus, mas dificilmente alguém deseja estar no Reino dos céus. É um erro estar ansioso a cerca do céu. O coração de Deus não está nos céus; está no Reino dos céus.
O Reino dos céus é um termo específico usado por Mateus, indicando que o Reino dos céus difere do Reino de Deus, que é o termo usado nos outros três evangelhos. O Reino de Deus se refere ao domínio de Deus de uma maneira geral, da eternidade passada à eternidade futura. Abrange a eternidade sem princípio antes da fundação do mundo, o paraíso de Adão, os patriarcas escolhidos, a nação de Israel no Velho Testamento, a igreja no Novo Testamento, o reino milenial vindouro com seu governo celestial (a manifestação do Reino dos céus), e o novo céu e a nova terra com a Nova Jerusalém sem fim pela eternidade. O Reino dos céus é uma seção especial dentro do Reino de Deus, composta apenas da igreja hoje e da parte celestial do Reino milenial vindouro.
Se você quiser entender Mateus, você deve diferenciar o Reino dos céus do Reino de Deus. O Reino de Deus é simplesmente o governo divino. É o governo de Deus da eternidade passada à eternidade futura. O Reino dos céus é uma parte do reino de Deus, assim como São Paulo é uma parte do Brasil. Quando alguém viaja do exterior e vem para são Paulo, ela pode dizer que veio ao Brasil. Embora São Paulo possa ser chamado de Brasil, Brasil não pode ser chamado de São Paulo.
Da mesma maneira, embora o Reino dos céus possa ser chamado de Reino de Deus, o Reino de Deus não pode ser chamado de Reino dos céus. O que temos na igreja hoje é a realidade do Reino dos céus, não a manifestação. A manifestação só acontecerá durante o milênio.
Os pobres em espírito são bem-aventurados, porque deles é o Reino dos céus. Note que o Senhor Jesus não diz: “porque deles é o Reino de Deus”. Quando nos tornamos pobres em nosso espírito, estamos prontos para receber o Rei celestial. Quando Ele vem, Ele traz o Reino dos céus com Ele. Imediatamente após receber o Rei celestial, estamos na igreja, onde a realidade do Reino dos céus está.
Se formos vencedores, na Sua vinda o Senhor nos introduzirá na manifestação do Reino dos céus. Ter o Reino dos céus é principalmente participar na vida normal e adequada da igreja e, em segundo lugar, herdar a manifestação do Reino dos céus. Esse é o significado das palavras “porque deles é o Reino dos céus”.
Os cristãos desviados e os carnais perderão a realidade do Reino dos céus nesta era e a manifestação do Reino dos céus na era vindoura. Que benção é ser pobre em espírito! Se somos pobres em espírito, o Reino dos céus é nosso. Graças a Deus pela primeira bem-aventurança e pelo Reino dos céus! 

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