quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Reino e o Arrebatamento

Ela deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. (Apocalipse 12: 5).
Convivo com cristãos evangélicos a mais de quatro décadas e percebo que o “arrebatamento” é um assunto que faz parte do contexto doutrinário de todas as denominações. A maioria acredita que quando acontecer esse arrebatamento todos os crentes irão subir para os céus e então se acabarão os sofrimentos. Os arrebatados poderão viver para sempre em um lugar maravilhoso onde não haverá tristeza e nem dor. E esse lugar é a Nova Jerusalém celestial.
Essa interpretação é muito comum e empolgante, pois fala de uma fuga dos problemas em nosso planeta terra. Nesse caso o arrebatamento é encarado como uma recompensa para os crentes, onde Deus estaria retirando seu povo desta terra e abandonando o restante da humanidade ao seu próprio destino, como uma espécie de castigo pelos seus pecados.
Essa é uma maneira superficial de interpretação escatológica. É ensinado que os crentes que foram lavados pelo sangue do Senhor, que foram regenerados pelo Espírito, que foram salvos, agora estão aguardando a volta do Senhor Jesus quando então seremos todos arrebatados. Falando de uma maneira geral, isso é correto, e não há nada de errado nisso. Entretanto, essa é uma apreciação rápida, descuidada e superficial do assunto.
Estou preocupado com alguns leitores deste blog porque tudo o que entra em primeiro lugar em nossa mente é difícil de extrair. Uma vez que alguém tenha assimilado a idéia de que todos os crentes serão arrebatados antes da tribulação, é muito difícil libertar-se dela.
A primeira coisa que devemos entender é que o arrebatamento é muitas vezes comparado com uma colheita: Deixai crescer ambos juntos até a ceifa. Por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio, atai-o em molhos para queimá-lo; então colhei o trigo e recolhei-o no meu celeiro. (Mateus 13: 30).
A colheita é a recompensa de quem plantou e não da planta. O arrebatamento cumpre uma função que satisfaz a Deus que está recolhendo ao seu celeiro aquilo que semeou. Portanto, não devemos encarar o arrebatamento como uma recompensa aos crentes. Se assim o fazemos estamos sofismando a respeito de algo tão maravilhoso.
Há muitos aspectos importantes e precisamos de tempo para aprofundar, mas quero focar sobre este ponto. O arrebatamento cumpre um propósito para Deus. Conforme vimos no versículo de Apocalipse 12: 5, o filho varão é arrebatado para Deus e para o Seu trono. Esse “Filho Varão” irá reger ou governar todas as nações com vara de ferro. Pode-se, então, afirmar que o objetivo desse arrebatamento é para a implantação do Reino.
Vimos em páginas anteriores que a profecia de Daniel nos coloca diante da revelação de que o Reino de Deus será entregue nas mãos do povo do Altíssimo, para que exerçam autoridade sobre as nações da terra tendo o Rei Jesus como a autoridade soberana. Essa é a nossa esperança:
O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo passaram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará para sempre. (Apocalipse 11: 15).
Assim, concluímos que o arrebatamento serve aos propósitos de Deus relativos ao Seu Reino e por isso não concordamos com a idéia de que Deus arrebata seus filhos para retirá-los da terra, abandonando assim seu propósito eterno. Não creio que Deus irá desistir de governar a terra toda por meio de seus filhos. Vamos subir sim, mas para o julgamento do “Tribunal de Cristo” onde as obras serão julgadas e os vencedores serão recompensados.
Logo a seguir se dará a volta de Cristo com os seus vencedores para derrotar a besta, o falso profeta e o anti-Cristo. Após o que será iniciado o reinado de Cristo com seus vencedores pelo período de mil anos.
Vi também tronos, e aos que se assentaram sobre eles foi-lhes dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal na nem nas mãos.
Reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.
Sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.
(Apocalipse 20: 4,6).
Esperemos o arrebatamento sim, mas não como uma fuga do mundo, porém como uma preparação para um trabalho importante que é governar a terra em nome do nosso Pai, o Altíssimo e Soberano dos céus e da terra!   

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